F1 2018 - Baku Deep Cuts

Romain Grosjean teve problemas durante a classificação.
Relatos dizem que ele saiu do carro e chorou.
Na corrida, perdeu a traseira sozinho no meio de uma reta enquanto procurava aquecer os pneus.
Provavelmente chorou.
Valteri Bottas demorou uma vida (culpa da Mercedes que não o chamou) para trocar os pneus, por azar, um safety car (que o colocaria em posição de brigar pela vitória) acabou se estendendo com a barbeiragem do Grosjean.
A repórter Juliane Cerasolli twitou dizendo que ele passara por ela com cara de quem havia chorado.

Ambos são bons pilotos, mas ao que parece, são frágeis psicologicamente.
Talvez por isto sejam “apenas” segundos pilotos...
Pelas situações em Baku, dá para especular que sejam mais influenciáveis pelos jogos mentais de seus companheiros de equipe.
Não que Kevin Magnussen seja do tipo dominante, mas está em melhor posição e forma neste campeonato.
Já o companheiro de Bottas, bom...
Outra impressão é de que nenhum dos dois duraria meio campeonato numa disputa interna com Alan Prost, por exemplo.
Com Nelson Piquet não durariam um quinto do campeonato.
Mas ainda gostamos de ambos...

Em um momento da corrida, Charles Leclerc ultrapassou – na pista! – Fernando Alonso.
O asturiano está pilotando um carro extremamente limitado, é verdade, mas Leclerc está dirigindo uma Sauber!
Naquele momento, posso afirmar, o futuro chegou para por o passado devidamente em seu lugar.
Alonso, por mais que ainda esteja pilotando o fino, é o piloto mais antigo em atividade na F1 enquanto Leclerc faz seu debut.

Ainda falando de Leclerc, algumas considerações:
Marcar um ponto chegando em décimo numa corrida de vinte carros é – relativamente – fácil. Basta contar com um pouco de sorte e não cometer (muitos) erros.
Porém, marcar pontos chegando em sexto(!) lugar, como na F1 antiga é monstruoso.
E sim, sete carros não pontuaram e alguns eram claramente melhores que a Sauber do cara, porém, no meio da corrida ele estava andando em sétimo lugar e só havia dois carros fora da prova (ainda na largada).
Charles Leclerc é o futuro da F1.

Mudando de piloto, Daniel Ricciardo deveria pensar bem antes de se transferir para a Ferrari.
Em um primeiro momento iria dividir a equipe com Vettel e depois, se sobrevivesse na equipe, dividiria com Charles Leclerc, piloto da academia de jovens talentos da máfia de Maranello.
O cockpit vermelho, se visto deste ângulo, não é tão atraente assim...

Claro que ninguém quer ver os dois pilotos da mesma equipe se tirando da pista em toda corrida. A menos que, claro, sejam da equipe que está vencendo todas as provas ininterruptamente como a Mercedes nos últimos anos.
Mas reclamar da liberdade de disputa entre os dois pilotos da Red Bull é – no mínimo – falta de coerência no discurso.
Muita gente que torcia nos últimos anos para que Rosberg e Hamilton se enroscassem nas disputas e deixassem caminho livre para a vitória de outro piloto em outra equipe, agora reclama do “excesso” de liberdade entre a melhor e mais equilibrada dupla de pilotos.
Até onde se pode saber, Cristian Horner também está meio farto, mas... Pense nos fãs que estão assistindo corridas muito mais divertidas.

E finalmente, para os que reclamaram tanto das barbeiragens do Max Verstappen louvando a frieza, a calma, a técnica e outras qualidades de Ricciardo, deve ter sido bem difícil engolir o tamanho da barbeiragem do australiano na corrida em Baku.
E não me venha com a falácia de que Max mudou de direção. Era direito dele fazer aquela mudança para defender a posição.
E os que continuaram reclamando mesmo depois de ver N vezes o lance em câmera lenta, rápida, on board, térmica e oscambau ficaram parecendo aquele tal lindiberg farias falando sozinho nas ruas em defesa do daquele outro fiadaputa lá...
Hilário.