Enfim Europa?

Então chegamos finalmente a tal “perna” européia da F1.
É lugar comum dizer que a categoria está em casa quando começam as corridas no velho continente.

Claro, vamos levar em consideração que a F1 nasceu em terras européias e que até seus antecessores, os Grand Prix também eram quase que todos europeus.
Havia também corridas em outros continentes, como na África, por exemplo, mas a grosso modo pode-se dizer que as corridas de carros são um esporte essencialmente europeu.
Porém e hoje em dia?
Pode-se dizer que a F1 ainda esta em casa na Europa?

Corridas fora do velho continente: Austrália; Malásia; China; Bahrein; Japão, Brasil e este ano temos ainda Abu-Dhabi.
Contra: Espanha; Mônaco; Inglaterra; Alemanha; Hungria; GP da Europa, corrido nas ruas de Valência; Bélgica e Itália em território europeu.
E isto sem contar a esquizofrênica Turquia que ainda não decidiu se é européia ou asiática.
Quase que se equivalem as corrida dentro e fora de seu chamado “habitat natural”.
Mas... Quantas destas pistas européias ainda podem ser chamadas de tradicionais?
Quantas delas são da mesma forma a mais de vinte anos pelo menos ou mantém suas características?

Spa por mais bela que seja já não é o mesmo traçado e Nurburgring nem a mesma pista é mais.
Teremos este ano um dos últimos gp´s corridos no velho aeroporto de Silverstone, que também foi modificado, mas assim como a pista belga não ficou nem feio e nem mutilado.

A pista espanhola é uma das muitas que foram usadas naquele país nos últimos anos. Não é nada de especial e que me lembre nem tivemos lá uma corrida pra lá do memorável. Talvez aquela edição em que Mansell e Senna percorreram sua reta até o fim lado a lado, soltando faíscas como se as jogasse um no outro.
E sua segunda corrida, denominada “da Europa” é em uma pista absolutamente sem expressão.
Plasticamente muito bonita em seu entorno e banal onde se esperava emocionante.
Da mesma forma é na Hungria.

Sobra então a pista de Mônaco, tão importante quanto à própria F1 e Monza, em minha opinião a pista mais linda do mundo.
Ok! São questões mais sentimentais que técnicas ou esportivas, assim como da minha predileção pela Williams.

Mas onde quero chegar?
Nasci no bairro de Itaquera, mas nunca me senti um nativo de lá. Já perdi minhas referencias, se é que um dia tive.
A F1 também está perdendo as suas?

Penso que esta cada vez mais globalizada e menos europeizada - se o termo existe – mantendo apenas a pose.
Por que então guardam a estréia de carros novos ou pacotes aerodinâmicos apenas para quando chegam nesta fase?
Diga você que está lendo, o campeonato começa para valer agora?
Por quê?
Isto é bom ou ruim?

E aqui está a mais nova edição da Rádio Onboard, com toda a expectativa da abertura da tal "perna" europeia.
Fábio Campos, o Larry, eu, o Curly e Felipe Maciel, o Moe debatemos sobre o regulamento, mudanças e a possibilidade de termos um grid cheio de Narain Karthikeyan´s.

Já imaginou que presepada?

Comentários

Felipão disse…
Vc falou tudo,... A F1 perdeu a identidade sim... Lembro que a Suíça queria modificar sua legislação pra voltar as corridas. Seria mais um europeu no calendário...
O 1B vai ganhar e manda a Horrtencia para a PQP ! Eu escreví isto mas sinceramente não creio.

Groo, bom dia a vc e todos os blogueiros.
Anônimo disse…
Ah, eu fecho com sua opinião, Groo. É mais ou menos por aí... e você citou o calendário 2009, mas é comum termos GP's no Canadá e nos EUA, isso pq países tradicionais como Argentina e México deixaram o mundial há algum tempo. Poderíamos então ter mais corridas fora do que dentro da Europa.

A culpa é dos dois fósseis, de novo. Mutilaram autódromos tradicionais e foram atrás do dinheiro dos neo-ricos asiáticos, abrindo mão da tradição pelo que lhes interessa: dinheiro, para torrar com suas excentricidades.

E é isso aí: enquanto gente sensata não voltar a comandar a F-1, veremos coisas desse tipo. Infelizmente.
Anselmo Coyote disse…
Groo,
Não tenho predileção alguma por europeus ou pelo que quer que seja. Só queria que os personagens principais da F1 fossem os pilotos e não os carros.
Infelizmente sei que isso é só um sonho que não vai virar realidade.
Abs.
Felipe Maciel disse…
Vai ser triste quando terminar o GP da Inglaterra e sabermos que a F-1 não voltará mais lá em Silverstone.

A categoria está se perdendo com relação ao berço e isso só é bom para o bolso de Ecclestone e o de Tilke.

É a lamentável realidade, fazer o quê...
Rianov disse…
Falando sobre o Gp da Espanha...

Esse circuito da Catalunya tem a maestria de nos proporcionar o GP mais chato do ano.
Tomara que 2009 seja diferente, mas não creio muito...

Abraço
Marcus Mayer disse…
Caro Ron, os seus argumentos são ótimos e válidos. Mas também são nostálgicos.

Certamente, muita coisa deixou de ser como antigamente. As mudanças ocorrem em quase todas as áreas. O questionamento é se são mudanças para melhor.

No que concerne à tecnologia, acho que sim. A modernização é boa. Sobretudo na segurança, em se tratando da F1. As novas pistas visam principalmente a essa questão.

Proporcionalmente, o charme foi reduzido. E acredito que esse seja o seu principal argumento. A emoção já não é a mesma de outros tempos, exatamente nos autódromos europeus, com seus antigos traçados, conforme você cita.

Assim, só nos resta a nostalgia dos bons tempos.

Forte abraço e boa fase européia!
Unknown disse…
pois é.

a F1 é muito mais do que um espectáculo global, tem uma certa mistica e ritual que sempre teve como componente a rua

a f1 sem rua não é F1

mais para equilibrar os comentários podemos dizer que mesmo sendo muito chata e sem velocidade, a corrida em singapura tem resgatado um pouco do espírito festivo da corrida urbana.

saudades de Canadá...