F1 2016: Regras, complica mais que tá pouco

Onze entre dez jornalistas que cobrem a F1 dizem que há grandes problemas com as regras da categoria: são complicadas demais.
Também é voz corrente entre pilotos e até alguns dirigentes de equipes.
Até Bernie Ecclestone já disse em entrevista que o regulamento é complicado e que acaba por afastar o fã.
Regras complicadas como as de defesa de posição, recolocação de carros após a entrada do safety car, pontuação nascarlizada, medição e aferimento de combustível e pneus após corridas, toques na pista e outros detalhes mimizentos acabam confundindo e deixando o negócio difícil de entender. Sem contar a quantidade absurda de punições, perda de posição no grid e outras mumunhas.

Ai um grupo estratégico que visa melhorar o espetáculo resolve que é hora de mexer em um calcanhar de Aquiles da emoção: a classificação.
Que o sistema vigente é uma porcaria é fato.
Nos três qualifying a emoção anda rara e nem é por conta da dominação da equipe X ou Y... É porque vai tirando carros da pista e a deixando mais vazia a cada etapa.
Quem quer ver pista vazia?
“-Ah, mas elimina os mais lentos para deixar a pista limpa e os mais rápidos livres para acelerar o máximo.” – diz um qualquer.
Mas eles aceleram?
Não... Tem que poupar equipamento para a corrida. Tanto que em alguns GP´s, pilotos que chegam ao Q3 sequer entram na pista para uma volta rápida. Desistem antes de começar. Fica-se assistindo por quinze minutos uma pista vazia ou, com muito boa vontade, com um carro passando de vez em quando.
Quem quer perder tempo vendo isto? Melhor só saber o resultado depois.
E qual a solução que o tal grupo traz?
Segura:
O Q1 começa com os 22 carros inscritos para toda a temporada e terá duração de 16 minutos. A partir do sétimo minuto, será eliminado um piloto por vez a cada 1min30seg, até que restem 15 pilotos para ascender ao Q2, disputado com cinco minutos de intervalo após o fim do Q1.
A duração do Q2 será de 15 minutos.  A partir do sexto minuto, será eliminado um piloto por vez a cada 1min30seg, até que o total de pilotos seja reduzido a oito, que lutarão pela pole no Q3, começando com cinco minutos de intervalo após o fim do Q2.
No Q3, a duração do treino será de 14 minutos. Do quinto minuto em diante, seis pilotos serão eliminados com intervalo de 1min30seg entre um e outro. Restarão somente dois, que ficarão no mano a mano na luta pela pole position.
Entendeu? Pode até ser que sim.
É uma ideia? Claro...
Boa? Nem fudendo.
Vão sobrar dois carros na pista que passarão em frente aos expectadores a cada minuto e meio nas pistas mais rápidas. E nas lentas? Deus sabe...
E aquela coisa de que regra complicada afasta fã? Então...
Tem que pegar o fiodaputa que inventou isto e por para escrever numa lousa: “Não devo complicar mais as regras do que já estão...”.
Gráfico simples para compreensão do Qualifying proposto

Comentários

Unknown disse…
Não dá para levar a sério a F1 deste milénio.
A F1 como uma competição automóvel em pista, em que o objectivo principal dos conjuntos carro/piloto é ser o primeiro a cortar a meta, já acabou há muito tempo.
O que agora existe é um desfile publicitário travestido de Grande Prémio, onde um bando de condutores com ares de prima donnas escanzeladas (que começam a parecer algumas modelos femininas das passerelles da alta costura) desfilam numa coreografia tele-comandada, onde as regras vão sendo cada vez mais complexas para que apenas os seus legisladores as possam entender e interpretar.
Mas nem tudo é mau, o bando de deslumbrados que regem o Circo (sem ofensa ao espectáculo circense) vai acabar com o que resta bem rápido. O que sobrar não vai dar para sequer ser reconhecido como sucessor de uma competição que em tempo se chamou de Formula 1.
Felizmente ainda temos as duas rodas, a resistência, os Super V8... :)
Manu disse…
Essa nova regra é digna de um palavrão dos cabeludos!
Algumas regras nem acho devidamente ruins, Só acho que deveriam mudar o nome: afinal "regra" se aplica a qualquer um e dependendo da "regra" deles, não é assim - alguns bonitões ganham apenas advertências, avisinhos, ou vista grossa mesmo.
Agora esse treco aí para as classificações... Mais uma ideia que certamente não dará certa igual a duplicação de pontos na última etapa.

Abs!
Marcelonso disse…
Groo,

Deveriam reeditar o modelo usado no passado, com qualificação sexta e sábado, isso sim.

abs
Rafael Schelb disse…
Nem acho o sistema atual tão ruim. Com alguns ajustes, pode melhorar e muito. Mas essa mudança aí, pelamodedeus. Tá faltando serviço pra essa turma, e ele ficam o dia todo inventando coisa sem noção, pra ter o que fazer. Só pode ser isso...
regi nat rock disse…
Taí mais uma razão preu falar cada vez menos. Opinião, só quando for pra valer. Tem mais de 40 anos que sempre tem um frisson antes do começo. Parece tesão de mijo. Não dá né?
Jaime Boueri disse…
Tô de volta (andava sumido daqui e meu blog abandonado, mas é passado)!

EU escrevi sobre. Achei uma bosta! Podiam voltar com o bom e velho 60 minutos de pauleira, um motor exclusivo pra classificação, talvez, e um punhado mínimo de voltas cronometradas dentro dos 107%, sei lá (pra que a galera não ficasse parada nos boxes o tempo todo). Pronto, simples e eficiente.
Anselmo Coyote disse…
Gostei muito desse novo formato de classificação. Será como três corridas breves com carros na pista o tempo todo. Porém, em primeiro lugar os tempos de classificação subirão muito se comparados aos anos anteriores. Em segundo, as equipes terão de aprender a fazer acertos para corridas curtíssimas e aprender demanda tempo. Em terceiro, haverão muitas punições. Em quarto, haverão muitos enroscos e talvez um ou outro carro não fique pronto para a corrida. Em quinto, como ficará o uso asa móvel nos treinos? Não sei. Do jeito que é atualmente é cantiga de ninar. Mas se na prática não ficar legal vou descer o malho. Quero ver a bagaça instalada para tirar conclusões reais.
Abs.