F1 2018 - Espanha: Sem expectativa, sem frustração

Se a experiência acumulada em tantos anos acompanhando a F1 ensinou algo, com certeza foi não esperar grande coisa de um GP da Espanha.
Não importa em que pista, não importa com que pilotos, corridas lá tem grandes chances de serem chatas.
Sem grandes expectativas é possível filtrar coisas muito boas em cada GP.
Lances maravilhosos como disputas Senna/Mansell, Rubens contra os Schumachers e outras igualmente bacanas.
A pista, por estar praticamente no quintal de todas as equipes, é usada em pré-temporada e costuma mostrar, com grau alto de exatidão, quais são os melhores carros da temporada.
Isto, claro, em tempo seco. Com pista molhada é outra história...

E era exatamente a pista molhada que se esperava para esta edição, o que na largada, não aconteceu.
Hamilton na pole (a primeira do ano), seguido de Bottas e só depois Vettel.
Então a Mercedes melhorou a ponto de chegar aqui com o melhor carro?
Nem tanto... Treinos são treinos e corridas.

As luzes se apagaram e Vettel parecia possuído ao ultrapassar Bottas e deixar o finlandês na alça de mira de Raikkonen.
O alvo agora era Hamilton.
Mas lá no meio do pelotão, Grosjean se recusou a perder o carro para a brita e acelerou o que pode após rodar voltando para a pista envolto numa nuvem de fumaça gigantesca e, por muita sorte, não foi acertado em cheio.
Ainda assim, Hulkemberg, Pierre Gasly foram tirados da pista (e da prova) com a (nova) barbeiragem de Romain. Por muita sorte, nenhum se machucou.
Foi assustador e desta vez duvido que escape de uma punição.
Safety car na pista até a volta cinco.

Na relargada, Hamilton mantém e o lance mais bacana é uma ultrapassagem por fora de Alonso em uma Force Índia pela décima posição.
Daí em diante, Hamilton foi abrindo de forma constante chegando, em algumas voltas, a girar um segundo mais rápido que Vettel na segunda posição (e sem pressão do terceiro).
Sem muita ação, Vettel vai aos boxes na volta 18, teoricamente para ir até o fim da corrida e tentar algo no campo da tática e estratégia.
Bottas tinha a chance de fazer um trabalho bom e – em sua parada de boxes – ganhar a posição do alemão ferrarista.
Não conseguiu...
Após os principais pilotos terem parado (Ricciardo, Verstappen, Vettel) Lewis retomou a ponta.
Até aí, Kimi já havia abandonado e em uma briga de iguais (dois manetões) Carlos Sainz Jr não conseguia passar por Ericsson...

A pista molhada não apareceu e assim sendo, Hamilton não foi incomodado em momento nenhum da prova.
Guiou como em um passeio por uma estrada larga e vazia e se tivesse no carro um player, poderia escolher a música de boa... Eram – na volta 58, dezoito segundos para o segundo colocado que também vinha sentado em uma Mercedes e terminou a prova com 20!

Então, se é na Espanha que se tem a noção mais apurada de quais carros estão melhores no campeonato, a Mercedes mostrou ter retomado as rédeas da competição e voltado a dar as cartas.
A falta de expectativa sobre a corrida novamente deu resultados: nenhuma frustração.