F1 2017: o balanço de uma temporada muito boa

A primeira temporada sob a batuta da Liberty acabou.
Houve coisas boas e, obviamente, coisas estranhas...
De ruim só Sochi, Baku e Abu Dhabi, mas isto já tinha antes...

A começar pela estética dos carros que, plasticamente, ficaram muito melhores com seus pneus traseiros largões e bicos baixos.
As barbatas de tubarão enfeiaram um pouco o conjunto, mas nada que fosse tão ridículo quanto os bicos em escada, pirocas e aerofólios traseiros pequenos com spoilers dianteiros enormes.
Ponto positivo.

Um “desengessamento” dos pilotos também foi notado e muito bem-vindo.
Alonso criando memes espontâneos (ou não, vai saber) durante quase toda a temporada e a afirmação de Daniel Ricciardo como o piloto mais carismático do grid.
Os “shoeys” nos pódios, o sorriso fácil e largo em todas as atividades que fez (ou teve que fazer) por onde passou o circo (futebol americano, luta livre, capoeira etc..) ficarão na memória dos fãs e com certeza aumentou o desejo de muito mais pessoas de que ele tenha equipamento suficiente para disputar vitórias com mais regularidade no próximo ano.
Junto, seu companheiro de equipe que – para muitos – encarnou o “vilão” com seu arrojo e falta de respeito com “instituições” da F1 como Kimi “soninho” Raikkonen.

A direção de imagens dos GP´s procurando histórias e imagens bacanas e humanas para ilustrar as corridas também foi ok, embora as vezes soasse meio forçado.
O pequeno fá de Raikkonen, a corrida de barquinhos, as aparições de Darth Vader entre outros personagens ajudaram a superar momentos menos inspirados nas pistas.

O campeão da temporada não foi o campeão improvável que os fãs (principalmente o mercado americano) esperava. Mas foi o justo.
Se Lewis não teve o melhor carro em todas as provas, compensou com uma pilotagem acima da média e ganhou onde foi possível de uma emergente Ferrari e seu digno representante: Vettel, claro...
Os dois segundos piloto, tanto da Mercedes quanto da Ferrari foram pouco mais que coadjuvantes e ficaram ofuscados não só pelos companheiros de equipe como também pelos pilotos da Red Bull.
Raikkonen não é mais aquele e Bottas aparentemente nunca será.

O grande ponto alto da temporada foi a disputa entre duas equipes e não mais entre dois pilotos do mesmo time.
Ferrari e Mercedes se antagonizaram de forma sensacional e se não fosse o azar da Ferrari em pistas que lhe favoreciam, o resultado do campeonato poderia até ter sido outro.
O “se” não corre e o resultado foi sólido e de respeito.
Pode-se até levantar alguma suspeita de que a Liberty tenha, mexido pauzinhos para que esta disputa tenha ocorrido... Uma manipulada aqui e outra acolá com punições ou falta de punições, bem a gosto de roteiristas esportivos americanos, mas é só conjectura e teoria de conspiração, nada fundamentado e nem provável.
E se assim foi, melhor para quem assistiu.

Por fim, o ano termina e com ele a apresentação de um novo logo para a categoria, já que se está renovando tanto.
Não é dos melhores, parece o logo da ESPN, e deixa margem à interpretações e piadas.
Uma diz que é uma apologia aos tilkódromos com curvas de alta sucedidas por anticlimáticas curvas de noventa graus.
Eu prefiro aquela que diz que é uma homenagem à Senna: uma curva de alta que termina em um muro.
Não gostou? Não ria..., mas não retiro uma vírgula.