Era um concerto com varios grupos e vários estilos musicais.
Evento grande, cheio de pompa agendado para o teatro municipal e com bilheteria esgotada com lotação máxima e varias autoridades – reais e nem tanto – presentes.
Ele, malandro velho queria muito assistir aos shows e quem sabe fazer bons contatos.
Chegou à porta do teatro algumas horas ante do inicio das atividades já sabendo que não conseguiria bilhete algum.
Tentaria sua influência, ao menos a que pensava ter.
Nada.
Falou com todos os conhecidos da portaria do teatro, da administração e até com alguns convidados.
Nada.
Tentou a porta dos fundos e lá também não conseguiu entrar.
-Por que não tenta a entrada dos músicos?
-Mas eu não sou musico...
-Pouco importa.... Faz como esta fazendo aqui e como me contou que fez na porta principal.
-Como?
-Enche o saco...
E ele foi para a entrada dos músicos.
Por sorte uma banda de mambo acabara de chegar e transportava os instrumentos para dentro do teatro.
-Posso ajudar ai, companheiro?
-Precisa não...
-Já entraram todos os instrumentos?
-Já.
-Mesmo? Não sobrou nenhum tambor, nenhuma caixa claro, um saxofone?
-Não...
-E o piano? Já entraram com o piano?
-Não... Vamos usar o do teatro mesmo, por isto nem trouxemos...
-E os bailarinos? Já entraram os bailarinos? Mambo sem bailarino não tem graça...
-É... Não tem... E os nosso são os melhores... Já entraram sim. À tarde, para o ensaio e ficaram lá dentro.
-Hum.... Então não falta ninguém?
-Acho que não... Bem... Eu vou entrar. Tenha uma boa noite.
Vê o membro da banda sumir porta à dentro e depois de alguns minutos um outro funcionário do teatro chegar à porta.
-Opa! Que bom que cê aprendeu... Eu atrasei e não tinha ninguém para abrir a porta.
-Quem é você?
-Sou da banda que acabou de entrar...
-É? Não te vi nos ensaios...
-Mas eu tava lá...
-Bom... Dançarino cê não é. Não tem porte.
-Sim... Verdade.
-Não é dos metais, que eu vi entrar todos... Sax, trompete, trombone, pistão... Da percussão também não. O baterista e os percussionistas estão lá dentro e cantor... Bem... Cantor não é mesmo, com esta voz de taquara rachada... O que cê faz?
-Olha... Isto ai é um conjunto de mambo não é?
-É...
-Então... No mambo não tem aquele breque? Tipo assim... Pã parã parã pãpã... Vem o breque e um cara grita “uh!”?
-Tem sim... Mas não vai me dizer que você é o cara que dá o grito, por que este eu vi que também entrou...
-Não, não... Eu sou o cara que cutuca ele para gritar...
Evento grande, cheio de pompa agendado para o teatro municipal e com bilheteria esgotada com lotação máxima e varias autoridades – reais e nem tanto – presentes.
Ele, malandro velho queria muito assistir aos shows e quem sabe fazer bons contatos.
Chegou à porta do teatro algumas horas ante do inicio das atividades já sabendo que não conseguiria bilhete algum.
Tentaria sua influência, ao menos a que pensava ter.
Nada.
Falou com todos os conhecidos da portaria do teatro, da administração e até com alguns convidados.
Nada.
Tentou a porta dos fundos e lá também não conseguiu entrar.
-Por que não tenta a entrada dos músicos?
-Mas eu não sou musico...
-Pouco importa.... Faz como esta fazendo aqui e como me contou que fez na porta principal.
-Como?
-Enche o saco...
E ele foi para a entrada dos músicos.
Por sorte uma banda de mambo acabara de chegar e transportava os instrumentos para dentro do teatro.
-Posso ajudar ai, companheiro?
-Precisa não...
-Já entraram todos os instrumentos?
-Já.
-Mesmo? Não sobrou nenhum tambor, nenhuma caixa claro, um saxofone?
-Não...
-E o piano? Já entraram com o piano?
-Não... Vamos usar o do teatro mesmo, por isto nem trouxemos...
-E os bailarinos? Já entraram os bailarinos? Mambo sem bailarino não tem graça...
-É... Não tem... E os nosso são os melhores... Já entraram sim. À tarde, para o ensaio e ficaram lá dentro.
-Hum.... Então não falta ninguém?
-Acho que não... Bem... Eu vou entrar. Tenha uma boa noite.
Vê o membro da banda sumir porta à dentro e depois de alguns minutos um outro funcionário do teatro chegar à porta.
-Opa! Que bom que cê aprendeu... Eu atrasei e não tinha ninguém para abrir a porta.
-Quem é você?
-Sou da banda que acabou de entrar...
-É? Não te vi nos ensaios...
-Mas eu tava lá...
-Bom... Dançarino cê não é. Não tem porte.
-Sim... Verdade.
-Não é dos metais, que eu vi entrar todos... Sax, trompete, trombone, pistão... Da percussão também não. O baterista e os percussionistas estão lá dentro e cantor... Bem... Cantor não é mesmo, com esta voz de taquara rachada... O que cê faz?
-Olha... Isto ai é um conjunto de mambo não é?
-É...
-Então... No mambo não tem aquele breque? Tipo assim... Pã parã parã pãpã... Vem o breque e um cara grita “uh!”?
-Tem sim... Mas não vai me dizer que você é o cara que dá o grito, por que este eu vi que também entrou...
-Não, não... Eu sou o cara que cutuca ele para gritar...
Comentários
Texto muito bem elaborado Groo, Parabéns.
abs.
ALYSSON PRADO "BALO"
abraço.
Tem continuação ???
Ele deveria ter levado dois tijolos.
Na piada do elefante funcionava.
Uma fonte inesgotável de imaginação,quando criança vc por certo contava muita história,revertia a situação desfavorável mole,mole!!!
Parabéns pelo belo texto
grande abraço
Cutuca mais...
“uh!”“uh!”
Boa, Ron!
Beijos.
A palavra "inchovível" não fi eu que inventei não, viu?! Coisa do Brundle...
bjooos
Teu texto ficou como sempre muito bom.
Abço.
O homem é mágico. E reproduzir de forma escrita o que ele conta é muito difícil.
Mas eu tento.
Obrigado por ler, Dora.
Mto boa!