Poderia ser a próxima onda

A música aqui no Brasil, como cantou o xarope do Lulu Santos sobre outra coisa, vem em ondas.
Houve a onda do rock nos anos 80 até meados dos anos 90.
Depois veio lambada, forró, samba mauricinho, sertanejo corno...
Agora convivemos com o tal funk ostentação e o sertanejo vida loca que só fala de encher a cara.
O problema não é aparecer e desaparecer destes “estilos”, mas a forma industrializada com que se constroem os “ídolos”.

Aparece um mané cantando sobre noitadas e cachaça e no dia seguinte vinte idiotas cantam a mesma coisa.
Há bem pouco tempo atrás, se um alienígena chegasse ao Brasil teria plena certeza de que nosso idioma era o idiotês, tamanha a quantidade de “tcherês, tchus, tchas, lelelês” e outras babaquices.

Dando uma passada pelas rádios não direcionadas (rádios de rock, jazz e afins) a impressão que dá é que não se sabe mais fazer música sem o uso de fórmulas.
Num pensamento mais radical: que não se sabe mais fazer música de jeito nenhum...

Mas não é bem assim.
Vez ou outra encontramos por ai algumas coisas que ainda nos fazem crer que há sim, música e gente que sabe fazer música pipocando aqui e ali.
Uma pena que a onda que vai levar os bons músicos para o mainstrean parece não chegar nunca...
Eu não iria achar ruim não.

Comentários

Anselmo Coyote disse…
Até gosto do Lulu. Guitarrista de primeiríssimas águas, compositor excelente e ótimo cantor. Mas ter eliminado aquele negão em favor daquela caricatura foi sphodra.
Magoei.
Abs.
Rubs disse…
Dizem que depois que se aprende um segundo idioma, há mais facilidade para se aprender o terceiro e o quarto. Por quê? Porque a estrutura sintática e os esquemas lógicos são essencialmente os mesmos. Os alemães descobriram, na segunda guerra, que temos os mesmos esquemas mentais para o gosto estético e que é muito fácil inculcar esquemas prévios na cabeça de milhões de pessoas se a estrutura musical for a mais simples possivel. Bem, os gringos aprenderam como a propaganda alemã e, a partir do blues, negro spiritual e bluegrass inventaram uma musiquinha de somente quatro acordes chamada "rock and roll".
Quem dedurou isso foram uns judeus como, Adorno e Allan Bloom.
Depois, para vender estojos coloridos, bolsinhas e lancheiras para criancinhas, algumas bandas simplificaram isso para três acordes.
Andei reparando alguns countries e hip hops recentes e adotei o pressuposto de que lixo e música de periferia têm a mesma estrutura e apelam para os mesmos esquemas mentais rasos em qualquer lugar do mundo. A sertaneja é a versão brasileira Herbert Richards.
Abs.
Magnum disse…
Ron Groo, você tem estado estressado demais, seus posts estão muito cheio de ódio - E o clima natalino? E a confraternização que a época do ano requer?

Sobre o post, a indústria da música não aceita mais correr riscos como nos anos 60/70/etc. Sabem que não podem mais se dar a este luxo com a competição do Pirate Bay, ou lançam a fórmula que já têm certeza que vende ou engavetam pra sabe-se-lá-quando...
Magnum disse…
Sobre o comentário do Rubs Cascata vou discordar na parte do idioma. Acredito que o 3o fique mais fácil por a pessoa já ter conseguido se livrar do hábito de usar estruturas/significados etc iguais os do seu idioma natal, ou seja, o oposto desta ideia de semelhanças: a partir do 3o a pessoa já está mais aberta a aprender o diferente, ao contrário do que acontece com o 2o, quando ainda se tenta aprender tudo na base da associação com o seu idioma natal.

Exceto, é claro, se a pessoa estiver aprendendo idiomas que vêm de uma mesma raiz (português, espanhol, italiano etc)...
TW disse…
Idiotês foi perfeito para classificar o que temos ouvido ultimamente por aqui... Tá difícil mesmo!