A semelhança entre os casos Bosman e Van Der Garde

Jean-Marc Bosman jogava no Liége, da Bélgica desde 1988.
Ao fim da temporada de 1989 recebeu a proposta de extensão de seu contrato para a temporada de 1990, mas com um corte de quase sessenta por cento em seu salário.
Achando que estava sendo injustiçado em sua remuneração, recusou a oferta sendo então colocado em uma lista de jogadores negociáveis e acaba despertando o interesse de outro time meia boca da Europa, o Dunkerque, da segunda divisão do futebol francês com o passe fixado em seiscentos mil euros, o que faz o clube francês recuar.
Furibundo da vida, Bosman entra na justiça contra o Liége, a federação belga de futebol e a UEFA alegando que suas regras o haviam impedido de se transferir para o catado francês.
Em novembro de 1990 recebe a notícia que o tribunal lhe havia dado razão e então ele acerta contrato com um clube da terceira divisão da França.
O Liége interpõe recurso e a briga se arrasta durante alguns anos, nos quais Jean-Marc segue se transferindo para vários clubes – sempre de divisões inferiores – da Europa.
O episódio é conhecido como “Caso Bosman” e resultou na mudança das regras de transferência de jogadores europeus entre clubes do próprio continente.
Mais além, gerou a discussão que acabou criando a lei do passe no Brasil, também conhecida como “Lei Pelé”.
Bosman com o uniforme que lhe deu mais notoriedade
Guardadas as devidas proporções e diferenças (a ação movida pelo belga foi algo nobre contra a tirania dos clubes em relação aos jogadores) o caso tem uma semelhança com a patacoada de Giedo Van Der Garde, o popular Guiando Devagarde.
Claro, o futebolista pena de pau  belga não entrou na justiça pleiteando o direito de ficar no Liége e o motorista roda presa holandês não foi ao tribunal pelo direito de se transferir para outro time qualquer da F1.
A semelhança reside no fato de que os dois – tanto Bosman quando Devagarde – são dois notórios perebas em seus ofícios.

Comentários

Magnum disse…
Vc tomou mesmo raiva do Guiando Devagarde (hahahaha) ter aberto este processo... Raiva pelo risco em que ele pos a vaga do Senna ao contrário?

Não adianta, qualquer ser humano teria feito o mesmo... Te vendem um contrato e depois dizem que não vão cumprir, é chamar pra briga. Honra ("algo nobre") ele não teria é se tivesse deixado barato, eu ia achar ele um tremendo dum frouxo.

No final, ele pode nem ter querido mesmo ficar na Sauber, é óbvio que ele não teria esperanças de ser bem tratado lá depois disso, mas sim pegar uma indenização (como pegou) para a equipe aprender que ali não tem palhaço.

Questão simples de direito do consumidor (você mesmo outro dia estava bufando aí por uma empresa estar lhe passado a perna). Aplaudo o rapaz.
Marcelonso disse…
Faz sentido, Groo.


abs
Anselmo Coyote disse…
Eu não entendo essa gente topetuda! Taí, não entendo mesmo. É muita desfaçatez, cara de pau. Onde já se viu uma coisa dessas?!!!

Para entender o caso:

Um grande e respeitável empresário tem uma sólida e promissora equipe de Fórmula 1 e, naturalmente, dois carros. Precisando de um aporte de capital para expandir o seu negócio, sucesso reconhecido no mundo inteiro, ele faz o favor de vender as 3 vagas nos carros de sua maravilhosa equipe.
- Espera! Ou melhor, PÁRA TUDOOO!!! A equipe tem quantos carros?
- Dois, mas isso é detalhe. Não enche, que eu estou contando o caso. No final vc vai entender.
Ai um cara desembolsa 8 milhões de euros, uma merreca, diga-se, para ser piloto de uma equipe.
O nobre e referido empresário vende as outras duas vagas e, que talento!, consegue o aporte que precisava.
- O cara dos 8 milhões é tão talentoso? Claro que não, imbecil. Mas isso não importa também. To falando do dono da equipe. Espere o final, já falei.
Agora olha a picaretagem: o cara dos 8 milhões, sem a menor capacidade de se tocar - claro, nunca tomou semancol - ficou nervosinho porque sobrou, afinal a equipe só tem dois carros, e foi chorar as pitangas na justiça. Ou melhor, nas justiças, pois foi primeiro na Suiça e depois na Austrália.
E o pior: esses juízes comunistas, petralhas, vagabundos, comedores de criancinhas (ou seriam coxinhas, gourmets etc?), deram ganho de causa ao cara dos 8 milhões. Vê se pode uma coisa dessas. Que absurdo!
É o fim dos tempos.
Agora qualquer um perna de pau gasta uma merrequinha de 8 milhões e se acha no direito de receber a mercadoria que comprou.
Ah não. Eu vou sair desse país se continuar assim.
Abs.