-Vai por creme de leite? – pergunta ela.
-Acho que não, vê ai na receita... – ele diz.
-Legumes, creme de leite, cheiro verde e maionese! Tem sim...
-Maionese? Mas não estamos fazendo maionese? Como vamos por maionese se estamos fazendo uma?
-Olha amor, eu não sei... Tá aqui e é só isto... Faz ai.
-Cê vai comer né?
-Faz ai... Depois a gente vê.
A maionese era para o almoço do domingão.
Um churrasco familiar e esta seria sua contribuição.
-Cozinhar é como alquimia! - dizia sempre. Mas só sabia mesmo fazer miojo, e olha lá!
Cansou-se de ser olhado de viés nos almoços em família. Nunca levava nada.
Desta vez resolveu que contribuiria, nem que fosse com algo extremamente simples.
No sábado foi a uma livraria no centro da cidade e durante horas escolheu entre livros de culinária.
Volumes enormes e pequenas brochuras empilhadas à mesa que usou na loja junto à meia dezena de xícaras de café.
Não fumava, mas em compensação o cinzeiro estava atulhado de papeis de bala e chiclete e por fim acabou levando um livrinho que era quase um folheto: “Saladas”.
Levou-o para casa segurando como se sua vida dependesse disto.
A vida não, mas sua reputação nos almoços familiares sim!
Ao entrar em casa lembrou-se de que quase nunca tem nada em termos de legumes ou verduras na geladeira. Encontrou comida congelada com prazo de validade vencido; um hambúrguer suspeito; cervejas; uma folha de couve e uma cebola, que confundiu com uma maça e mordeu.
Antes que perguntem: Ele não tinha bebido –ainda - e em sua defesa é bom dizer que a cebola era roxa...
Melhor ir ao supermercado.
Ligou para a namorada e perguntou se ela poderia ir com ele.
Ela assentiu, mas já foi logo avisando: “-Não cozinho porra nenhuma!”.
Entraram no supermercado e como de praxe foram direto a seção de vinhos.
Um merlot; um lambrusco; um riesling e um vinho alemão de nome impronunciável e já se dirigiam ao caixa para ir embora.
-E a maionese? – lembra ela.
-Ih é mesmo, já estava esquecendo esta porcaria... Eu nem gosto de maionese. – ele reconhece.
-E vai fazer por quê?
-Por que me pareceu mais fácil...
-Justo...
Voltam às gôndolas e olham a lista, agora não mais que um papel amarfanhado no fundo do bolso dele.
-Cenouras e batatas? – diz ela.
-Cenouras e batatas! – responde ele.
-Ovos, azeitonas, cheiro verde...
-O que é este ultimo ai? Cheiro verde? Algum pó?
-Não... Depois a gente vê... Termina a lista ai... Azeitonas, ervilhas, creme de leite e maionese...
-Ervilhas?
-Ah vá! Não sabe o que são ervilhas?
-Sei sim... São iguais a azeitonas, mas pequenininhas e sem graça...
-Sem graça?
-É... Tenta comer elas com vinho...
Agora sim vão ao caixa para pagar e ir embora, mesmo esquecendo do cheiro verde.
-Acho que não, vê ai na receita... – ele diz.
-Legumes, creme de leite, cheiro verde e maionese! Tem sim...
-Maionese? Mas não estamos fazendo maionese? Como vamos por maionese se estamos fazendo uma?
-Olha amor, eu não sei... Tá aqui e é só isto... Faz ai.
-Cê vai comer né?
-Faz ai... Depois a gente vê.
A maionese era para o almoço do domingão.
Um churrasco familiar e esta seria sua contribuição.
-Cozinhar é como alquimia! - dizia sempre. Mas só sabia mesmo fazer miojo, e olha lá!
Cansou-se de ser olhado de viés nos almoços em família. Nunca levava nada.
Desta vez resolveu que contribuiria, nem que fosse com algo extremamente simples.
No sábado foi a uma livraria no centro da cidade e durante horas escolheu entre livros de culinária.
Volumes enormes e pequenas brochuras empilhadas à mesa que usou na loja junto à meia dezena de xícaras de café.
Não fumava, mas em compensação o cinzeiro estava atulhado de papeis de bala e chiclete e por fim acabou levando um livrinho que era quase um folheto: “Saladas”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj84vzsQdi4vtwnR0xJOwbLrO_G6jl0GCxdgg-xrh5_YL0mTUpVJSVXQrm_zhzKMuqcYHaCQF_heOM3RijUhx2SuJ0mPn3TJdRLtE7rOQeM0bsuSLWJ77eLuTtA9DtQEY4ouNIl_gxcJD20/s400/saladas.jpg)
A vida não, mas sua reputação nos almoços familiares sim!
Ao entrar em casa lembrou-se de que quase nunca tem nada em termos de legumes ou verduras na geladeira. Encontrou comida congelada com prazo de validade vencido; um hambúrguer suspeito; cervejas; uma folha de couve e uma cebola, que confundiu com uma maça e mordeu.
Antes que perguntem: Ele não tinha bebido –ainda - e em sua defesa é bom dizer que a cebola era roxa...
Melhor ir ao supermercado.
Ligou para a namorada e perguntou se ela poderia ir com ele.
Ela assentiu, mas já foi logo avisando: “-Não cozinho porra nenhuma!”.
Entraram no supermercado e como de praxe foram direto a seção de vinhos.
Um merlot; um lambrusco; um riesling e um vinho alemão de nome impronunciável e já se dirigiam ao caixa para ir embora.
-E a maionese? – lembra ela.
-Ih é mesmo, já estava esquecendo esta porcaria... Eu nem gosto de maionese. – ele reconhece.
-E vai fazer por quê?
-Por que me pareceu mais fácil...
-Justo...
Voltam às gôndolas e olham a lista, agora não mais que um papel amarfanhado no fundo do bolso dele.
-Cenouras e batatas? – diz ela.
-Cenouras e batatas! – responde ele.
-Ovos, azeitonas, cheiro verde...
-O que é este ultimo ai? Cheiro verde? Algum pó?
-Não... Depois a gente vê... Termina a lista ai... Azeitonas, ervilhas, creme de leite e maionese...
-Ervilhas?
-Ah vá! Não sabe o que são ervilhas?
-Sei sim... São iguais a azeitonas, mas pequenininhas e sem graça...
-Sem graça?
-É... Tenta comer elas com vinho...
Agora sim vão ao caixa para pagar e ir embora, mesmo esquecendo do cheiro verde.
Continua amanhã
Comentários
aguardando a segunda parte!rs
Estou esperando o desfecho desta história.
Abraços...
Fico aguardando a segunda parte.^^
abs!