O cantor, a seleção e a injustiça

A semana vai se acabando, definhando e três temas foram dominantes.
A saber: As votações da redução da maioridade penal, a morte do cantor que ninguém conhecia, mas foi tão exposto que virou febre e mais um vexame da seleção de futebol.
Sobre a primeira não vale a pena gastar uma sexta feira para reclamar... É lixo feito por lixo, defendido e atacado por gente que não tem ideia do que está falando.
Já o segundo... Não é nada, não é nada... Não é nada mesmo.
E o terceiro, bom... Este sim, não vale uma frase, quanto mais uma crônica.

Mas e então?
Vamos falar de um cantor e de uma seleção de futebol, que pelo menos... Bom... Pode render algumas risadas.
O cantor é Wilson Simonal, o maior showman, entertainer... O maior cantor que este país já viu.
Duvida? Assista Ninguém Sabe o Duro Que Dei, o filme/documentário do casseta Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal e depois me diga se não tenho razão.
A seleção é a de 1970, considerada por muitos o time de futebol mais perfeito que já pisou um gramado.

Simonal acompanhava a delegação canarinho no México.
Era uma espécie de cantor oficial do grupo, como tinha sido Elza Soares em 1962 com a vantagem de que ninguém no time queria comer o cara...
A certa altura da preparação um atleta se contundiu e a comissão técnica tinha dúvidas se convocava outro para a mesma posição ou chamava Emerson Leão para a vaga de terceiro goleiro.
De sacanagem, Pelé, Jairzinho e Zagallo resolveram dizer a Simonal que, estando ele ali mesmo, porque não fazia um teste? Se fosse bem, porque não ficar ele com a vaga do jogador cortado?
E ele acreditou!
Solicitou ao técnico que fosse feito um treino de dois toques para que ele se ambientasse e mostrasse do que era capaz.
Não era evidentemente um atleta e ainda por cima partiu com tudo sob o ar rarefeito.
Com quinze minutos a conta foi cobrada e Simonal foi ao chão... Desmaiou.
Socorrido com máscara de oxigênio, aos poucos recobrou a consciência e deu de cara com muitos risos e gozações.
De presente, ganhou o tricampeonato.

Simonal – por problemas que não serão discutidos aqui – morreu quase no ostracismo e execrado pelos colegas da classe artística.
Eis uma injustiça terrível contra alguém que em toda sua vida nunca fez bara beré...
Porra Ron! Respeita o cara que morreu!
Morreu? Antes ele do que eu...
Viva Simonal.

Comentários

Grande Simonal, foi "esquecido" por ter sido uma baixa no conflito ideológico e intolerante da época.