E lá estava o leão.
Magro, feio, fedido... Encostado preguiçosamente em uma das paredes de grades de sua jaula sob o sol.
Um calor miserabundo (mistura de miserável com vagabundo) cozinhava os que aguardavam em fila para comprar ingressos para o espetáculo daquela tarde.
O circo estava na cidade e aquele seria sua primeira apresentação em matinê.
Adolescentes passavam pela grade zombando do bicho.
-Que puta leão feio! – diziam.
-Carái! Não ‘tão alimentando este bicho? Que magrelo.
-Porra, nem dá pra sentir o cheiro gostoso da pipoca com este fedor todo.
O leão em seu felino silêncio parecia resignado: nem sequer ameaçava rosnar.
Um casal de namorados, também na espera sua vez de comprar os bilhetes quando a fila para bem em frente à jaula.
Trocam beijinhos, olhares sem sequer notar o leão ou se notam, não dão a mínima.
Em torno deles, crianças jogam pipocas não estouradas no leão.
-Levanta gato besta! – gritam.
Alguns esfregam os dedos dizendo: “bichano, bichano” ou “isca, isca” obviamente sem sucesso.
Até que em movimento lento e aparentemente desajeitado, se levanta balançando a cabeçorra enjubada e, sem emitir ruído algum, chega às grades próximas da cerca onde adolescentes – e o casal de namorados – torravam ao sol.
-Êêêê! – comemoram alguns – Tá vivo!
-Tira a menina daí – dizem outros para que o namorado afaste e menina da grade.
-Este bicho feio, magro não assusta e nem faz mal pra ninguém! – diz ele e continua – Só se for pelo cheiro horrível que ele tem.
O leão então se encosta às grandes e se deixa cair pesadamente, com a mesmíssima preguiça de antes.
-Não falei? Não faz medo e nem constrange ninguém... – diz ele.
Como se entendesse a última parte da frase, o leão move as patas traseiras e num ato contínuo despeja um jato de urina que molha a namorada do quadril para baixo completamente.
O silêncio é cortante. Ninguém ri.
A menina, constrangida ameaça correr e é segura pelo namorado.
-Não, sai andando com dignidade...
-Dignidade? Eu estou toda mijada!
-Mas poxa... É de leão! Quantos aqui já foram mijados por um leão?
-Mas é um leão feio, magro e fedido!
-Tá, eu prometo, um dia te levo no zoo, lá os leões são mais bem cuidados e bonitos.
E saem...
E alguns dirão que podem jurar ter visto o leão sorrir...
Magro, feio, fedido... Encostado preguiçosamente em uma das paredes de grades de sua jaula sob o sol.
Um calor miserabundo (mistura de miserável com vagabundo) cozinhava os que aguardavam em fila para comprar ingressos para o espetáculo daquela tarde.
O circo estava na cidade e aquele seria sua primeira apresentação em matinê.
Adolescentes passavam pela grade zombando do bicho.
-Que puta leão feio! – diziam.
-Carái! Não ‘tão alimentando este bicho? Que magrelo.
-Porra, nem dá pra sentir o cheiro gostoso da pipoca com este fedor todo.
O leão em seu felino silêncio parecia resignado: nem sequer ameaçava rosnar.
Um casal de namorados, também na espera sua vez de comprar os bilhetes quando a fila para bem em frente à jaula.
Trocam beijinhos, olhares sem sequer notar o leão ou se notam, não dão a mínima.
Em torno deles, crianças jogam pipocas não estouradas no leão.
-Levanta gato besta! – gritam.
Alguns esfregam os dedos dizendo: “bichano, bichano” ou “isca, isca” obviamente sem sucesso.
Até que em movimento lento e aparentemente desajeitado, se levanta balançando a cabeçorra enjubada e, sem emitir ruído algum, chega às grades próximas da cerca onde adolescentes – e o casal de namorados – torravam ao sol.
-Êêêê! – comemoram alguns – Tá vivo!
-Tira a menina daí – dizem outros para que o namorado afaste e menina da grade.
-Este bicho feio, magro não assusta e nem faz mal pra ninguém! – diz ele e continua – Só se for pelo cheiro horrível que ele tem.
O leão então se encosta às grandes e se deixa cair pesadamente, com a mesmíssima preguiça de antes.
-Não falei? Não faz medo e nem constrange ninguém... – diz ele.
Como se entendesse a última parte da frase, o leão move as patas traseiras e num ato contínuo despeja um jato de urina que molha a namorada do quadril para baixo completamente.
O silêncio é cortante. Ninguém ri.
A menina, constrangida ameaça correr e é segura pelo namorado.
-Não, sai andando com dignidade...
-Dignidade? Eu estou toda mijada!
-Mas poxa... É de leão! Quantos aqui já foram mijados por um leão?
-Mas é um leão feio, magro e fedido!
-Tá, eu prometo, um dia te levo no zoo, lá os leões são mais bem cuidados e bonitos.
E saem...
E alguns dirão que podem jurar ter visto o leão sorrir...
Comentários
O namoradinho foi bem piegas!!!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Babaca!
Com certeza o Leão deu uma bela risada!
abs