A volta poderia ter sido assim, não?

Parou sua Ferrari FXX á porta da fábrica, pegou uma bolsa que estava no banco do carona.
Passou pela portaria cumprimentando Guido, o porteiro como costumava fazer ao longo dos anos...
-Ma che! Viva a Juve!
E recebeu de volta o sorriso e a resposta bem humorada do porteiro torcedor do Torino.
-Farabuto! Campeone, ma farabuto!

À medida que ia entrando no prédio ia revivendo emoções.
Ao passar pelo ascensorista - o canadense Hastings - lembrou-se de quando tentou tirar Jacques Villeneuve da pista para garantir um campeonato a mais.
Lembrou de como foi sacaneado.
-Nem todo mundo é Damon Hill? – fazendo alusão ao campeonato de 1994.
Lembra de ter engolido a seco aquela provocação para depois devolver quando ganhou o quinto titulo.
-Tinha razão, só alguns são Damon, mas só eu sou Michael Schumacher.

Na porta da sala dos pilotos ainda estava o desenho que ele pendurou quando foi embora: Um piloto passando o volante para outro com a legenda: “Eu vou, mas meu coração fica”.
Dentro, nas paredes fotos de suas vitórias; fotos com Eddie Irvine, com Rubens Barrichello e uma grande no pitlane de Interlagos onde abraçava Felipe Massa, então vencendo pela primeira vez o grande premio do Brasil.
Lembrou que aquela foi sua ultima corrida.
Viu no alto uma imagem de Kimi Raikkonen recebendo a medalha de campeão do mundo e lembrou das sete vezes em que foi a festa da FIA receber as suas.

Jean Todt entra na sala e vê o alemão ali, absorto em suas lembranças.
-Fizemos um trabalho muito bom heim?
-Fizemos... Fizemos...
-Você lembra desta corrida no Brasil?
-Lembro! Um pneu furou e eu tive de vir me recuperando; o Massa ganhou; o Alonso tinha sido campeão e o Kimi fez a ultima corrida dele pela McLaren.
-É foi... Você ainda deu um come nele que duvido que ele tenha esquecido...
-Antes do S do Senna né?
-Espremido no muro, hahaha.
-Foi, foi... Pra ele não esquecer que mesmo não valendo nada a gente tá la pra isto né? Ainda fui o quarto colocado...
-Eu lembro... Acabou a prova com a volta mais rápida. Sua ultima volta mais rápida.
Ficam em silêncio, pensando nos bons tempos.

Stefano Domenicalli aparece à porta e pede para conversar com Jean Todt, cumprimenta o alemão com um aceno de cabeça.
Terão muito tempo para conversar ainda.

Schumacher então abre a bolsa que trouxe do carro e retira seu capacete de lá, vermelho com as estrelas no cocuruto.
Clássico.
Pega um controle remoto que estava na mesa e liga a tela de plasma, presa a parede junto do símbolo da scuderia.
O que se inicia na tela tem letra sintomática e devido à altura em que se encontrava a TV muitos chegam à porta da sala.

Ao fim do vídeo é muito difícil conter as lagrimas e os aplausos.

Comentários

Ah Groo...Alguns são Damons, mas só eu sou Schumacher foi foda...muito boa!

queria só aproveitar o espaço para divulgar:


Ola a todos que conferem este blog, queria divulgar aqui a coluna " Uma Opinião", que esta semana fala sobre Rubens Barrichello

Acredito que fiz uma crítica no sentido real da palavra, procurando atribuir uma análise de pontos positivos e negativos, e do que Rubens representa para mim na F1 desde a minha infância, afinal ele é um elo dessa infância e ainda é o piloto pelo qual torço por melhores resltados.

A todos que puderem conferir, um abraço

http://historiasevelocidade.blogspot.com/2009/07/uma-opiniao-rubens-barrichello.html#comments
Tohmé disse…
Quem sabe não foi assim?
Christian Camilo disse…
pode ter sido mesmo...

Groo, me indica um livro legal.
Unknown disse…
o propio michael ia ficar emocionado de ler

é o retorno de uma lenda, e olha que eu não gosto quase nada do alemão. mais com certeza vai refrescar as memórias de muitos em maranello
Felipão disse…
Se não foi, deve ter sido próximo do relato. Afinal, foram anos e anos defendendo a escuderia italiana...
Marcos Antonio disse…
Talvez tenha sido bem próximo disso,e deve ter sido bem emocionante o acerto dele. Ou Não. Mas prewfiro acreditar na poesia do momento importante que foi a volta dele.

Mas se eu encotrasse o schuacher eu tb zoaria ele sobre Jerez 97. e muito!
Felipe Maciel disse…
A história de Schumacher com a Ferrari é marcada por muitas glórias. Vale muito imaginar uma conversa como essa, eles lembrando de muitos episódios vitoriosos. O Schumacher deu à Ferrari um vigor absurdo, às vezes é difícil pensar em um sem pensar em outro.

Imagina como vai ser para a equipe ver o cara de volta, sentando no carro e indo pra pista. Deve passar um filme em quem viveu os bons tempos.
Anselmo Coyote disse…
Groo e amigos,

Maravilha de post, Groo. Nesses momentos rolam cada coisa. É muito maluco.

Só para zoar um pouquinho: o que estará se passando na cabeça do Barrichello com a volta do alemão, hein? Muito estranho também.

Abs.
Anônimo disse…
Na verdade ele nunca deixou Maranello, acho até que passou bem mais tempo jogando conversa fora lá do que antes de 2006.

O que eu fico imaginando é como os mecânicos, engenheiros, assessores, cozinheiros, etc da Ferrari receberam essa notícia. Aquele cara que lembra dos bons momentos que teve ao lado do alemão. Aquele cara que no fundo desejava que ele ficasse um pouquinho mais. Aquele cara que não teve a oportunidade de trabalhar com ele como piloto e agora tem essa chance de ouro. Que momento!
Daniel Médici disse…
E onde fica aquela negociação sobre o milhão de euros que ele vai ganhar por GP? Maranello também tem seus porões, e é melhor que não saibamos o que lá se passa - como diria Nietzsche, aquele ferrarista.
Net Esportes disse…
a histórias ainda não acabou, vem aí novos capítulos da era Schumacher .....

Não tenho nada a favor do Kimi Raikkonen, mas ele em seu último ano na McLaren já com tudo acertado com Ferrari não ia forçar a barra justamente contra o Schummy, o maior que já passou pela scuderia italiana, claro sem tirar qualquer merito do alemã e mesmo pra valer tria feito o mesmo eu acho ......