Tom

O homem é um dos ícones do que se convencionou chamar tropicalismo, aquele movimento do Gil e do Caetano que englobou música, teatro, cinema e outras coisas.
Mas rotular é besteira, na verdade Tom Zé não pertence a seguimento nenhum, mas tem que ser respeitado – e muito! – por todos eles.

Esta história foi contada pelo próprio em um programa de TV e nunca mais me esqueci.
Tom Zé conta que lá em Irará-BA, onde nasceu, o ponto de encontro da intelectualidade da cidade não era em cafés e confeitarias como no Rio de Janeiro da Corte ou Capital Federal; dos bares de turcos como nos romances de Jorge Amado e muito menos nas barbearias negras de algumas crônicas nova-iorquinas, mas na quitanda da cidade.

Ele, inquieto e curioso, se postava por baixo das bancas de frutas para ouvir as conversas entre os homens letrados, inteligentes ou sabidos da região.
Ouviu certa vez um diálogo entre eles sobre o povo mais notável do mundo: os russos.
-Eles colocaram um satélite espaço!
-Eles colocaram um cachorro no espaço!
-Um deles subiu lá no espaço e disse que a terra é azul!
Mas o que mais impressionou o menino Tom foi saber que lá naquele país tão distante, de gente tão ilustre e inteligente, todos tinham um colchão de molas, suprassumo da tecnologia conhecida em Irará, onde o mais comum e usual era se dormir em colchões de palha...

Comentários

regi nat rock disse…
O que é lamentável é que muita gente acreditou que, na mãe Rússia, todos tinham direito a colchão de molas, sem contar o resto. Difícil é conviver com gente que acha que ainda é assim e que lá, é o melhor lugar do planeta para se viver. Como bem esclareceu Margareth, o socialismo é o melhor regime que existe, até acabar o dinheiro dos outros. Estamos entrando nessa fase por aqui.
Vander Romanini disse…
Tom Zé é genial!!!
Gosto da música dele!!
Anônimo disse…
Tom... e Jerry.