A banda do meio do mato

Critica musical é uma coisa bacana.
Geralmente os críticos são um grupo bem intencionado e nenhum pouco frustrado com suas carreiras.
Sobre o Led Zeppellin e seu primeiro disco, o New Musical Express mandou na lata: “bombástico, vazio, pretensioso e arrogante. Nunca emplacará.”.
Não é necessário dizer quem sifú neste caso.

O Queen foi eternamente perseguido pelos especializados tanto do NME, quanto dos outros tabloides.
“Bravata do Led Zeppelin, que já era ruim” - sobre o primeiro disco.
“De imitadores de Led Zeppelin a imitadores de opera.” – sobre o quarto disco.
 “Eram pretensiosos e arrogantes, agora tocam música de baile” - sobre o sexto disco.
“Ouvir este disco é como receber um balde de urina” – sobre o nono disco.
Só foram receber criticas mais “simpáticas” após a morte de Mercury.
A atitude da banda em razão das criticas foram anos de silêncio com a imprensa britânica especializada e – também – algum bom humor como reproduzir na contracapa de A Day At the Races uma frase do Times sobre o single Tie Your Mother Down: “Sheer Bloody Poetry”, algo como “pura poesia da moléstia”.

Aqui no Brasil também...
Principalmente nos cadernos “culturais” dos jornalões.
Pedra Letícia, uma banda vinda de Goiás recebeu de O Globo a seguinte critica: “Mais uns caras ai que vem do meio do mato querer fazer rock.”.
Fabiano Cambota, cantor e principal compositor, óbvio, detestou a critica e – segundo o próprio – desejou que o cara se fodesse de verde, amarelo e azul.
Mas curtiu o lance da “banda do meio do mato”, e quase nos mesmos moldes do Queen (guardadas as devidas proporções, claro) criou em cima da critica e mandou uma canção bacana.
Segundo os caras, a letra é o que é mesmo, sem nenhuma mensagem oculta e nem suscetível a interpretações mirabolantes.
E para o critico? 
O dedo pai de todos em riste.

Comentários

Rubs disse…
A crítica, quem critica? A história ou a realidade. E muita gente defende a bandeira de que certas áreas só têm sentido se forem "críticas". No final das contas, aposto que críticos inveterados acabam mal amados.
Certa vez, a Rolling Stones opinou sobre um álbum do Jethro Tull: "45 minutes of vapid twittering and futzing about, all play and no passion—expensive, tedious nonsense". Ian Anderson respondeu com Too Old to Rock and Roll, Too Young to Die.
Em 1988 ganhou o Grammy desbancando Metallica. O menestrel parece mesmo velho, mas muita gente que cresceu assistindo Thunder Cats respeita o dinossauro que mistura hard, Folk, jazz e progressivo. A melhor crítica é o tempo.
Anselmo Coyote disse…
"O artista é mais crítico do crítico do que o crítico do Artista." Caetano Veloso.
Criticar todos criticamos. Quando terminamos vamos cuidar da vida, tendo errado ou não, afinal opiniões todos tem. O perigo reside em fazer da crítica um meio de vida. Um determinado Papa, muito aclamado, descobriu-se através de documentos, foi ferrenho colaborador de Hitler. Paulo Coelho, de parceiro de Raul Seixas passou a escritor de livros de auto-ajuda e, dizem, mora em um castelo na Suiça. Algum gaiato (ou seria gaiata?), não sei se brilhante ou não, disse "... eu sou eu e minhas circunstâncias.". Eu acrescentaria que ser piloto da Red Bull é o máximo, mas já foi o máximo o ser da Lotus, Ferrari, Mc Laren, Williams e outras.
Com a palavra, os críticos (só os profissionais, por favor).
Abs.