O que é que a Hungria tem?

-Cara, eu adoro a Hungria... Que lugar mágico!
-Eu nem sabia que você gostava de F1, e se for por isto eu acho estranho. A corrida lá costuma ser meio monótona...
-Não... Eu não gosto de F1, to falando de outras coisas legais que vem da terra dos magiares...
-Puxa... Então devo ser um grande ignorante mesmo... Além do GP deles eu só consigo me lembrar das coisas que li sobre a seleção húngara de futebol. Sabe... Aquela de 1954 que tinha o Puskas...
-É eu li também sobre esta seleção. Dizem que eram mágicos mesmo... Mas não tem só isto.
- Que eu me lembre não tem nada mais que eu goste na própria Hungria. Pode listar algumas coisas?
-Basicamente, claro... Veja bem... Nas artes: A companhia de cinema Paramout foi fundada por Adolf Cukor.
-E daí?
-Era húngaro ele!
-Opa! Mas o Paramount não fica nos Estados Unidos?
-Fica... Mas o que tem isto?
-Nada, não... Continua...
-Olha só... Nos esportes, lembra da Mónica Seles?
-Lembro... Mas não era húngara, era?
-Era sim... Boa tenista.
-Eu prefiro a Sabatini, em todos os sentidos... Mas vai ai, que mais?
-Zsá Gabor, atriz.
-Aquela que esbofeteou um guarda americano?
-É... E mais! Joseph Pulitzer. O cara era tão bom que virou premio jornalístico.
-Nos EUA...
-Tá bom... Você tem lá alguma razão, mas vai vendo... Os húngaros inventaram o cubo mágico; descobriram a vitamina C; a esferográfica Bic e um húngaro é considerado o pai da bomba de hidrogênio... Que você pode dizer disto?
-Não consigo montar o tal cubo; sou alérgico a vitamina C; as Bic sempre falham comigo e da bomba nem preciso falar né?
-Poxa que resistência com a Hungria heim? Budapeste é linda, não tem nada que a desabone.
-E o nome?
-Que tem o nome?
-Poxa... É horrível!
-Ta bom... Vou falar uma coisa então que você vai gostar: foi lá que o Piquet jantou o Senna com garfo, faca e guardanapo em 1986... Agora gostou né?
-Não... Eu sou sennista.
-Pqp, assim não tem jeito... Não dá para agradar você quando o assunto é a Hungria né... Não tem nada de lá que você conheça e goste?
-Tem sim... O Paulo Miklos, aquele cantor... -Desisto...

Comentários

Daniel Médici disse…
As húngaras. Tinha que ter mencionado as húngaras...

Falando nisso, a Gabriela Hamóri, no filme Budapeste... Dá vontade em qualquer um de conhecer a Hungria.
Anselmo Coyote disse…
Muito bom, Groo.

Mas vc se esqueceu das húngaras e da língua. Não, não é para vc morder na língua. Muito menos para fazer outras coisas que só essa irrequieta... deixa pra lá.

Falo (ai, ai, ai, eu disse que ia deixar pra lá) do idioma, do vernáculo húngaro.

Em seu livro Budapeste o Chico Buarque diz que "húngaro é a única língua que o diabo respeita".

Mas isso não é novidade. Eu até já escrevi no blog do Felipe Motta. O que eu queria lembrar aqui era do Robert Capa, o maior foto-jornalista de Guerra que já existiu.

O cara era um fanfarrão.

Para começar ele também "jantou" (de novo, que inferno!) com garfo, faca e guardanapo, mas, foi a bela Ingrid Bergman. Não foi na pista, não tem nada a ver com corrida de F1 mas, "bão também".

Ele nasceu em 1913, em Budapeste e morreu em 1954, no Vietnan , quando cobria a guerra da Indochina. Nem preciso dizer que era pobre, miserável.

Seu nome verdadeiro era Endre Ernö Friedman. Robert Capa foi o pseudônimo que ele adotou, numa sacada tão engenhosa quanto sensacional. Mas não foi assim tão simples.

Ele fotografava maravilhosamente e sabia disso. Mas também sabia que santo de casa não faz milagres e por isso queria sair de Budapeste (naquela época a Hungria já era “osso”).

Então começou a por suas fotos à venda por preços altíssimos, mas se dizendo curador do acervo de um excêntrico milionário americano chamado Robert Capa. Fez excelentes negócios, vendia todas, porque as fotos eram obras primas e as pessoas e instituições pensavam ser de autoria de um milionário americano excêntrico.

Quando foi descoberta a farsa o tal Robert Capa já estava muito famoso e o fanfarrão do Friedman com boa soma em dinheiro. Então ele foi para Paris, onde passou a se apresentar como Robert Capa. Lá conheceu os fotógrafos Henri Cartier Bresson, David "Chin" Seymour e George Rodger, com os quais montou a Magnun Photos, a melhor agência de fotografias do mundo, da qual já foi membro o brasileiro Sebastião Salgado.

Ah, ia-me esquecendo. Também da Hungria é André Kertész, que, segundo Henri Cartier Bresson, o mestre do "momento decisivo", foi o fotógrafo mais completo que ele conheceu. E ainda Brassai, outro fotógrafo, que retratou magistralmente, os amantes, as prostitutas, os becos e os desvãos das noites escuras e boêmias de Paris dos anos 20, 30, 40... Seu nome verdadeiro era Gyula Halász... rs.

Tudo bem, tudo bem. Sobre esses eu falo outra hora.

Mas, por quê eu escrevi tudo isso?

Ora, tô desocupado mesmo, esperando minha mãe voltar da farmácia com o meu remédio controlado.

Abs.
Mihály disse…
E tem muito mais. Veja só...

http://www.mfa.gov.hu/kulkepviselet/BR/pt/br_info/
Felipão disse…
Eu não sabia grande parte dessas coisas... Faço coro com o Daniel... Faltou as húngaras... HAHAHAHAHAH
Anônimo disse…
qta coisa rs... nem fazia idéia tb. E faltou as húngaras mesmo hehe Flw
Unknown disse…
agora entendo... a hungria estava tão distraida abofeteando guardas americanos e fazendo bombas que esqueceram de fazer um bom circuito. uma pena que a vitamina C não melhore a memória...

Paulo Miklos? mais parece ozzy sem cabelo
Marcus Mayer disse…
Caro Ron:

Só mesmo aqui para encontrar um post tão interessante, ressaltando as qualidades desse magnífico país. O leitor Daniel Médici tem toda a razão por lembrar das húngaras. Cheguei a me apaixonar por uma garota chamada Annett, que conheci no balcão de um bar em Budapest. Conversávamos por meio de um dicionário alemão-húngaro.

Mas Ron, tomo a liberdade de incluir um link para a minha música preferida no YouTube. Apesar da autoria napolitana, Vittorio Monti, prestigia o violino e o estilo gypsy húngaro.
http://www.youtube.com/watch?v=qeNKiilwpdk Se gostar, procure também por Dança Húngara Nº5, de Brahms (Ungarischer Tanz Nr.5).

Forte abraço.
Marcelonso disse…
Mestre Groo,


Nota 9,5 ,com as hungaras seria nota 10

abraço
Marcos Antonio disse…
é faço coro com todos: cade as hungaras?rsrsrs

Hungria tb me lembra um conto excepcional que um blogueiro, Ron Groo, escreveu. Vc conhece? muito bom ele...rs
Remédios a bela disse…
Groo, Quanta paixão... Budapeste com certeza é um lugar que jamais pode ser esquecido.
Coyote, você foi genial!!! Robert Capa é o meu predileto.
Abraços.
Unknown disse…
O post é bem legal, a música do Titãs também, muito atual até, tão boa que poderia virar o hino nacional na minha opinião.
O Paulo Miklos não é hungaro, é brasileiro mas isso é só um detalhe.
Sobre a personalidades hungaras, podemos citar as irmãs Polgar, que dominam o xadrez mundial a algumas décadas. hehehe
Anselmo Coyote disse…
Remédios, fala sério, vc conhece e gosta mesmo do Capa? Não acredito!!! rsrs. Putz! Certamente conhece tb a Gerda Taro, sua companheira na Guerra Civil Espanhola. Pois não.

Conhece tb Henri Cartier Bresson, Man Rae, Wee Gee, Alfred Stieglitz, Edward Weston, Ansel Adams, Robert Doisneau, Nadar, Kertész, Jacques Henri Lartigue, Eugene Atget... tanta gente boa... Susan Sontag, Roland Barthes.

E os brasileiros? Tem uns fantásticos. Conhece algum? Fala sério.

Eu não esperava que qualquer dos colegas fosse dar a mínima para a divagação/brincadeira que fiz acima e vc vem com essa. Maravilha!

Então vc gosta mesmo de Fotografia, de História da Fotografia, tudo assim mesmo, com iniciais maiúsculas, no mais alto nível. Maravilha! Precisamos falar mais sobre isso. Vou lhe convidar para conhecer minhas fotos, meu dark room, minhas câmeras e meus humildes negativos...rsrs.

Abs.

OS. Mas, olha, isso é blog de F1. Tenhamos cuidado. O Groo é brabo!!
Remédios a bela disse…
Coyote, Aceito e com muito prazer o seu convite. Aproveito para lhe mostrar o que tenho do Grande Sebastião Salgado, Evandro Teixeira, Walter Firmo, Eustáquio Neves...
Conheço um pouco de todos estes nomes que você citou. Tenho alguns materiais bons aqui e terei o maior prazer em dividi-los com você.
Conheço a Maravilhosa Gerda Taro, sou uma grande admiradora da sua vida e do seu trabalho.
Olha, Coyote, eu já lhe admirava por suas idéias tão parecidas com as minhas e agora nem tenho palavras.
Que bom encontrar um parceiro.
Quanto ao Groo. Este é jóia. Tenho certeza que ele não ira se importar.
Abraços...
Ron Groo disse…
Me importar?
Claro que não, eu quero é mais...
Só uma condição, também quero ver, eu adoro Sebastião Salgado.
Anselmo Coyote disse…
Aê, Remédios, rsrs.

Então, de vez em quando vamos trazer algumas coisas desse mundo da Fotografia para o amigo Groo.

Groo, vou lhe mandar um e-mail com algumas fotos minhas e lhe dar as dicas para vc ver outras. Não tenho muita coisa digitalizada porque ainda fotografo com filmes, mas devagar estou escaneando os negativos.

Abs.

PS.: Conheço bem o Sebastião Salgado, sua agência Amazonas Imagens em Paris e o Instituto Terra em Aimorés. No e-mail lhe darei detalhes.

Ah! Tenho uma história mirabolante sobre o Sebastião. Quando vc quiser, escrevo.

Abs.