Sexta feira, noite no Bahrein.
Depois de rodar pela cidade dentro do porta malas de um carro, sempre com a cabeça coberta por um pano finalmente param.
Ele é retirado do automóvel, mas ainda com o capuz é levado para dentro de uma casa.
Sabe que é uma casa, pois sente a variação de temperatura.
Fora estava quente, afinal isto aqui ainda é um deserto, e repentinamente esfria. Chegando a uma temperatura mais “européia” por assim dizer.
Caminham por um corredor extenso; sobem umas escadas e ele é colocado sentado em uma cadeira muito desconfortável.
Depois de rodar pela cidade dentro do porta malas de um carro, sempre com a cabeça coberta por um pano finalmente param.
Ele é retirado do automóvel, mas ainda com o capuz é levado para dentro de uma casa.
Sabe que é uma casa, pois sente a variação de temperatura.
Fora estava quente, afinal isto aqui ainda é um deserto, e repentinamente esfria. Chegando a uma temperatura mais “européia” por assim dizer.
Caminham por um corredor extenso; sobem umas escadas e ele é colocado sentado em uma cadeira muito desconfortável.

-Bambini. Sabe por que veio aqui? Por que nostros rapazes foram te buscar?
-Não senhor. Não sei, e nem sei com quem estou falando...
-Sabe sim... Sabe sim...
E um cheiro de charuto cubano invade as narinas do seqüestrado. Isto o enche de pavor, pois agora tem idéia de quem é seu interlocutor.
-Não senhor. Não sei, e nem sei com quem estou falando...
-Sabe sim... Sabe sim...
E um cheiro de charuto cubano invade as narinas do seqüestrado. Isto o enche de pavor, pois agora tem idéia de quem é seu interlocutor.
Na verdade desconfiava, pelo sotaque forte napolitano e pela advertência que um de seus subordinados lhe trouxe. No bilhete estava escrito em dialeto: “Nostra paciência acabou”.
-Bambini... Último lugar nos treinos livres, somos piada até na Force Índia. Que me diz?
-Senhor...
-Babo! Chame-me de Babo... – corta o homem com charuto.
-Senhor Babo. Não foi nossa culpa estamos fazendo nosso melhor, mas as outras equipes estão muito adiantadas... O Difusor, os motores, o kers...
-Basta! Tirem o capuz dele.
Tiram o capuz e finalmente Domenicalli pode ter certeza de com quem falava.
-Amanhã é sábado, quero melhoras dos dois bambinis na pista. Principalmente nosso pequeno “oriundi brasiliano". O nórdico que se dane. Dá um picolé a ele. Entendido? Se não houver melhoras... Então acho melhor correr e ainda assim não vai escapar. E eu estarei no autódromo... Pessoalmente.
-Bambini... Último lugar nos treinos livres, somos piada até na Force Índia. Que me diz?
-Senhor...
-Babo! Chame-me de Babo... – corta o homem com charuto.
-Senhor Babo. Não foi nossa culpa estamos fazendo nosso melhor, mas as outras equipes estão muito adiantadas... O Difusor, os motores, o kers...
-Basta! Tirem o capuz dele.
Tiram o capuz e finalmente Domenicalli pode ter certeza de com quem falava.
-Amanhã é sábado, quero melhoras dos dois bambinis na pista. Principalmente nosso pequeno “oriundi brasiliano". O nórdico que se dane. Dá um picolé a ele. Entendido? Se não houver melhoras... Então acho melhor correr e ainda assim não vai escapar. E eu estarei no autódromo... Pessoalmente.
Sábado, tarde no Bahrein.
Ainda tremulo com a experiência da sexta à noite, Domenicalli incentiva os pilotos a irem cada vez melhor.
Força ao extremo sua equipe de técnicos, mecânicos e engenheiros.
A Ferrari ao menos consegue passar seus dois pilotos para p Q3.
A Ferrari ao menos consegue passar seus dois pilotos para p Q3.
Ele se sente aliviado, houve melhoras.
Quase esboça um sorriso quando sente vibrar um celular dentro do bolso. Celular este que ele nunca tinha visto até ali. E que com certeza não estava com ele antes da noite passada.
Ficou com medo de atender.
Na tela do telefone se lia: Babo.
Ele respira fundo e atente, afinal conseguiu passar os dois carros pro Q3 e aquilo deveria servir de algo.
-Alô! Fomos ao Q3!
-Mas atrás até das Toyotas? Acho melhor começar a correr...
A ligação é encerrada e Domenicalli respira fundo.
-Será que tem vôo para a Colômbia logo depois da corrida de amanha? – diz ele em voz alta.
-O quê? – quis saber um mecânico.
-Nada não... To pensando em voz alta...
Quase esboça um sorriso quando sente vibrar um celular dentro do bolso. Celular este que ele nunca tinha visto até ali. E que com certeza não estava com ele antes da noite passada.
Ficou com medo de atender.
Na tela do telefone se lia: Babo.
Ele respira fundo e atente, afinal conseguiu passar os dois carros pro Q3 e aquilo deveria servir de algo.
-Alô! Fomos ao Q3!
-Mas atrás até das Toyotas? Acho melhor começar a correr...
A ligação é encerrada e Domenicalli respira fundo.
-Será que tem vôo para a Colômbia logo depois da corrida de amanha? – diz ele em voz alta.
-O quê? – quis saber um mecânico.
-Nada não... To pensando em voz alta...
Comentários
resta agora a Ferrari não quebrar e não errar na estratégia para o bem de Domenicali... senão o Babo poderá lhe fazer uma visitinha... hehehehe
abs!
Curti o texto, bem divertido Groo ^^
Larissa
Largada amanhã vai ser boa, com a turma do KERS saindo do ''bolo''.
Depois da corrida, sempre podem levar para o Dubai. O que não falta por lá é água, areia e fundações de concreto...
Diria que hora o cagaço valeu,agora se não pontuar pode correr para o aeroporto.
abraço
Falta muito ainda, mas se a Ferrari não aprontar uma das suas, finalmente os pontos aparecem.
Caso contrário, o Domenicali já pode pegar o vôo.
O galo mais bonito do mundo? conhece outro? rsrs.
Ótimo programa pré-race...estarei lá.
Abraços.
Grande abraço!
SAVIOMACHADO
uma hora dessas amanhã o Doenicalli já estará em outro plano astral... ou na Colombia...
Muito legal, Ron!!!
Abraço
A essa altura, levar os dois carros pro Q3 é uma grande façanha da Ferrari... quem diria... mas a tragédia não é tão grande quanto se imaginava. Se o Massa, por exemplo, tivesse feito o Q3 com o mesmo peso do Hamilton, largaria entre os seis primeiros.
Abraço!
Exatamente por causa de textos como esse!
Isso não se encontra no Globo, no JB, na Folha, na Veja, no Estadão. Que grande criatividade, Ron!
Duvido que alguém tenha conseguido ler esse texto sem subvocalizar o sotaque italiano e aquela voz rouca de Brando.
Abraços.