Em mais um esforço de reportagem, a Grookileaks conseguiu apurar a verdade por trás dos furos jornalísticos com contratos de pilotos da F1.
A transcrição preserva nomes, identificando as partes apenas como Z e J.
Z: -Pode publicar, não tem erro.
J: -Se não tem erro, porque não pública você?
Z: -Porque este lance de contratos não é a minha área.
J: -E qual tua área?
Z: -Técnica.
J: -Técnica?
Z: -Claro, fui eu quem viu que a cor roxa dá 0,7s para a Red Bull; quem viu as novas asas da Williams. E...
J: -Esta das novas asas da Williams foi barrigada.
Z: -Que isto cara, barrigada nada. Meus leitores até me chamaram de genial!
J: -Foi barrigada sim, teve um pessoal ai que detectou que não era novidade e sim uma asa quebrada e uma inteira.
Z: -Detalhes... Mas fui eu quem mostrou um monte de coisas técnicas incluindo o banco do macaco... E sempre muito bem comentado e elogiado. Vai por mim, faz a publicação.
J: -Mas vou dizer o que para dar sustância e não ficar como chute?
Z: -Diz que sua fonte viu o contato.
J: -Contrato?
Z: -Não contato mesmo... Eu vi uma foto publicada por um site da Nova Zelândia em que um primo do Pastor Maldonado estava tomando café com um conhecido de um vizinho do Eric Boulier em uma espécie de boteco nos arredores de Grove.
J: -E a foto era de quando?
Z: -Vai ficar se atendo a detalhes? Vai publicar ou não?
J: -Beleza! Vou publicar. Mas, espera ai? E se algo der errado?
Z: -Tipo o que?
J: -Sei lá, um fundo, uma empresa qualquer comprar a Lotus e não levar o Pastor?
Z: -Ai você diz que este fato “pode inviabilizar” o contrato... Relaxa.
J: -Beleza.
A transcrição preserva nomes, identificando as partes apenas como Z e J.
Z: -Pode publicar, não tem erro.
J: -Se não tem erro, porque não pública você?
Z: -Porque este lance de contratos não é a minha área.
J: -E qual tua área?
Z: -Técnica.
J: -Técnica?
Z: -Claro, fui eu quem viu que a cor roxa dá 0,7s para a Red Bull; quem viu as novas asas da Williams. E...
J: -Esta das novas asas da Williams foi barrigada.
Z: -Que isto cara, barrigada nada. Meus leitores até me chamaram de genial!
J: -Foi barrigada sim, teve um pessoal ai que detectou que não era novidade e sim uma asa quebrada e uma inteira.
Z: -Detalhes... Mas fui eu quem mostrou um monte de coisas técnicas incluindo o banco do macaco... E sempre muito bem comentado e elogiado. Vai por mim, faz a publicação.
J: -Mas vou dizer o que para dar sustância e não ficar como chute?
Z: -Diz que sua fonte viu o contato.
J: -Contrato?
Z: -Não contato mesmo... Eu vi uma foto publicada por um site da Nova Zelândia em que um primo do Pastor Maldonado estava tomando café com um conhecido de um vizinho do Eric Boulier em uma espécie de boteco nos arredores de Grove.
J: -E a foto era de quando?
Z: -Vai ficar se atendo a detalhes? Vai publicar ou não?
J: -Beleza! Vou publicar. Mas, espera ai? E se algo der errado?
Z: -Tipo o que?
J: -Sei lá, um fundo, uma empresa qualquer comprar a Lotus e não levar o Pastor?
Z: -Ai você diz que este fato “pode inviabilizar” o contrato... Relaxa.
J: -Beleza.
Comentários
Como sabe dessa conversa????
O texto... é chover no molhado falar que está ótimo como sempre!!
Abs.
J - João Kleber
Z - Zacarias (Os Trapalhões)
O texto é muito sugestivo tanto pelo gênero como pela elusividade. Qualifico o tecto como crônica em forma de diálogo, o que pode parecer trivial, mas não é. Se escrever um diálogo assim fosse fácil, a ajuda do Office seria reigida nessa forma e certamente muito mais inteligível. Por isso, Montaigne escreveu ensaios em vez de diálogos e Nietzsche, desaforos. Na verdade, só Platão e Santo Agostinho foram bem sucedidos nesse gênero. Eu arriscaria dizer que, assim como outro moleque que se tornou "meme", esse Ron vai longe.
O diálogo esboça de maneira divertida o processo de tomada de decisão no ambiente jornalístico desportivo e brinca com os pressupostos implícitos que deveriam nortear tecnicamente a atividade e a inconseqüente irresponsabilidade, incompetência e malandragem dos interlocutores.
O texto está na "twilight zone": entre a literatura e o jornalismo descritivo; entre a ficção e a realidade; entre o mito e o discurso racional. Se o enredo tiver referentes concretos verificáveis, então o texto é uma ironia alegórica. Se não houver referentes reais, então o texto se torna uma fábula ou parábola igualmente irônica e metafórica. A ambivalência sugere a intenção velada ou não de endereçar um enigma para o leitor, cujo papel é segurar a batata quente do sentido alegórico nas mãos e ficar com a pulga atrás da orelha.
Como costuma ocorrer com toda ironia inteligente, muito provavelmente o alvo do escárnio não se dá conta do chiste e pode acabar elogiando a mestria do próprio algoz que o critica com a esgrima das letras.
Reafirmar a habilidade do autor é repetir um chavão já batido.
De qualquer forma, pode-se assumir como fato consumado pelo costume que o autor é um fanfarrão, irônico, sarcástico, genialmente cruel, um tanto cabeçudo, às vezes inflexível em suas opiniões e, claro, um excelente escritor.
Tá comentado.
50/50 não faz um acerto.
Sem desculpas, odeio quando tratam fã de automobilismo como retardados fãs de futebol.
Eu também acertei. Em parte foi torcida. Mas não foi loteria, não. Foi um palpite raciocinado, refletido, depois de ler e ouvir Autosport, Autosprint, FanaticF1, blogues locais, Tomorrownewsf1, Debriefing F1, BBC, Marca, etc.
A diferença entre mim e o autor ferrarista de um certo blogão é que este último ouve fofocas de primeira mão e eu leio de terceira mão. Mas o Ron não deixa de ter razão, porque tem nego que comenta futebol, vôlei de praia e bloco de carnaval e diz que Massa podia assinar com Lotus, Sauber, Williams, DTM, Stock ou Indy e depois aparece dizendo: "como já era esperado e foi noticiado nesse blogue..."
Nesse caso, dá vontade de comentar: "- Cavalheiro, queira me desculpar, com todo o meu respeito, vá levar pelo cu."
É muito fácil desmerecer o trabalho bem feito dos outros, e fico P. da vida com isso. É a mesma coisa que dizer que o Vettel só é tetracampeão porque tem um carro bom e sai da pole position...
Disse que viu contrato que não existia...
O cara quer tratar fã de automobilismo como retardado, vai em frente.
Mas comigo não.
Quer babar o ovo? Fique a vontade, eu não.
Jornalismo é apurar fatos e fontes.
1, 10, 100, mil vezes.
Churtar é muito fácil. Não acertou, ninguém fala nada. Calha de dar certo e vai lá colocar: conforme anunciamos.
Pra mim é pouco, é irrisório.
E o pior, é desrespeitoso com quem pensa.
Encerro aqui, não publico mais comentário se não assinar.
Um grande abraço.
Anselmo Coyote