Walk the line

No palco de um pequeno teatro, Jonnhy Cash e sua banda, o Tenesse Three junto com Jerry Lee Lewis e muito provavelmente Roy Orbson entornavam cervejas e uísque enquanto faziam jam sessions com alguns números de blues, rocks de sucesso radiofônico da época, alguns números gospel.
Após semanas na estrada em turnês feitas em ônibus e carros de passeio desconfortáveis, aquelas escapadas se faziam necessárias e eventualmente, junto com as bebidas também vinham anfetaminas e os barbitúricos que, mais tarde, quase arruinariam a carreira de Cash.
A cena é ao mesmo tempo engraçada e reveladora.
Juner Carter, que também acompanhava a trupe chega para o ensaio e os vê descontraídos e alguns completamente bêbados.
Ela esbraveja, xinga e desopila o fígado em um desabafo que diz mais sobre ela mesma do que sobre o que vê naquele palco. Irritada por já estar tantos dias longe dos filhos e pela própria dureza daquela vida errante,
E ainda diz que não tem que tomar conta daqueles marmanjos e que eles não tem o menor senso de profissionalismo.
Cash diz algo sobre estarem apenas se divertindo e diz que seria muito difícil “se não fosse este tempo mais livre” e todos convidam June a subir, tocar com eles e beber algumas cervejas.
June responde que são muitos “se” na mesma frase e sai pisando duro.
Cash responde dizendo que tem apenas um “se” na frase, no que é seguido por Lewis.
June então volta e transtornada de raiva, começa a atirar garrafas vazias de cerveja e o que mais encontra pela frente no grupo, que – obviamente – se esconde.
Ela diz que está fora da turnê e arremata: “-Vocês não sabem andar na linha”.

Algum tempo depois, I walk the line se torna um dos maiores sucessos de Jonnhy Cash, com seu tom de voz cavernosa e profunda...
O resto é história.

Comentários

Marcelonso disse…
Bela história, Groo.


abs