Jorge Amado, Neruda e os vinhos chilenos

-Los mejores vinos del mundo son chilenos...
O dono da casa já contara ter ouvido esta sentença pela centésima vez naquela noite, mas não diz palavra alguma sobre o assunto, apenas sorria.
-Los vinos brasileños no llegan a los pies de los chilenos. A casa, situada no bairro do Rio Vermelho em Salvador/BA sempre recebia visitantes ilustres, mas nenhum era como aquele chileno tão orgulhoso da produção vinicola de seu país.
-Ni en Europa para producir esos vinos maravillosos...
A conversa seguia animada e o adiantado da hora aliado ao consumo dos vinhos fez com que o convidado acabasse por cair no sono... Foi para a terra de Morpheus guiado por Baco.

Durante o sono do convidado falastrão, o anfitrião – zelosamente - recolhe todas as garrafas vazias do néctar chileno e as carrega para a cozinha da casa.
Uma a uma ele as enche com vinho brasileiro do tipo sangue de boi, a mais popular linha de vinhos produzida por aqui. No almoço, já devidamente recuperado dos excessos da noite o visitante volta a entornar o vinho e bradar a quem quisesse ouvir: -Los mejores vinos del mundo son chilenos!
De sua rede Jorge Amado não dizia palavra alguma, apenas ria seu riso travesso de quem acabara de aprontar uma pegadinha com o poeta Pablo Neruda que continuava eufórico proclamando seu Chile natal como o campeão da vinicultura.




A pausa da F1 por três semanas não rendeu nada tão bom para virar crônica ou esculacho total por aqui, mas com a proximidade da corrida (?) de Barcelona as coisas vão entrando nos eixos e a categoria máxima do automobilismo vai voltando a ganhar espaço aqui...
Assim como a edição da Rádio On Board pré Espanha que já está disponivel e que trás - além de mim, claro - o grande Felipe Maciel em uma edição rápida mas certeira.