F1 2018 - Bahrein: corrida para quem gosta de corrida

Há algum tempo não era visto dois carros que não são Mercedes na primeira fila de largada.
O que havia sido uma vitória circunstancial na abertura do campeonato na Austrália, desenhava-se no Bahrein com uma forma contundentemente sólida.
Kimi dominou sexta e os TL´s de sábado, na qualificação, deu Vettel.
Não seria estranho, se não fosse na Ferrari...
Hamilton punido largando de nono e Bottas sendo Bottas davam a impressão de que a vida do primeiro piloto do time vermelho seria fácil.
E a largada reforçou a impressão.
Vettel pulou fácil enquanto Kimi segurou quem pode, pelo tempo que pode.
Logo perdeu a posição para Bottas e não conseguiu seguir o segundo piloto da Mercedes.

Curiosamente, as duas Red Bull ficaram fora ainda nas primeiras voltas.
Apesar de ter a melhor dupla de pilotos, não tem se dado tão bem.
De um, Verstappen, a corrida foi ferrada pelo próprio em uma manobra desnecessária. Pneu furado e problemas na suspensão traseira.
Do outro, a carro ferrou a corrida com um problema elétrico.
Com a corrida em andamento, fecharam os boxes, desmontaram tudo e ficaram prontos para ir embora do autódromo.
Enquanto isto, a equipe B dos energéticos, que tem a dupla de pilotos mais promissora no momento (Leclerc não conta muito por que não tem carro) mantinha seus carros em quinto (Gasly) e décimo (Hartley).
Mais surpreendente que as boas posições e as boas performances dos pilotos é a potência e robustez do motor Honda... O mesmo que não empurrava a McLaren no ano passado.
Não que o time de Alonso não tenha melhorado sem os japoneses, mas que a troca foi realmente boa para todo mundo foi: Alonso tem um motor que ele confia, a Toro tem um motor em ascensão e a Honda ganhou tranquilidade para trabalhar.
E mais, ganhou a F1 com um motor a mais para a briga.
O sólido quarto lugar de Pierre Gasly prova isto com sobras.

Um aparte: que carros ótimos construíram os caras da Haas!
Em contraponto, que carro horrível tem a Williams.
E olha que interessante: no primeiro caso o carro é ótimo, mas ninguém diz que é mérito dos pilotos.
Já na Williams o carro é ruim para cacete e a culpa é dos pilotos.
Coisas do jornalismo esportivo de adivinhação ou rancoroso daqui.
Ninguém abre mão de um brasileiro ou põe de lado um manetão impunemente.

Mais ou menos à altura do meio da corrida, Raikkonen fez a melhor volta da prova até ali.
Era um indicio de que os dois carros da Ferrari estavam realmente muito fortes e que, se os carros prateados já não eram assim tão superiores na primeira prova, para a segunda percebia-se a Ferrari já era melhor e conseguia abrir uma pequena vantagem, mas não tão grande que uma boa estratégia de corrida não pudesse igualar.
E foi nesta estratégia baseada nos pneus e nos pitstops que apostaram os alemães.
Facilitada pela infelicidade do incidente com o mecânico ferrarista na troca de pneus de Raikkonen.

Com um a menos para brigar, as Mercedes fizeram uma estratégia que tinha tudo para sair vencedora da pista.
Pneus mais novos, carros rápidos... Porém não se contava com duas coisas importantes: Vettel é um piloto fantástico e Valteri Bottas é um inútil.

Pode-se dizer que a vitória na Austrália foi circunstancial e pode-se dizer também que a Ferrari teve o melhor carro com alguma folga no Bahrein, mas nem tanto...
Uma estratégia bem pensada e executada pode dar uma igualada nas coisas.
Só precisa de um piloto melhor para executar e este, definitivamente não é o Bottas.
Dá para dizer, sem dúvida, que Hamilton perdeu a prova na punição da troca de câmbio.

Numa visão geral: periga o Bahrein ser uma das melhores corridas deste ano (de novo)