A impaciência era visível.
Andava de um lado para outro e cada vez que o portão de desembarque abria ficava na ponta dos pés para poder enxergar melhor.
Às mãos, trazia um pedaço de cartolina com a palavra “Gold” escrita. Porém em mais de quarenta minutos de espera ninguém havia aparecido.O vôo ao qual esperava atrasou, não tanto para que me tirasse o humor e nem o senso de observação.
O telefone toca, a criatura atende e num misto de inglês e espanhol diz que ainda não encontrou ninguém e que já está se preocupando. Pelas expressões faciais é fácil perceber que está tomando um senhor esporro de quem quer que esteja do outro lado da linha.
Ao desligar o aparelho dá um suspiro tão profundo que quase - disse quase – senti pena.
Novamente o portão se abre e uma nova leva de passageiros desembarca. Uns sorrindo, outros apressados e apreensivos, porém nada de “Gold”
O cidadão se desespera, saca o celular e diz a quem atende a ligação de que nada mudou.
Depois de ouvir algo diz: “-Se ao menos eu pudesse deixar a placa com alguém, iria lá”.
Quando todos os presentes vão se afastando com seus recém chegados sobram apenas ele e eu.
Um sorriso amarelo e um protocolar pedido de desculpas por me incomodar são a deixa para o verdadeiro intento: que eu segure a plaquinha enquanto ele vai até o balcão da empresa aérea verificar o que estava acontecendo.
Sem poder recusar me postei à frente do portão com a cartolina pelos vinte minutos até que a pessoa que esperava chegasse, e também pelos primeiros vinte minutos após sua chegada e nada de alguém se identificar com a dita...
Cansado e já um tanto chateado, procurei na pasta uma caneta do tipo pincel atômico igual a que foi usada pra escrever a placa, apenas para deixar a placa mais simpática e então ele chega.
Novamente se desculpa e conta uma história sobre perda de vôo na conexão e diz que ainda vai ter que esperar mais um pouco. Agradece e se afasta.
No caminho, enquanto olhamos as vitrines das lojas de conveniência, recebo os elogios por ter me prestado a ajudar uma pessoa a quem nunca tinha visto.
O sorriso enigmático que trago nos lábios talvez não denuncie a ela que a pequena alteração na placa fará com que provavelmente sua espera se estenda por mais algumas horas.
Na saída, antes de chegar ao carro ouvimos de passagem um casal comentando:
“-É cada coisa que se vê em aeroportos... Viu aquele senhor com placa de “compro ouro” em inglês?”.
“-Pois é... Deve ser a crise.”.
Andava de um lado para outro e cada vez que o portão de desembarque abria ficava na ponta dos pés para poder enxergar melhor.
Às mãos, trazia um pedaço de cartolina com a palavra “Gold” escrita. Porém em mais de quarenta minutos de espera ninguém havia aparecido.O vôo ao qual esperava atrasou, não tanto para que me tirasse o humor e nem o senso de observação.
O telefone toca, a criatura atende e num misto de inglês e espanhol diz que ainda não encontrou ninguém e que já está se preocupando. Pelas expressões faciais é fácil perceber que está tomando um senhor esporro de quem quer que esteja do outro lado da linha.
Ao desligar o aparelho dá um suspiro tão profundo que quase - disse quase – senti pena.
Novamente o portão se abre e uma nova leva de passageiros desembarca. Uns sorrindo, outros apressados e apreensivos, porém nada de “Gold”
O cidadão se desespera, saca o celular e diz a quem atende a ligação de que nada mudou.
Depois de ouvir algo diz: “-Se ao menos eu pudesse deixar a placa com alguém, iria lá”.
Quando todos os presentes vão se afastando com seus recém chegados sobram apenas ele e eu.
Um sorriso amarelo e um protocolar pedido de desculpas por me incomodar são a deixa para o verdadeiro intento: que eu segure a plaquinha enquanto ele vai até o balcão da empresa aérea verificar o que estava acontecendo.
Sem poder recusar me postei à frente do portão com a cartolina pelos vinte minutos até que a pessoa que esperava chegasse, e também pelos primeiros vinte minutos após sua chegada e nada de alguém se identificar com a dita...
Cansado e já um tanto chateado, procurei na pasta uma caneta do tipo pincel atômico igual a que foi usada pra escrever a placa, apenas para deixar a placa mais simpática e então ele chega.
Novamente se desculpa e conta uma história sobre perda de vôo na conexão e diz que ainda vai ter que esperar mais um pouco. Agradece e se afasta.
No caminho, enquanto olhamos as vitrines das lojas de conveniência, recebo os elogios por ter me prestado a ajudar uma pessoa a quem nunca tinha visto.
O sorriso enigmático que trago nos lábios talvez não denuncie a ela que a pequena alteração na placa fará com que provavelmente sua espera se estenda por mais algumas horas.
Na saída, antes de chegar ao carro ouvimos de passagem um casal comentando:
“-É cada coisa que se vê em aeroportos... Viu aquele senhor com placa de “compro ouro” em inglês?”.
“-Pois é... Deve ser a crise.”.
Comentários
O cara foi muito sacana, tá perecendo um certo blogueiro ...
abs
Bom texto! xD
Abs!