Quando o stress fala mais alto II

Dia destes contei de um sujeito estressado com uma revendedora de cosméticos e com um treco lá... Um tal de ‘alargador de cútis’...
Pois bem, o sujeito voltou a ter problemas, mas, com outro objeto.

Era sábado e já passavam da seis da tarde quando um ‘pinga-pinga’ debaixo da pia da cozinha começou a enervar o cara.
Aquela ‘aguazinha’ escorrendo pelo piso tinha que parar.
Pegou a caixa de ferramentas e foi à cozinha para examinar o encanamento verificando que o vazamento vinha do sifão, para ser mais exato de uma rosca que prende o sifão a cuba da pia...
-Ah! Ta fácil, é só dar uma giradinha aqui... E... – crack! – Ai... Ferrou!
Quebrou a rosca! Agora sim...
O ‘pinga-pinga’ se transformou num fio de água mais forte e aquela ‘aguazinha’ agora era uma pequena poça.
-P.q.p! Mas... Se eu passar uma colazinha aqui? Vai ficar bom! Um super bonder aqui e... Ahá! Grudou!
Passou a cola na peça sem ao menos tirá-la do cano e colou a rosca também nos dedos dele.
Puxou e não saiu, puxou mais forte e de novo nada. Puxou com mais força ainda e arrancou dos dedos a pecinha quebrada, porém, com a força que usou e a falta de jeito e espaço, arrancou também o encaixe do sifão na pia.
O fio de água já era agora um jorro e a pequena poça era então uma grande poça.
Ao tentar recolocar o sifão quebrou a conexão dos canos e o que era um jorro virou uma enxurrada e o que já era uma grande poça virou então um pequeno lago.

Limpou e secou tudo, recolocou o encaixe na pia e a rosca no encaixe. Uns tabefes para encaixar direito e o teste para saber se não esta mais vazando.
Abre a torneira; tapa o ralo; enche a cuba da pia com água e destapa o ralo... E como num passe de mágica toda água que deveria descer pelo sifão escorre pelo chão da cozinha sujando tudo de novo.
Os nervos já a flor da pele. A única coisa a mão é uma chave de grifo que até agora não fora usada. Virou um taco de basebol em suas mãos, os golpes repetidos e fortes destruíram todo o sifão, peça por peça até que ele ficasse inutilizável.
Até que nem lembrasse mais, nem de longe, um sifão.

A respiração ofegante e um sorriso maníaco no canto dos lábios apontava que o stress ia diminuindo gradualmente. Só que agora percebeu ser realmente necessário comprar um outro sifão para a pia.
Mesmo já passando e muito das sete da noite e sabendo estarem fechadas todas as casas de material de construção, resolve sair e tentar comprar um.
No mínimo relaxaria com o passeio.
Distraído, não troca nem de camisa que, aliás, estava com um cheiro horrível da água suja que estava nos canos.
Sai fedendo e volta pior.

Como já era de se esperar não encontra nada, apenas bate perna.
Entra em casa, passa pela sala onde estavam seus filhos que já o olham com certo espanto divertido, passa pelo quarto onde está sua esposa.
Ela nem pergunta nada, já o conhece o suficiente para entender suas explosões de mau humor.
Na cozinha, que a esposa já havia arrumado, põe um balde para aparar a água da pia e vai tomar um banho.
Limpo e com roupas de dormir, relaxa.

No domingo pela manhã espera a esposa ir para a igreja e decide que vai consertar a pia custe o que custar.
Lembra que, perto de casa - um ou dois quarteirões à frente - existe uma casa velha abandonada e que imagina ele deva ter um sifão velho que vai quebrar o galho até segunda feira quando, enfim, poderá comprar um e fazer a substituição.Não é preciso dizer que é uma idéia de jerico, afinal se houver um sifão na casa, deve estar tão velho e quebrado quanto a própria.
Chega à casa e vê uma janela aberta, é por lá mesmo que vai entrar. Com um esforço considerável passa pela janela.
Procura a pia para tirar o sifão e nada percorrendo todos os cômodos e apenas no que devia ser o banheiro acha a peça.
Claro é menor, mas é só para ‘quebrar um galho’ mesmo...: "-Deve dar.".
Volta para o cômodo pelo qual havia entrado e descobre - espantado - que lá era a cozinha e que ao entrar pela janela saltara sobre a própria pia.
Os suores frios da noite passada voltam a aparecer, mas controla-se e espantosamente consegue tirar o sifão – todo torto, diga-se – da pia e se prepara para subir na mesma e sair pela mesma janela por onde entrou.
Com mais dificuldades ainda, consegue sair arranhando-se todo e para não sair pelo mesmo lado que entrara na casa - por não querer acusar-se do que tinha ido fazer lá – vai na direção contrária.
Descobre então que no comodo que seria a sala de estar da casa - e muito provavelmente sua entrada principal - não existiam batentes, muito menos uma porta.
Respirou fundo, tremendo, mas foi adiante.
Instalou o sifão surrupiado e todo torto debaixo da pia de sia casa.
Abriu a torneira e viu o ‘pinga-pinga’, igualzinho ao que dera origem a todo o imbróglio continuava. Mas tudo bem era apenas provisório.
Na segunda-feira a noite volta para casa com um sifão novo em folha.
Sanfonado! Ultimo tipo...
Sorri satisfeito, arranca todos os canos velhos e instala a peça nova... Primeiro na saída de água da parede; estica o cano sanfonado; faz a curva para contenção de odor e ‘rosqueia’ no ralo da pia.
Executa o teste padrão e... Ainda pinga...
Quando ja ia à busca da chave de grifo para ‘resolver’ o problema, sua esposa que até ali apenas assistira toma as rédeas da situação e - retirando a peça da pia - instala uma borrachinha de vedação que ficara esquecida em cima da mesa.
Agora não pinga mais, e de novo ela acha melhor não falar nada...

Comentários

Bruno disse…
hahahahaha.
Deve ser por isso que homens casam. Ah, o nome daquela chave é chave de grifo. Valeu.
Alguma relação verdadeira contigo, Ron?
Anônimo disse…
e isso eh tão comum... tanto trabalho pra nada.... kkkk De quem é a história verídica? Flw
kkkkkkkkkkkkk...nossa que odisséia!
tudo isso por causa de uma borracha de vedação...da próxima vez, é melhor ler as instruções da embalagem...

Abs.
Manu disse…
É... Nessas horas é melhor nem dizer nada mesmo. O q o momento stressante não provoca...

Como prometido, hoje ouvi a rádio onbord. De ontem deixei p/ hoje. Gostei muito. Teve mesmo discussões acaloradas! ^^

abs!
Fernando Mayer disse…
Sei não... Eu ainda acho que estas histórias tem como protagonista o Groo.rsrsrs

Abç
Remédios a bela disse…
KKKKKK Como este cara se parece com meu namorado. Homens!!
Parabéns Groo, você consegue nos envolver na história.
Abraços...
Unknown disse…
tsss! tou enrolando pra botar soda caustica na pia meio entupida... agora vou renunciar de vez.
Anselmo Coyote disse…
Isso começou como Um Dia de Fúria... mas acabou bem. Claro. Existe coisa melhor que mulher?
Abs.
Anônimo disse…
Três comentários:

1) Nada como uma boa crônica da vida real!

2) Quando li que "ele se atrapalhou com outro objeto" e dei de cara com a primeira foto que ilustra o texto, já pensei besteira... hahaha

3) Murphy também te ama, Groo? Bem vindo ao clube (ou não, vai que você está no clube há mais tempo que eu...)

Abraço, véio!
Felipão disse…
hahahahahahha

Ron... o pior é tentar cosertar uma coisa e terminar de destruit...