Contos do Le Sanatéur - O morto na esquina - epílogo

Após as fotos de Coyote e as notas de Ron, chega o comissário de polícia Le Felipon.-O que acharam ai rapazes?
-Um cara bem vestido, muito perfumado e morto. – diz Coyote.
-É viado? – pergunta o comissário.
-Não sabemos... Mas tá morto e a única coisa que achamos de diferente é este negócio na testa dele... Eu dei uma mexidinha, mas o Ron não quis nem olhar...
-E o que é? – pergunta Felipon já colocando o dedo e constatando. – É um tipo de cera...
-Cera? – espanta-se Ron.
-É... Cera... E formam algarismos... Vamos chamar o povo do CSI 45, aqueles caras descobrem tudo... - determina o comissário.
-Tá certo... Vou bater uma última chapa - e fotografa.

De volta a redação e após revelar as fotos, Coyote mostra o resultado a Ron que se prepara para escrever a história, seja lá qual for, do caso.
-Estranho... E nem sabemos do que exatamente ele morreu. – diz o repórter.
-Fato... E nem sequer esquadrinhamos os bolsos dele em busca da identidade. – lamenta o fotógrafo quando toca o telefone.
-Atende aí Ron...
-De novo eu? Le Sanatéur, a telefonista falando...
-A telefonista? Com esta voz grossa? – diz o interlocutor do outro lado da linha.
-Quem fala? – pergunta o repórter.
-É o agente A. Lysson da criminalística, tenho informações sobre o corpo achado pela manhã... Era Frad Campus, comentarista de esportes da rádio local. Morreu em decorrência de uma pancada na fronte.
-Na fronte? Mas logo no lugar mais duro do crânio? – diz Ron.
-Pois é... Nele não era – responde o agente da criminalística – sabe o que mais? Aquela cera na testa era batom...
Ron conta a novidade a Coyote e os dois se espantam.
-Obrigado, A. Lysson, depois passa no caixa do jornal, aproveita que o chefe tá cansado... - diz Ron.
Então Coyote se lembra de algo curioso que viu em uma de suas fotos, examina com mais cuidado e vê que na viga de concreto onde o corpo estava encostado haviam números deformados e em vermelho. E tinham o mesmo padrão deformado visto na testa do presunto.
-Olha aqui Ron... As duas manchas vermelhas têm o mesmo padrão. Na testa e na viga...
Intrigados, nem percebem que Le Felipon entra na redação, e tomam um susto quando ele fala.
-Ele morreu porque bateu com a testa na viga... Não precisam mais queimar a mufa pensando nisto.
-Como? – diz Ron.
-Simples... – prossegue o comissário – Encontramos uma mulher que esteve com ele antes de morrer. E ela disse que conversaram por horas... Ele a cantava há muito tempo. -Ela bateu a cabeça do cara na viga? – pergunta Ron sem entender nada...
-Não! – diz Le Felipon – Ele mesmo bateu a cabeça lá...
-Por vontade própria? Não é possível... – continua Ron sem entender.
-Ahá! – interrompe Coyote – Então tá... Entendi... Ele pediu o telefone dela, e na falta de caneta e papel ela usou o batom para escrever, na testa dele, o numero do telefone.
-Mas porque na testa? –inquire o repórter ainda confuso.
-Simples! – diz Coyote – O cara era vaidoso demais, pelo perfume e a qualidade das roupas, para deixar que ela sujasse uma peça. Ou era casado...
-Exato Coyote. – dispara o comissário – Continue...
-Então ele lembrou que se fizesse o mesmo que se faz com um carimbo e acertasse a testa em algo, o numero ficaria impresso lá e ele poderia copiar. Certo? – conclui o fotografo.
-Certo... E nem quis procurar um espelho... Só que deu com a cabeça com força demais na pilastra de concreto...
-Isto explica o símbolo do N.Y. Vascow no bolso dele! - lembra-se Coyote.
O minuto de silêncio precede a frase em uníssono: “-Mas que burro!”.

As fotos deste e do post anterior são cortesia de Anselmo Coyote, dileto amigo e genial fotografista.

Comentários

Daniel Machado disse…
Realmente, muito burro mesmo. Mas ótima história Groo, gostei muito mesmo. Essa de colocar o telefone a testa com batom e bater a cabeça pra gravar e acabar morrendo é bem bizarro kkk.
Marcos Antonio disse…
uma morte bizarra ao estilo CSI!rs mas mto bom o conto, morro de rir com as histórias do Le Sanateur...ótimo!
Marcelonso disse…
Groo,

Esse cara acho que tinha algum parentesco com o Almir,pela sua genialidade.

Belo conto,parabéns

abs
Anônimo disse…
... e M.C., manda: http://gente.ig.com.br/materias/2010/09/02/as+musas+do+aberto+de+tenis+dos+estados+unidos++9580115.html ... Para acabar com essa "meinha" internética insupooorrrtável, intragáááável... aiiiiii ! Mulher boa e bonita prá oces !
Anselmo Coyote disse…
Kkkkk!!!
Esse cara deve ser português.

Groo,
As fotos desse epílogo são de minha autoria. As da parte 1, não. Acho que vc se confundiu.
Abs.
Anônimo disse…
"É... Cera... E formam algarismos... Vamos chamar o povo do CSI 45, aqueles caras descobrem tudo... - "
Ri demais qdo entrou em cena o pessoal de CSI kkkkk. Mto bom Groo, ficou mto boa a adaptação do tema pra uma época bem antiga. Flw
Remédios a bela disse…
Groo,
Parabéns por mais um belo conto. Você falar do CSI foi ótimo.
Coyote, Você é o cara. Suas fotos estão lindas. Paris ganhou mais elegância através de suas fotos.
Abraços.
Anselmo Coyote disse…
"Coyote, Você é o cara. Suas fotos estão lindas. Paris ganhou mais elegância através de suas fotos.
Abraços. 3/9/10 20:17"

Putz...!!! Ouviu essa, Groo?
Não preciso ganhar mais nada este ano.
Obrigadíssimo, Remédios.
Abs.
Ron Groo disse…
Ah é... Não precisa ganhar mais nada?
Então vou ficar com aquelas garrafas de Januária special gold que comprei para você.
Perdeu, parceiro!
Remédios a bela disse…
Pô Groo, ai é jogo baixo né?
Coyote são belíssimas suas fotos. Ver Paris retratada por este ângulo é uma preciosidade. Parabéns mais uma vez, pela qualidade de suas fotos.
Abraços.
Anselmo Coyote disse…
Comprou pra mim então já são minhas... rsrs.