O segundo semestre de 1986 iniciava o que se pode chamar de sua fase de ouro do rock no Brasil. No ano anterior Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho arrebentaram em seus shows no primeiro Rock in Rio, enfrentando na cara dura as hordas de fãs do metal ganhando seu respeito e de quebra o do resto do país mostrando a força de seus trabalhos que estavam anos luz da ingenuidade do RPM e das palhaçadas pueris da Blitz.
O Barão lançou Declare Guerra, disco injustamente considerado menor em sua discografia, mas que soa como uma declaração de independência justamente por não contar mais com Cazuza. Agora era uma banda de verdade e não apenas o apoio luxuoso do vocalista de língua presa.
Os Paralamas estavam a bordo da turnê de divulgação de Selvagem?, talvez seu álbum mais contundente e politizado, iniciando o aprofundamento na mistura de ritmos e culturas que pode-se dizer foi o protótipo do rock brasileiro de verdade e não apenas rock cantado em português.
A Legião Urbana começava a ganhar o posto de mais popular banda de rock do país com o lançamento de Dois que plantou as sementes – mais até que o primeiro álbum – do que viria a ser sua obra.
Entre outros nomes menores.
Mas faltava uma banda e um disco raivoso, agressivo por instinto, com perigo e violência quase que gratuitos. Como eram os adolescentes roqueiros de então.
E esta tarefa coube a um combo de músicos paulistas que já estavam na ativa desde o inicio dos anos 80, mas que só havia lançado seu primeiro álbum em 84: os Titãs.
Era um período complicado para a banda que ainda não havia emplacado apesar dos hits “Televisão” e “Sonífera Ilha” terem boa aceitação.
A banda estava em busca de uma identidade musical, já que seus primeiros dois discos atiravam em várias direções.
Nasce então o clássico: Cabeça Dinossauro.
Arnaldo Antunes e Tony Belloto haviam sido presos por porte de heroína e o fato inspirou a composição da funkeada “Estado violência” e do clássico “Polícia”. Com seu riff central emulando uma sirene de camburão foi regravada por vários artistas incluindo o Sepultura.
“Porrada (nos caras que não fazem nada)” era a tesoura que cortava a delicada ligação entre o futuro e o passado “universitário” da banda.
O antirreligioso hino “Igreja” que escandalizara a sociedade com versos como: “Não gosto de bispo, não gosto de Cristo, eu não digo amém” era mais uma agressão gratuita que um atestado de convicções. Durante os shows, alguns membros da banda até deixavam o palco. Arnaldo Antunes não participa do vídeo clipe e nem sequer participou do hoje histórico programa Chico e Caetano, na TV Globo quando executaram a canção em dueto com Caetano Veloso.
Assim também como é gratuita a agressão em “Bichos Escrotos”, que colocou na boca do público o refrão: “Vão se fuder!”
“Homem primata” é o que se pode chamar de a musica mais “adulta” do disco, o que não é – nem de longe – um demérito à canção ou ao próprio disco que soa tão jovem quanto seu público e o próprio BRock.
O disco ainda trazia “O quê” um funk experimental de letra concretista que alçaria Arnaldo Antunes ao status de um dos melhores letristas de sua geração. Ainda que a letra pareça não dizer absolutamente nada.
Com exceção de “Dividas” e “A face do destruidor” – um hardcore revolucionário para os padrões brasileiros – todas as outras faixas tocaram nas rádios e se tornaram quase que obrigatórias nos shows.
Hoje, vinte e cinco anos depois, pode-se dizer que é uma das pedras fundamentais do rock no Brasil e o toque de Midas na carreira da banda, que ainda lançou álbuns ótimos e até revolucionários como O blesq blom, porém nunca mais repetiu a raiva espontânea que exala de Cabeça Dinossauro.
O Barão lançou Declare Guerra, disco injustamente considerado menor em sua discografia, mas que soa como uma declaração de independência justamente por não contar mais com Cazuza. Agora era uma banda de verdade e não apenas o apoio luxuoso do vocalista de língua presa.
Os Paralamas estavam a bordo da turnê de divulgação de Selvagem?, talvez seu álbum mais contundente e politizado, iniciando o aprofundamento na mistura de ritmos e culturas que pode-se dizer foi o protótipo do rock brasileiro de verdade e não apenas rock cantado em português.
A Legião Urbana começava a ganhar o posto de mais popular banda de rock do país com o lançamento de Dois que plantou as sementes – mais até que o primeiro álbum – do que viria a ser sua obra.
Entre outros nomes menores.
Mas faltava uma banda e um disco raivoso, agressivo por instinto, com perigo e violência quase que gratuitos. Como eram os adolescentes roqueiros de então.
E esta tarefa coube a um combo de músicos paulistas que já estavam na ativa desde o inicio dos anos 80, mas que só havia lançado seu primeiro álbum em 84: os Titãs.
Era um período complicado para a banda que ainda não havia emplacado apesar dos hits “Televisão” e “Sonífera Ilha” terem boa aceitação.
A banda estava em busca de uma identidade musical, já que seus primeiros dois discos atiravam em várias direções.
Nasce então o clássico: Cabeça Dinossauro.

“Porrada (nos caras que não fazem nada)” era a tesoura que cortava a delicada ligação entre o futuro e o passado “universitário” da banda.
O antirreligioso hino “Igreja” que escandalizara a sociedade com versos como: “Não gosto de bispo, não gosto de Cristo, eu não digo amém” era mais uma agressão gratuita que um atestado de convicções. Durante os shows, alguns membros da banda até deixavam o palco. Arnaldo Antunes não participa do vídeo clipe e nem sequer participou do hoje histórico programa Chico e Caetano, na TV Globo quando executaram a canção em dueto com Caetano Veloso.
Assim também como é gratuita a agressão em “Bichos Escrotos”, que colocou na boca do público o refrão: “Vão se fuder!”
“Homem primata” é o que se pode chamar de a musica mais “adulta” do disco, o que não é – nem de longe – um demérito à canção ou ao próprio disco que soa tão jovem quanto seu público e o próprio BRock.
O disco ainda trazia “O quê” um funk experimental de letra concretista que alçaria Arnaldo Antunes ao status de um dos melhores letristas de sua geração. Ainda que a letra pareça não dizer absolutamente nada.
Com exceção de “Dividas” e “A face do destruidor” – um hardcore revolucionário para os padrões brasileiros – todas as outras faixas tocaram nas rádios e se tornaram quase que obrigatórias nos shows.
Hoje, vinte e cinco anos depois, pode-se dizer que é uma das pedras fundamentais do rock no Brasil e o toque de Midas na carreira da banda, que ainda lançou álbuns ótimos e até revolucionários como O blesq blom, porém nunca mais repetiu a raiva espontânea que exala de Cabeça Dinossauro.
Comentários
Titãs
Composição: Sérgio Britto
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...(2x)
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...
... ai, ai... Manda um beijo pro Sergin, senhor Groo. Pelo menos, foi o 1º careca que vi no xou biçinés pindoramense. Ou foi o cara do Roupa Nova que carecou-se primeiro ? Titãs e Roupa Nova... poderiam fazer um xou juntos ! Iam sempre ao Chacrinha, os dois conjuntões ! A "rebeldia" e a cafonice andam juntas e eu nem desconfiava... Voces querem bacalhau ! Alô, teresinha, quer fazer um fom fom na minha... buzininha ? Adorei a revolução deles, dos Titãããããã ã ã ãs. E o Artunes Analdo, punk de boutique, lá, cabeça dinossaurando entre as chacretes boazudas ! Senhor Groo, entendes de música, então, por favor, imitou quem o supremo Tititi tã tã tã ? Hã ? Joe Strummer, na fase The 101 ers ? Ou o amigão do peito dele, David Buuuuuurne do Tólquin Redis ? Fico com o líder do The Clash. Botaram o país de cabeça prá baixo os 10 caras punquizaços ! As colegas de auditório do Silvio Rá Raí, compraram este L.P. aí, com cara de indio na capa ! Quebraram a casa, jogaram os filhos pela janela ! O maridos saíam correndo ! O Sérgio Pitchinini deu 10 prá eles no xou de calouros ! Pedro de Lara deu 7. O aca$o tá protejendo bem todos eles, mauzinhos de mentirinha. Os Titanicos e os jurados ! Mas os titãnicos não são nem um pouco capitalistas ! São çossialixtas. Acreditem. Música nova, prá cima deste desgoverno de hoje ? O quê ! Ninguém vai entender... Corajosos estes nossos músicos. É o amor, o calor, que aquece a alma ! De Peugeot, claaaaaaro ! Manda um abraço para o Rando Neis que deve ter um Peugeot conversível. Burguês, ele ? Não, que isso, companheiro... Eles não levam os filhos à Disney. Não... Como nossos pais, diria Belchior, na voz de Elis Regina. Quem escutou a fantástica letra na poderosa voz aprende e sabe qual é dos "re re re revolucionário$ ". Revolucion igualzinha a dos Bitous ! Começaram maus e acabaram cordeirinhos... Ou será o contrário ? Com os bitous ! Ah, diz pro senhor Madu Maler que a heroína dele tá precisano fazer uma plástica.... Quem avisa amigo é... E que bloguinho xumbrega é o dele... tem otário que acompanha o cara no feicebuque... HA !
açinadu, M.C., o palhaço que acreditou nisso aí... Anus atrás.
e ter dito amém...
Olimpico M.C.
Abs!
em outras palavras: establishment.
Quem o Arnaldo Imitava? Na época eu achava totalmente original, mas depois saquei - com o decorrer da carreira dele até - que era meio David Byrne.
Esse disco foi excelente sem dúvida.
Me lembro que estudava num colégio de padres, com meus 14 anos, e tinha um padre que era linha dura.
Então num belo dia, copiamos o desenho da capa do LP e colamos na parede da escadaria, com o nome do padre em letras garrafais...
Não sei porque, mas me lembro que ele não ficou nada contente com a homenagem!
abs
Valeu Ron!!!
Abs