A corrida mais importante do ano, ao menos para mim.
É em Monza que a minha paixão pela F1 faz aniversário.
Vinte e seis anos, quem diria.
Estou ficando velho... Não demora e estarei obsoleto.
Foi nesta pista – em 1983 - que vi minha primeira corrida inteira e com direito a vitória de Nelson Piquet, que saiu de lá campeão do mundo e de minha preferência.
Lá a corrida não precisa de nada para ser especial.
Basta ver os carros contornando a Rettifilo, a Grande, Della Rogia, Di Lesmo, o Serraglio e depois de sair da Variante Ascari seguir rasgando uma reta emoldurada por árvores e sendo engolidos pela curva mais estranha do automobilismo.
A Parabólica é algo a ser estudado, uma curva que quando pensamos estar acabando dá outra guinada pra dentro de si para só então desembocar na reta de chegada.
Monza é pura magia.
Isto me lembra um amigo - de longa data - que ganhou uma bolsa para estudar arte na Itália, mais precisamente em Florença e quando embarcou para a velha bota, além das recomendações de praxe por parte de sua família, levou também um pedido meu:
-Cara, aproveita que em Setembro você ainda vai estar por lá e vai assistir a corrida de F1 em Monza... Na volta ce me conta sobre o clima, sobre como é ver uma corrida lá... In loco!
Ele também um grande entusiasta de corridas de carros disse que sim, que iria ver a corrida e me traria detalhes quando voltasse, exatamente um mês depois da corrida.
Por esta época ainda não tínhamos os e-mails e nunca tive o hábito de enviar cartas nem para a cidade vizinha, quanto mais para o exterior.
Aguardei sua volta ansiosamente, queria ver fotos, saber de viva voz o que ele tinha visto, sentido...
Pois bem: O cara voltou e fui com uns amigos buscá-lo no aeroporto.
Infelizmente o cara não conseguiu aprender italiano e na falta de ter com quem conversar acabou esquecendo o português, desenvolvendo um dialeto que misturava as duas línguas e ainda por cima se apoiava em mímica.
Ou seja: voltou de lá quase mudo...
Tivemos dificuldades em nos comunicar por muito tempo e acaba que até hoje ele não me contou nada de interessante sobre a corrida.
O que acaba nem fazendo muita diferença já que aquele Gp foi vencido por Johnny Herbert um dos poucos cabeças de bagre a vencer na mítica pista de Monza.
O que tem isto com a corrida? Nada, só meu deu vontade de contar esta história.
Esta é a minha pista predileta.
Onde meus pilotos favoritos sempre venceram com propriedade.
Schumacher por cinco vezes e Piquet por três.
Piquet venceu o GP da Itália por quatro vezes, mas em 1980 este foi corrido em Imola.
Aliás, em toda a história do GP italiano - já sob o nome de Formula 1 - esta foi a única vez que a corrida não foi no solo sagrado.
E antes disto, na era dos Grand Prix, apenas mais quatro, desde 1921, sendo provavelmente a corrida que mais vezes foi disputado no mesmo lugar. Mônaco não conta...
Que venha então...
Não existe Fomula 1 sem Monza, graças à Deus!
Comentários
Monza é mesmo uma pista fantástica e com muita história!
F1 sem Monza não é F1!
Isso faz, sim, de Monza a pista que mais recebeu GPs na história. Incluindo Mônaco!
Além disso, mais algumas curiosidades para alimentar sua preferência pela pista: foi o terceiro circuito permanente da história, construído em 1922. Antes dele, apenas dois ovais: Indianapolis e Brooklands.
Além disso, teve diversos traçados diferentes, incluindo um bastante lento, usado em 1934, devido a acidentes graves no ano anterior. Descontadas as chicanes, a curva mais nova é, por incrível que pareça, uma das mais lendárias: a Parabolica, inserida em 1955, no lugar das antigas freadas Vedano, que por sua vez foram instaladas em 1938.
Vc disse tudo! Não existe Fórmula-1sem Monza. Eu acho que todo mundo deve ter alguma lembrança a respeito da pista, como o seu amigo que resolveu guardar tudo para si... hahahahahhaa
O acelera-freia-acelera seria enfadonho em qualquer lugar do mundo, como era na chatinha A1-Ring, mas em Monza tudo ganha contornos especiais. Eu respeito muito a reverência e a solenidade com a qual a F-1 olha pra Monza.
Junto com Suzuka é a minha pista predileta.
Mas Suzuka é o que há - trecho de alta, curvas forte, curvas em sequência subindo, hairpin, trecho com curvas de alta descendo e subindo, curva traiçoeira, descida forte, subida mais ainda, chicana e reta. Muito técnica. Minha predileta.
Abs.
entendo o que acontece com o teu amigo. eu quase não falo espanhol, e quando tento, sai um portunhol mais própio da fronteira do que outra coisa. porqué contei isto? não sei, quem sabe pra me disculpar por tanta barbeirada com o portugués que já fiz comentando neste blog....
Realmente é uma pista fabulosa,junto a ela Spa,Suzuka e Silverstone.
abraço
Depois de Spa, só poderia vir Monza no calendário, a melhor sequencia de provas do ano.
Monza.
Um dos poucos lugares , Monaco não conta, que o Tilke não meteu a mão.
Só não entendi os "26" anos.
hahahahaha
Embora muitas circunstâncias tendem a ser desastrosas p/ mim em particular nesse fim de semana, F-1 não é nada sem Monza. Não posso negar isso...
abs!
Monza, junto com Mônaco e Spa, forma a tríade das minhas pistas favoritas na F-1. Hockenheim pertencia a este grupo, mas depois da covarde mutilação que o senhor Tilke fez por lá, não faz mais.
Quando você vê a floresta e aquela tomada aérea da câmera enquadrando aquela gigantesca e larga reta dos boxes, você vê passando por ali Senna, Schumacher de Benetton, Piquet de Brabham, Vettel de Toro Rosso... aquele sol de outono (embora seja verão), ou o aguaceiro que caiu ano passado, a incredulidade dos mecânicos...
História pura.
Corrida noturna em Cingapura é algo fantástico, mas que me desculpem as novinhas, eu prefiro as vovós da F-1.