New kids on the grid

Alguns de meus amigos vêem com certa desconfiança a chegada de mais uma equipe “made in USA” à F1.
Foram várias e nenhuma foi muito longe.
À saber: América Anglo Racers (Eagle); Hass; Kurts Kraft; Parnelli; Penske; Scarab, Snowberger e Veritas. (A lista é cortesia da Wikipédia, se houver alguma incorreção ou absurdo me perdoem, mas foi o único lugar onde achei as informações).
Nenhuma conseguiu ganhar o campeonato, aliás, nenhuma não européia conseguiu.
Já pelo lado dos pilotos a coisa nem é tão ruim assim.
Phil Hill foi campeão e também Mario Andretti, ainda que sobre este último seja bom dizer que era naturalizado.
Eu vou remar na contramão, mas não sem dar certa razão a quem desconfia.
Também penso que o enorme orgulho ufanista do povo estadunidense não suportaria por muito tempo uma equipe que andasse no fim do grid, tomando tempo de um carro da Force Índia, por exemplo.
Porém, contudo, entretanto, quem disse que eles virão apenas para andar no fim da fila?
Se a formula um é uma categoria em essência européia, não podemos esquecer também que o automobilismo é muito forte nos Estados Unidos mesmo não sendo levados tão a serio pelo resto do mundo.
Seus campeonatos têm sempre um bom público e é voltado para o espetáculo, coisa que a F1 deixou de proporcionar faz algum tempo.
E, quando decidem fazer algo bem feito...
Mas o que faz a diferença no caso da USF1, nome que a provável equipe vá utilizar, é que será uma equipe totalmente americana.
Com sede – óbvio – na terra do hambúrguer e mais mecânicos, chefes de equipe, engenheiros e claro, pilotos americanos.
Ai reside o grande golpe de marketing que tanto vai agradar Bernie e Max, que assim matariam dois coelhos com uma caixa d´agua só:
Uma equipe para tentar popularizar a F1 na terra do Tio Sam definitivamente, e que ainda por cima traria uma mulher para a F1, já que rumores dão conta de que Marco Andretti, neto do campeão Mario e ao contrário do avô, um legitimo estadunidense poderia pilotar um dos carros; e mais: Danica Patrick, a queridinha da mídia americana e do senhor Luciano do Valle - que mesmo vendo a mulher perder cinco posições em meia volta é capaz de dizer que ela esta fazendo uma corrida excepcional - estaria no outro. Claro que para que a estratégia funcione a contento seria necessário que o time fosse ao menos competitivo, com alguma chance de chegar a ser de ponta. O que pode até ser difícil, mas não é impossível, já que teremos muito mais mudanças no regulamento para o próximo ano, podendo até ser que se institua um teto máximo para os gastos das equipes em cinquenta milhões de euros, ou dólares - vai saber - o que provavelmente nivelaria a categoria por baixo e igualaria um pouco as coisas.
O único problema nisto tudo seria a hora em que os dois, a anã e o neto do Mario tiverem que fazer curvas também para a direita...

Comentários

Caro Groo, the wanderer:

Norte-americanos na F1? Receita certa para o fracasso... Hill, o Phil, só foi campeão porque von Tripps morreu e Andretti é - na verdade - italiano. O único piloto que respeito que veio daquelas paragens é o Sr. Dan Gurney, esse sim era do ramo, pena que nunca guiou um carro de ponta. Quanto à escuderias, não vou nem comentar, né... É tudo piada o que veio de lá.
Felipão disse…
Acho dificil que isso saia do papel... Me parece que essa história de EUA na F1 só serve pra agradar uma pessoa, e vcs sabem quem...
Daniel Médici disse…
Concordo com o Ribeiro, porque ele lembrou que Dan Gurney era um pilotaço. Mas discordo dele quanto ao Mario Andretti: naturalizado ou não, era um moleque de 15 anos e menos de meia dúzia de corridas na bagagem quando se estabeleceu em Nazareth.

(Aliás, a cidade onde ele nasceu foi anexada à Ioguslávia após a Guerra. Seria ele mais ioguslavo que italiano, então??)
Brun@ disse…
Ei Groo, até onde eu sei (e sou bem informada a respeito) Danica não tem pretenções de sair dos EUA.

Motivo: ter que refazer a vida direcionada pra Europa e ter a chance de correr no país apenas uma vez por ano, daí a preferência pelo programa de corridas da Indy.

Sem falar do último ano de contrato com a Andretti Green (ainda). A mídia tentou colocá-la na Honda e veja o fim que a equipe teve (risos maléficos).

Concordo com o Felipão em 100% no "Me parece que essa história de EUA na F1 só serve pra agradar uma pessoa, e vcs sabem quem..."

E não sinto falta da F1 voltar para Indianápolis.
Anônimo disse…
Antes eu tinha 100% de certeza que esta equipe não sairia do logo em seu website... hj já tenho minhas dúvidas....

Mas já vimos tantas equipes ruins, uma tentativa não custaria nada.. Que venham os Norte-Americanos!!!
Marcos Antonio disse…
Bernie e max querem martketing e nada melhor do que montar uma equipe americana e trazer como pilotos,um neto de um ex-campeão de F1 e por uma mulher que é famosíssima nos EUA.Não sei se vai conseguir,pq os resultados dessa equipe podem demorar,ou nunca aparecer.

Se fosse pra ver um americano na F1 eu escolheria Ryan Hunter-Reay, ele venceu em Watkins Glen, e já fez várias boas corridas em circuitos mistos.

E Watkins Glen poderia voltar a F1,mas sem guard rails cortantes,please.
Anônimo disse…
É preciso prestar atenção nos homens que estão por trás da equipe. Ken Anderson e Peter Windsor são homens da Formula 1, com cultura de Formula 1 no sangue e isso faz uma bela diferença.

Eu adoraria ver uma equipe de um país que verdadeiramente tem cultura automobilística, mesmo que ela seja diversa da européia a nós somos mais acostumados.

Eu tenho lido os comentários pela net a respeito da equipe e é muito interessante observar ceticismo das pessoas na blogosfera brasileira enquanto o mundo inteiro parece entusiasmado com a idéia.

Será que nós, filhos do esporte a motor europeu somos preconceituosos?

Acho que vou perguntar isso para os leitores do F1 Around...

Abraços
Fábio Andrade disse…
Seria uma bela oportunidade para a F-1 voltar aos EUA. Eu confesso que o fato de a categoria não ir à América do Norte me incomoda.

Como a F-1 quer ser a categoria mais bambambam do mundo ignorando os EUA? Não faz sentido.

Gostaria de ver a F-1 nos EUA e, principalmente, no Canadá de novo. Mesmo que para correr nos EUA seja preciso voltar à pista sem graça de Indianápolis.
Gustavo disse…
Groo como te comentei os caras são bons de marketing.
Não sei se sai ou não a equipe, mas fazem barulho e isso interessa a todos envolvidos no esporte.
estar na midia de qualquer maneira levanta investimentos, e em geral eles não gostam de perder.
Anônimo disse…
Mais uma equipe para desviar dinheiro e abandonar a F1 em dois anos...
www.motorizado.wordpress.com
Unknown disse…
obrigado cara, este post tem os argumentos certos para discutir o tema:

este é o melhor momento do mundo pra entrar na F1. redução de gastos e mudanças do regulamento fazem da F1 uma terra mais facil de conquistar

o maior Bonus de ter uma equipe americana é captar o mercado potencial que uma categoria como a F1 teria na terra do tio sam... teria.

o primeiro que eles tem que fazer pra isso e começar com figuras muito conehcidas. a dinastia Andretti e a bruxa keka patrick podem não estar disponíveis, mais com certeza esse é o caminho das pedras.

Bernie vai se sentir muito bem com um time americano. do jeito que as coisas estão, o velho aceita até time de angolanos!
Ron Groo disse…
Bem Ribeiro, o Gurney era realmente bom, mas não tinha tato para grandes contratos em equipes de ponta, já as equipes... Sei lá.
Mas espero que eles venham mesmo.

Felipão, desta vez torço para você estar errado, e que a entrada dos yanques seja o retorno dos garagistas.

Eu gosto do Phil Hill, e para mim o Mario é americano, afinal correu com a banteira dos EUA e filiado pelo Automobel clube dos Estados Unidos, to errado Daniel?

Bruna não deixe se enganar com o discurso... No fundo todo piloto, de qualquer lugar do mundo, sonha em pilotar e vencer com um F1. A Danica não é diferente. Se pintar o convite ela não vai pensar duas vezes.

É isto ai Luis, que venham os rednecks, e logo... Se forem mal a gente dá risada.

Não conheço o Hunter Reaye Marcão, mas se venceu Watikin então o cara não é de todo mal...

Pois é! Credencial boa ao menos os caras tem né Becken?

Não era tão sem graça assim não Fabio, tinha lá seus encantos. Fora a história né?

É nisto que me baseio Gustavo, a cultura americana não admite perdedores.

Ou não Ylan.

Valeu F1 ALC, realmente. Com custos mais baixos, mais gente pode se aventurar. E quem sabe não dá certo? Era assim no inicio.