Não serei hipócrita. Continuarei não gostando de sua obra...
Não lerão que foi injusto o fato de Bruno ter ficado com a vaga apenas porque tinha uma carteira mais recheada.
Não leram quando Petrov ficou com a vaga na Lotus pelo mesmo motivo. Questão de coerência.
Não é porque acabou – se é que acabou – a longa passagem do 1B pela F1 que encontrarão aqui nada light ou condescendente.
Em minha ótica, sempre perdeu o bonde. Sempre perdeu as horas certas para algumas decisões.
O maior exemplo é aquele fatídico e emblemático GP da Áustria em 2002 quando cedeu a posição para o primeiro piloto. Poderia ter feito sem alarde. Não precisava gostar da idéia, ficar feliz...
Mas resolveu fazê-lo em cima da linha de chegada na intenção de deixar marcado que não estava de acordo. Se não estava de acordo e não havia nada que o obrigasse (entenda-se contrato), não fizesse. Simples assim.
Mas se havia algo escrito e firmado... A hora de ser o rebelde não era no último metro da última volta. Aquilo ao invés de significar rebeldia acabou marcando como o momento do “capachismo”.
E Rubens infelizmente não soube a hora de parar.
Poderia ter saído após um ano (2009) redentor com vitórias e poles pilotando o fenômeno Brawn. Seria a hora ideal... Sairia por cima, vencendo...
Era melhor ter ido ver o filme do Pelé... |
Eu como fã talvez concordasse, mas a Williams que o contratou já não era a pálida sombra do time vencedor pelo qual um dia correu Piquet, Prost, Mansell e alguns outros menos cotados. Senna tio não vale por na conta...
O viés de baixa era visível e o tamanho da ladeira que começaria a descer parecia incalculável.
Em 2011, seu segundo ano pela Williams, marcou apenas quatro míseros pontos tendo assim sua segunda pior temporada na carreira, ficando atrás apenas do ano em que correu com a EcoHonda pintada com o mapa mundi...
O poço da equipe era, infelizmente, tão fundo que teve de alugar – não há outra palavra pra definir – suas duas vagas para este ano.
Era ou não para ter declinado do convite de Sir Frank Williams e ter ido curtir uma aposentadoria escolhida por conta própria e não imposta como a que agora se apresenta?
Porém pior que esta aposentadoria “forçada” seria fazer sua possível vigésima temporada andando em sub-F1 como os da HRT, única vaga ainda restante e pela qual eu não duvidaria que ele ainda esteja brigando.
Mas também não lerão mentiras. Ninguém lerá aqui que ele é um perdedor...
O cara fez na vida o que quis e o que gosta.
Ganhou dinheiro, estabilidade e notoriedade - em suas próprias palavras – se divertindo.
O que faz dele, no âmbito pessoal, um vencedor.
E na esfera esportiva também tem suas vitórias: é o recordista em largadas, o homem com mais GP´s disputados e com uma das mais longevas carreiras na categoria top do automobilismo.
São pequenas, insignificantes diante do título mundial que nunca veio, mas são vitórias...
Ainda assim continuarei não gostando de sua obra...
Comentários
Pagando por uma dívida de um carro que, no passado, se comportara como seriema a correr na estrada. Pagando pela maior comoção que já testemunhou em toda sua vida de corridas. Bruno leva aporte como qualquer outro, mas, por ser tecnicamente mais frágil, quem paga é Frank e, ao fazê-lo, presta um tributo à memória, ou, quem sabe, à sua própria consciência.
Aos 39 anos, o Beato Barrica, enfastiado como abelha que estoca mel excessivo, embriagado no néctar do seu entusiasmo, é uma taça que quer transbordar-se: que seria do esplendor da F1 sem olhos que o vejam e se regalem? Anuncia que descerá às profundezas e iniciará seu ministério público. Não leva nenhuma serpente, ou águia, mas a sua fiel e imortal tartaruga.
Para atingir a turba, anuncia em sua rede social:
- Senhores! Que significam vossos efêmeros segundos e décimos de segundo e milésimos de segundo diante da totalidade do tempo? O que é um macaco para o homem a não ser motivo de riso ou vergonha? O que são vossas vergonhas fugazes na perspectiva do eterno?
- Senhores! Eu vos proponho a subversão de todos os pequenos valores fundados na efeméride dos segundos: eu vos proponho o Homem-Tartaruga!
Ao que a multidão respondeu:
- Chegastes em segundo, Ó Beato. Antes de ti, veio outro herói que nos ensinou o Super-Homem. É bem verdade que passou tão rápido quanto uma estrela cadente, mas, com ele, aprendemos a fabricar meteoros. E fabricamos o novo Barão Vermelho, Dick Vigarista; vimos o El Cid das Astúrias; nos surpreendemos com Cavaleiro Negro e nos divertimos com o Ice-Man. Agora, nos deleitamos com a Lebre Maluca...
E, assim, mestre do tempo, Beato Barrica inicia o seu ocaso, indicando que o futuro é aberto e infinito como a totalidade do tempo.
Acho que o Barrichello um Grande Piloto. Mas, sempre mas... ser o Sucessor de Senna Tio é uma tarefa ingrata!!!
"Respeitando ao Próximo, que nos faz Respeitáveis!"
O grande erro de Barrichello é ter a língua maior que a Competência! Se ele deixa-se o Galvão com seus Eufemismos e se Dedica-se a ser um campeão. Teria mais resultados e menos piadas no Curriculo!!!
Até mais...
Alguém ousaria dizer que Barrichello não teve oportunidades?
Sua saída foi um ponto final na mesmice.
Valeu
Abs!
Gonçalves fez a sua história na F1 e ganhou também muito dinheiro.
Assim como você, vejo que ele perdeu a hora de parar em 2009.
Mas não esquenta, garanto que ele vai comentar as corridas ao lado do Gavião...
abs
Mas digo que concordo. Com tudo.
Sem mais. ^^
Abs!
PS: adoro FNM, portanto, excelente música.
Abraços.
Alonso não sabia de nada sobre a armação potencialmente homicida envolvendo o seu companheiro de equipe e o Flavio Briatore no GP de Singapura? Tudo bem!
Hamilton mentiu aos fiscais da FIA sobre a manobra de bastidores para que o Trulli ficasse atrás do safety car no GP da Austrália de 2009? Tudo bem!
Fisichella não conseguiu fazer absolutamente nada nos GPs em que pilotou pela Ferrari? Tudo bem!
Schumacher (ele de novo) espremeu o Barrichello contra o muro no GP da Hungria, e só disse um "desculpe" meia boca depois de fingir que nada de mais havia acontecido? Tudo bem!
Barrichello foi incapaz de corresponder à expectativa popular de que seria o novo Ayrton Senna? E além disso, não soube agir de modo frio e dissimulado quando a Ferrari o intimou a ceder a vitória a Schumacher no GP da Áustria de 2002, nem mandou a equipe às favas (junto com sua carreira na F1) para mostrar que não tem sangue de barata?
Bicha, bicha, bicha!
Realmente, os critérios de avaliação utilizados por grande parte da torcida brasileira da F1 dariam um belo tratado na área da psicologia social.
M.C.
Um abraço,
Guilherme da Luz
www.seguroauto.org
Não esperava menos de você na despedida do Rubens. E mais: concordo sobremaneira com a questão "sempre perdeu o bonde". É EXATAMENTE isso. Infelizmente.