Canções bobas de amor


John Lennon, aquele, um dia escreveu uma canção chamada “How do you sleep?” e a lançou em seu álbum Imagine de 1971.
Na canção questionava Paul McCartney, o outro, por só lançar canções tolas sobre de amor.
Numa atitude muito deselegante, diz que: “-Os caras estavam certos em dizer que morreu”, referindo-se a alguns malucos que enxergavam evidencias de que Paul havia morrido em 1966 e tinha sido substituído por um sósia.
E prosseguia: “... tudo que você fez foi ontem (Yesterday, canção de Paul nos Beatles) e desde então é só outro dia (Another Day, canção solo McCartney) e terminava questionando “-Como você consegue dormir?”

Paul, que com o fim dos Beatles formou os Wings e seguiu sua carreira de forma mais constante, demorou a dar a resposta, mas quando veio foi em grande estilo no seu álbum At the speed of sound, de 76
“-Você deve pensar que já existem canções bobas de amor o suficiente, mas olho ao meu redor e não vejo isto. Alguns caras querem encher o mundo de canções bobas de amor, o que há de errado nisto? Eu gostaria de saber, porque aqui vou eu de novo: Eu te amo! Não posso explicar o sentimento, você não vê?”
E alfinetava a relação de John com sua esposa Yoko – tida como autoritária - com versos sobre o seu próprio com Linda McCartney:
"-Ah, ela me deu mais, ela deu tudo para mim e o que há de errado nisto? O amor não vem em um minuto. Às vezes ele não vem nunca... Só sei que quando estou apaixonado ele não é bobo. O amor realmente não é bobo...”
John acusou o golpe. Não voltou mais ao assunto e segundo alguns até capitulou lançando em 1980, em seu último disco Double Fantasy a canção “Woman” que é linda e... Boba.
Aqui talvez caiba a discussão se a canção de Lennon é ou não boba, mas que a resposta de Paul ao insulto original é maravilhosa, isto ninguém há de duvidar ou negar, só faltou dizer: "Durmo muito bem! Obrigado!"

Comentários

Anônimo disse…
AHA ! M.C. entende tudo de F1, não ? Pedi um " tempinho " para o Catarrão e não é que que a Ferrada aparece com um bico igualzinho ? Ah, isso aí é antiga... já sabia faz tempo ! Sili lovi songuis.... Aiiiiii lóvi iuuuuuuuu ! Aiiiiii lóvi iuuuuuu ! Aí lóvi iuuuuuu ! Dizem que John ficava louco quando pegava um táxi em Niu Iorqui porque os Raxidi cantavam isso para ele logo quando o avistavam....


Senhor Groo, aiiiiii Lóvi iuuuuuuuu !

M.C.
Rafael Schelb disse…
Paul McCartney rules!
Marcelonso disse…
Groo,

O ser humano é contraditório por natureza...

Esses dois caras marcaram a história da musica. E vamos combinar, tem horas que curtimos uma musica boba a dois, não é verdade?

Ah, se vc não viu recomendo assistir - O garoto de Liverpool
O filme conta a história de Lennon...

abs
Daniel Machado disse…
Ouvi falar nesse filme que o marcelonso falou, mas ainda não consegui assistir.
E sim Paul McCartney rules!
Rubs disse…
Esse fanfarrão ouvia Bad Penny Blues e, literalmente, roubou um compasso inteiro do solo do pianista Johnny Parker, nota por nota, e o colocou em Lady Madonna. Mas o neto do ladrão defenderá sua herança até o Supremo Tribunal. Não passava de um tocadorzinho de skiff, que foi escolhido pela indústria cultural para forjar uma música de consumo de massa para a classe operária britânica. Um dos maiores fenômenos de marketing de todos os tempos.
Os Rolling Stones e Led Zeppelin ao menos foram honestos em prestar tributo aos seus mestres.
Rafael Schelb disse…
O Led Zeppelin é reconhecidamente a banda mais plagiadora do mundo. Gravaram uma porção de músicas de outros, usaram linhas melódicas de músicas de outros, e isso na imensa maioria do que eles lançaram, e nunca deram crédito. Não é à toa que o povo chama o Jimmy Page de "O maior ladrão da música negra americana".
Totalmente fail dizer que eles eram uma banda mais honesta...
Rubs disse…
Caro Rafael, os Yardbirds eram uma banda de blues: Jimmy Page, Jeff Beck e Eric Clapton. Todos tocaram com John Lee Hooker, Muddy Waters e muitas outras lendas do Blues. Os caras se cosideravam embaixadores do blues e come;caram fazendo covers do Chicago-Blues. Eric Clapton figura no quarto posto dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos, na lista da Rolling Stone. Jimmy Page aparece em nono, Keith Richards em décimo e George Harrison em 21o. Led Zeppelin começou como banda de blues-rock após o término dos New Yardbirds. O
blues está na identidade da banda. Ainda que não tenham explicitamente
reconhecido créditos, prestaram tributo, sim, às suas origens negras. Abs.
Ron Groo disse…
mas Rubs, o Led Zeppelim enquanto banda só deu crédito a Elmore James e outras feras depois que perdeu na justiça os processos por plágio em Wanton Song, Lemon Blues e outras...

O que o Rafael disse faz sentido sim.
Rubs disse…
Está certo caro Ron. Mesmo assim, não se pode negar que o blues é constitutivo da banda e está em seu dna. Por isso, é mais honesta em reconhecer suas origens, mesmo traindo-se na questão do plágio. O mesmo não ocorre com Paul MacCartney, que na era pós-Beatles nada fez de muito relevante. O fanfarrão não queria gravar "While My Guitar Gently Weeps" pq julgava a música ruim. Só gravou pq Eric Clapton decidiu participar.
Enquanto o álbum "Imagine" figura no terceiro lugar dos 500 melhores, na lista da Roling Stone, "Band on the Run" dos Wings está num honroso 418 lugar.
"Brainwashed" de Harrison é melhor do que tudo o que MacCartney fez depois dos Beatles.
Mas se vcs consideram-no melhor do que Jimmy Page, Eric Clapton e George Harrison, ok, legal.
Abs.
Anônimo disse…
blablabla... bom é Michel Teló.

M.C.
Ron Groo disse…
Cada qual na sua seara, mas o fato do blues estar no dna da banda não os dava o direito de rebatizar clássicos e registrá-los como seus.

Adoro Zep, adoro Harrison e gosto ma o meno do Clapton (mentira, gosto muito) mas não desvalorizo em um centavo Paul McCartney.
Rubs disse…
Não, não dava o direito. Ninguém tem esse direito. Por alguma razão Humphrey Lyttelton não quis processar McCartney, pelo mesmo motivo.
Como ouvinte, nunca fui muito com os cornos do sujeito. Pode ser absurdo, mas há um monte de gente que desvaloriza Ayrton Senna por não gostar dele. Coisa de torcedor.
Abs.