Não sou de assistir muito a TV. Dificilmente respondo positivamente quando alguém pergunta sobre ter visto este ou aquele programa, logo não sei recomendar nenhum.
Porém, me saltou aos sentidos saber que entrará no ar uma nova versão (re filmada) de Gabriela, texto sublime de um dos maiores escritores da língua portuguesa em todo o mundo: Jorge Amado.
O livro, concluído e lançado em 1958, teve entre junho (mês de lançamento) e dezembro do mesmo ano seis edições lançadas. Hoje já passa das oitenta e foi traduzido para dezenas de idiomas, já foi novela na extinta rede Tupi e filme com Marcelo Mastroianni imterpretando Nacib.
As primeiras tinham capa do artista Clóvis Graciano e ilustrações de nada menos que Di Cavalcante.
A história é um retorno ao ciclo do cacau na obra de Jorge, e se passa na cidade de Ilhéus que vive um momento de iminente progresso financeiro, mas que guarda costumes do tempo em que se faziam tocaias na luta pela posse das terras.
Narrativa graciosa do confronto entre o tradicionalismo dos coronéis contra as modernas idéias para a manutenção do progresso da zona cacaueira.
Têm seus pólos opostos no coronel Ramiro Bastos, líder político da cidade e Mundinho Falcão, jovem que vê na cidade uma chance de provar a sua família que não é um bom vivant e sim um homem com idéias próprias e de muito futuro.
Jorge mostra sua veia política numa critica velada e sutil à modernidade política das novas gerações quando em cena memorável coloca Amâncio Leal, um dos mais leais aliados de Ramiro Bastos – após a morte do coronel – frente a frente com Mundinho Falcão.
“-Seu Mundinho, esse tempo todo combati o senhor. Fui eu quem mandou tocar fogo no seu jornal (...). Fiz pelo compadre Ramiro, que me ajudou no tempo dos barulhos. Não porque não concordava com seu jeito de ver o mundo, mas pelo amigo que era. E o senhor sabe: amigo a gente não abandona. Tinha um homem preparado para lhe dar um tiro no momento em que Ramiro me pedisse.” – diz o coronel com toda calma e sinceridade.
“-Eu entendo. – diz Mundinho – Eu também combati vocês, mas não era inimigo. No fundo admirava o coronel (...). Também eu tinha um homem preparado para o senhor...” – mente o exportador com o sangue gelado pelo medo da revelação.
O entorno da história também é sensacional: crescente apaixonante dos sentimentos de Nacib, um sírio (-Turco é a mãe!) radicado na região e dono do tradicional bar Vesúvio por sua nova cozinheira Gabriela.
De como por amor e medo de perder a cozinheira que elevara seus lucros se casa passando pela experiência – frustrada – de ser um pigmalião moderno, tentando transformar uma criatura de compleição simples e nenhuma maldade em dama da sociedade ilheense.
O romance proibido entre o poeta Josué e Glória, concubina mantida por um coronel, que apesar de escondido é de conhecimento de todos e teme-se por outro final trágico como o caso de Sinhazinha Mendonça e o médico Osmundo. Assassinato passional que dá inicio ao livro e o fecha confirmando que os tempos realmente mudaram.
A novela que se inicia hoje parece – não posso garantir – que segue fielmente o texto de Jorge, ficando apenas a dúvida se vão esticar o caso amoroso de Sinhazinha Mendonça com o médico Osmundo pela trama.
Se for o caso, esqueça as restrições aos atores e acompanhe, porque vale muito à pena.
Porém, me saltou aos sentidos saber que entrará no ar uma nova versão (re filmada) de Gabriela, texto sublime de um dos maiores escritores da língua portuguesa em todo o mundo: Jorge Amado.
O livro, concluído e lançado em 1958, teve entre junho (mês de lançamento) e dezembro do mesmo ano seis edições lançadas. Hoje já passa das oitenta e foi traduzido para dezenas de idiomas, já foi novela na extinta rede Tupi e filme com Marcelo Mastroianni imterpretando Nacib.
As primeiras tinham capa do artista Clóvis Graciano e ilustrações de nada menos que Di Cavalcante.
A história é um retorno ao ciclo do cacau na obra de Jorge, e se passa na cidade de Ilhéus que vive um momento de iminente progresso financeiro, mas que guarda costumes do tempo em que se faziam tocaias na luta pela posse das terras.
Narrativa graciosa do confronto entre o tradicionalismo dos coronéis contra as modernas idéias para a manutenção do progresso da zona cacaueira.
Têm seus pólos opostos no coronel Ramiro Bastos, líder político da cidade e Mundinho Falcão, jovem que vê na cidade uma chance de provar a sua família que não é um bom vivant e sim um homem com idéias próprias e de muito futuro.
Jorge mostra sua veia política numa critica velada e sutil à modernidade política das novas gerações quando em cena memorável coloca Amâncio Leal, um dos mais leais aliados de Ramiro Bastos – após a morte do coronel – frente a frente com Mundinho Falcão.
“-Seu Mundinho, esse tempo todo combati o senhor. Fui eu quem mandou tocar fogo no seu jornal (...). Fiz pelo compadre Ramiro, que me ajudou no tempo dos barulhos. Não porque não concordava com seu jeito de ver o mundo, mas pelo amigo que era. E o senhor sabe: amigo a gente não abandona. Tinha um homem preparado para lhe dar um tiro no momento em que Ramiro me pedisse.” – diz o coronel com toda calma e sinceridade.
“-Eu entendo. – diz Mundinho – Eu também combati vocês, mas não era inimigo. No fundo admirava o coronel (...). Também eu tinha um homem preparado para o senhor...” – mente o exportador com o sangue gelado pelo medo da revelação.
O entorno da história também é sensacional: crescente apaixonante dos sentimentos de Nacib, um sírio (-Turco é a mãe!) radicado na região e dono do tradicional bar Vesúvio por sua nova cozinheira Gabriela.
De como por amor e medo de perder a cozinheira que elevara seus lucros se casa passando pela experiência – frustrada – de ser um pigmalião moderno, tentando transformar uma criatura de compleição simples e nenhuma maldade em dama da sociedade ilheense.
O romance proibido entre o poeta Josué e Glória, concubina mantida por um coronel, que apesar de escondido é de conhecimento de todos e teme-se por outro final trágico como o caso de Sinhazinha Mendonça e o médico Osmundo. Assassinato passional que dá inicio ao livro e o fecha confirmando que os tempos realmente mudaram.
A novela que se inicia hoje parece – não posso garantir – que segue fielmente o texto de Jorge, ficando apenas a dúvida se vão esticar o caso amoroso de Sinhazinha Mendonça com o médico Osmundo pela trama.
Se for o caso, esqueça as restrições aos atores e acompanhe, porque vale muito à pena.
Comentários
M.C.
Essa obra de Jorge Amado é muito interessante, daquelas que prendem o sujeito ao livro.
Acredito que os globais consiguirão fazer um bom trabalho, é só não inventar...
abs
M.C.
HA !, quer dizer, M.C.
M.C.
uma excelente obra literária de Jorge Amado.
vale a pena acompanhar.
abs...
M.C.
O pedido era mais referenciado ao que tenho ouvido por ai.
"-A história é legal, mas escolheram mal os atores..." (com voz de gente cricri)
Eu não sei, para mim, ator é tudo igual, diferente, só queijos...
M.C.
M.C.
M.C.