Robert Johnson

-Quem é o outro cara que está tocando com ele?
-Outro? Não... Ele está tocando sozinho, pode olhar aqui nos créditos da capa...
-Rapaz! Parece que tem dois tocando violão... Coisa do Demo...

O dialogo acima envolvia Keith Richards e Brian Jones.
Brian acabara de mostrar a Richards algumas das 29 gravações deixadas por Robert Johnson como legado. A história de sua vida poderia facilmente contada com um blues, desde a procura pelo pai que o abandonara ainda criança, as perdas pessoais – como a esposa que morreu em um parto – até o lendário envolvimento com o lado negro, tendo vendido a alma ao Capiroto em troca de uma habilidade incrível ao violão.

Para dois bluesman, Son House e Willie Brown, que conviviam com Johnson, ele era apenas um aprendiz promissor como tantos outros.
Em suas andanças a procura do pai, encontrou um tutor musical no mínimo curioso: Ike Zinnerman, um bluseiro que adorava ensaiar em cemitérios.
Fato é que Robert desapareceu por algum tempo e quando voltou a encontrar os amigos Son e Willie tocou blues de forma tão fantástica e mágica que a hipótese do pacto ganha força.
Johnson tocava como se quatro mãos estivessem sobre o instrumento, daí o estranhamento do Stone ao ouvir o disco.

Outra característica apontada como fruto do pacto era o poder de mesmo em uma sala lotada, com conversas paralelas à sua e mesmo aparentando não estar prestando atenção ao rádio, era capaz de no dia seguinte reproduzir nota por nota alguma canção que lhe houvesse chamado a atenção
Algumas de suas criações têm explicitamente o Coisa ruim como personagem principal: Me and devil blues, Hellhound on my trail, Preaching the blues (Up jumped the devil) entre outras que não trazem o Pé de Bode no título mas o citam em sua letra...

Morreu aos vinte e sete anos vitima, provavelmente, de um marido traído envenenado com uma garrafa de uísque que, segundo Sonny Boy Williamson, já havia chego a sua mesa aberta. E já era a segunda.
Sonny Boy contou também que mesmo passando muito mal devido à ação do veneno, Johnson ainda tocou e cantou a noite toda. Foi levado para a casa de um amigo e alguns dias depois morreu, oficialmente, de pneumonia.
Outra lenda a cerca do tal pacto é que enquanto agonizava, Robert teria chamado por um tal Tush Hogg, que ninguém sabe dizer quem era. Assim como não há registro do nome do desconhecido que o acudiu. Seriam a mesma pessoa?

Talvez soe leviano apontar este ou aquele artista como “pai” de um estilo musical historicamente tão rico quando o Blues, mas que Johnson ajudou a definir os rumos do estilo me parece inegável.
Bem como a influência sobre quase todos os roqueiros nos 60 e 70 tendo sido regravado por Eric Clapton, Stones, Hendrix, Doors entre outros.
A nevoa que costuma cobrir a história em seus primórdios parece não conseguir encobrir nem embaçar a imagem de Robert Johnson.
Seria coisa do Nefasto também?




Comentários

Rafael Schelb disse…
Só tenho uma palavra pra esse cara: Gênio!
Anônimo disse…
...e M.C., escreve: sabe o que eu acho ? Senhor Groojean( HA !), os americanos são duca, não ? Claro. Sei que o senhor gosta de História americana e principalmente escrever sobre a música deles mas por quê não "falar" mais sobre a MPB e seus músicos ? Gostaria de saber mais sobre o albino Sivuca... Egberto Gismonti... Sou brasileiro e já desisti - aqui é uma bagunça só e só bagunça - então, como ia dizendo, brasileiro sou mas não meto o pau nos americanos e ingleses à toa( ou à esquerda ) admirando-os como duas nações fantásticas mesmo sabendo dos erros na história dos dois países. E erros deles são gigantescos ! Os nossos... mesquinhos... tipo: um velhinho na fila do INSS esperando a vez às 5 horas da manhã num dia chuvoso ou uma jovem se contorcendo em dores devido a denuge, numa UPP a espera por 3 horas para ser tratada. E a culpa é nossa ! Dizem os nossos queridos e confíaveis jornalistas que dizem a saúde ser um "desafio" para os cariocas isso porque o ibope, a pedido da prefeitura do rio, ter feito mais uma pesquisazinha amiga... desafio... E tem meningite ! Engraçado, do "grande" golpe até a "grande" democracia, os dois momentos gigantecos da nossa história, as grandes doenças tinham diminuídos suas influências sobre o povão. A doença de Chagas tinha sido erradicada ! Febre amarela, do mosquito... também, me lembro... mas voltaram com força total ! Com PT no poder, elas parecem que engataram a sétima marcha ! Estão mais rápidas as suas dissiminações que a Renault Red Bull do Vettel ! Mas estava falando de música e de como os EUA e a Inglaterra influenciam o seu gosto musical, senhor Groo, mas, somos brasileiros, então, músicos brasileiros um pouquinho mais, tá ? Não quero ficar envergonhado... Pode botar aí, já que esquerda é, uns músicos argentinos... eles tem vários ! E Tango, convenhamos, é melhor que Samba. Obrigadinho...
Anônimo disse…
dissEminações... ô lingua ! Cigarro... ti ti ti... e o cara se acha revolucionário, quebrando todas as regras por fumar... cigarro ! Bebidas ! " Sô radical ! Anarquista ! Desafio os costumes burgueses e a vida é curta e tenho que aproveitar ! Mané é voce que é arregão ! Politicamente correto ! Corintía ! " " PÁ ! " " Mô ! Que qui foi isso ? Tiro, aí ? Socooooorro ! Vamu pru quarto do pânico ! Ainda me mudo do Morumba... ai... " " Eraldin, foi só o meu pai trocano uma lampada e ela estourou na mão dele, meu ! Temo que levá papai prá tomar ponto no hospital porque uma das zoeiía dele tá sangrano... Saia daí, Eraldin... os homi já tão presos ! Foi norticiado onti, na Bandeidantes, deixa de sê arregão, mano ! Xiiii, tu correu tanto que deixô o cigarro cair em cima da cama e o lençol tá pegano fogo ! Deixa di sê cagão... Sai daí, Eraldin ! Papai lutou na 2ª Guerra, na Itália, e tá com a mão na zoeia e um pé de cabra na outra só prá ti dá no côco, seu bumbão ! " " Tá... num é tiro não, né ? Voce garante, né ? Ô, bairro perigoso... vô saí... vô saí daqui... Pede pro teu pai mudar pro Alfafavili !" " Eraldin... que cheiro é esse ?" " Cigarro, muié, num disse que sou Rel Angéu ? Animal, radical, contra o estabilixmém " ? " Não, Eraldin... o cigarro eu já apagei o fogo dele e olha o furo do lençol que ele fez... cheiro de cocô ! Vai tomar um banho, Eraldin ! Rápido ! Deixa que eu levo papai pro Albert !Cigarro..."
Net Esportes disse…
Assim como o citado Brian Jones, ele faz parte também da "Maldição dos 27" onde os artistas/músicos consagrados morreram aos 27 anos .... como Janis Joplin, Jim Morrison e Jimi Handrix .... além da Amy Winehouse recentemente !!!!!!!!!!
Ron Groo disse…
E Kurt Cobain.
Marcos Antonio disse…
conheci robert johnson quando via sobrenatural quando citam que ele fez o pacto com o diabo pra ser um gênio no violão. Se fez, nossa, foi bem feito então, porque o cara realmente era o diabo tocando viola!
Rubs disse…
Reza a lenda que Robert Johnson tocava apenas harmônica. Pegou um violão pela primeira vez no fatídico ano de 1929. Em 1930 Johnson teve contato com Charlie Patton e Son House. Dizem que o neguinho mostrou seu ponteio para Son House, que não ficou muito impressionado.
Aí começa, efetivamente, a iniciação com o Que-Disse. Não existe desvelamento de mistérios tão obscuros por conta, risco e esforço próprios. Todos falam em Johnson, mas ninguém fala no seu guia obscuro: o violonista do Alabama, Ike Zinnerman.
Em apenas dois anos sob a tutela de Zinnerman, na cidade de Hazelhurst, no delta do Mississipi, Johnson passou a desafiar o possível na escala do tempo. Peregrinou pelo Delta durante os anos de 31 e 32 até encontrar-se novamente com House, na cidade de Robsonville.
A incredulidade de Son House consolidou a lenda: seria impossível a passagem de mediocridade para a genialidade sem ajuda do invisível.
Cross Road Blues,If I Had Possession over Judgment Day,
Up Jumped the Devil inspiraram sobretudo Howlin' Wolf.
Wolf anunciava, explicitamente, o vínculo essencial do Blues com the Devil.
Curiosamente, o tema parece ser um Universal Antroplógico. Em culturas e épocas distintas o motifema reaparece. Helena Meirelles, que tocava na zona, aludia a inspirações estranhas e, vez por outra, aparece algum violeiro ponteando melodias desconcertantes, em meio a uivos ao luar.
Gabriel Carvalho disse…
O que ele fez, se é que fez, não importa. Mas o cara mandava muito e influenciou uma geração.

Obrigado, Robert Johnson.

E só por isso vou ouvir agora "Me and Mr. Johnson", do Clapton.

Abraço!
Guilherme da Luz disse…
Nossa que Sonzera do Robert Johnson!

Ron, já venho acompanhando o seu site faz um bom tempo e como sempre você produz artigos bem interessantes. Dei gargalhadas com a conversa entre o Rubens e o Frank Williams, ainda não verifiquei o desfecho final porque estava viajando.

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