O melhor GP da Itália de todos os tempos

Este texto está sendo reeditado, portanto não estranhe os personagens. Valeu!

Muito se fala do fantástico GP da Itália de 1969, vencido por Jackie Stewart ou da corrida de 1971 em que a diferença de tempo entre o primeiro colocado Peter Gethin e o segundo Ronnie Peterson foi apontada como a menor da história da categoria: apenas um centésimo.
E mais: os cinco primeiro colocados terminaram a prova dentro do mesmo segundo.
Ambas foram disputadas em Monza, e só isto já é um handicap considerável, porém um dos mais emocionantes de todos os tempos não foi corrido no solo sagrado.
Nem em Brescia (1921) ou Livorno (1937), nem em Milão (1947) ou Parco Valentino (1948), muito menos em Imola (1980) que pela ordem foram os circuitos que também já foram palco da corrida italiana.
Mas sim em Roma (ano 1 DC) e teve lugar no Coliseum.

Alinharam para a largada as melhores bigas - como eram chamados os F1 da época. – e os melhores pilotos.
Por conta de um regulamento absurdo em que equipes que aceitavam algumas imposições da BIA (Bigas International Assossiation) tinham direito a algumas regalias, enquanto as equipes que gastavam o quanto queriam em seus orçamentos não.

Então equipes menores como a Toyotus que vinha do Oriente, a Torus Rossus que era de Roma mesmo e uma equipe vinda das Índias podiam usar mais cavalos do que as outras: quatro (Quadrigas).
Já MacLatun, de Londres; a Redburrus; a Ferrarus e uma equipe de bárbaros franceses: a Horrivelnault usavam apenas três cavalos, mas estes eram puro sangue, geralmente árabes.
Eram os chamados motores P12 (doze pernas)

As restantes não se enquadravam nas categorias acima citadas, usavam bigas de dois ou três cavalos, mas pangarés e geralmente eram apenas coadjuvantes nas corridas.
Eram: os bávaros da BMdablius e outros londrinos da Uiliams, que eram chefiados pelo lendário centurião Francus. Um sujeito teimoso que achava que conduzir uma de suas bigas era uma enorme honraria, e por isto geralmente não pagava bem seus legionários pilotos.
Às vezes Francus conseguia brigar até com seus cavalos... Era do contra ele.

A corrida em questão foi um sucesso de publico e até as autoridades mais importantes da época estiveram presentes: O imperador César Berlusconi e o governador francês Nicolaus Saicoizinha acompanhado de sua esposa, da qual o imperador não tirou os olhos durante toda a prova.
Na largada Kubicus da BMdablius se envolveu em um acidente bobo com Fisichelus que era romano, mas por laços financeiros e por ser também sua ultima chance no mundo das corridas aceitou conduzir pelo time Indiano.
Dizem que ao enroscarem as rodas das bigas, em uma tentativa patética e desesperada de soltar à base de força, Fisichellus gritava: “-Force Índia, force!”.

Na volta numero trinta, outro acidente: o segundo condutor da Horrivelnault perde o controle dos cavalos e estampa o muro sujando a pista com detritos de sua biga e cocô de cavalo...
Naquela altura da prova apenas seu companheiro de equipe, o centurião Alonsus havia feito a parada para reabastecimento (não me pergunte onde enfiavam a mangueira, ou se a mangueira já era do cavalo...) e assume a ponta da corrida provocando suspeitas em todo o bigódromo.
Só que mais a frente o centurião Alonsus é obrigado a abandonar a corrida por conta de um de seus cavalos estar com a pata frouxa e ameaçando se soltar, o que lhe valeu o apelido de “Alonsus pernun frouxus”

No fim a vitória coube a Buton Hur, que conduzia uma Braus com difusor duplo na saída do terceiro cavalo.
Em segundo ficou Messala Humbê, que reclamou que os melhores cavalos sempre estavam na outra biga e que ele era apenas um romaninho contra o império.
Em terceiro chegou Kimem Raikkonus, que evitou dar declarações, mas bebeu as três ânforas de vinho reservadas no pódio para a festa da vitória.

Outro dado curioso é que o comerciante de togas Flavius Safatorus, também chefe da Horrivelnaut, foi convidado a explicar o acidente com Piquetinhus, mas este se limitou a dizer: “-Questo era um piloto que non valia o que o cavalo fazia...”.
E perguntaram a ele: “-O que? Exatamente?”.
“-Correr, porca miséria, correr... Seus mente suja....”

Comentários

Anônimo disse…
kkkkkk !

Vi a imagem e ri ! Tchau !
Só estranhei uma coisa: Raikkonus ou Rainokkus ?



M.C.
Marcelonso disse…
Groo,

Contos como esse nos fazem "viajar". E essas "viagens" são maravilhosas. Parabéns, ficou muito bom!


abs
Rafael Schelb disse…
Deem um Pulitzer a este homem! kkkkkkkkkk Muto bom!
Magnum disse…
Hahahaaha!!! Comecei a ler achando que fosse sério e então... Hahahaha... Ri muito o tempo todo!