Brawn GP: White light, white heat

Ross poderia estar rindo a toa, e no fundo deve estar mesmo... Afinal falta muito pouco para que ele obtenha uma façanha incrível: Levar uma equipe - que até bem poucos dias antes do início da temporada sequer existia - ao título de construtores e de quebra ainda vai levar o de pilotos. Com boas possibilidades de ficar também com o vice campeonato. Não foram poucos os que disseram que o time nem existiria.
Com a desistência e debandada da Honda o que se viu foi um processo longo e penoso de tentativa de salvamento do que sobrou.
Foram meses de especulação e descrença e confesso, estava incluso neste grupo.

Então surge a notícia de que Ross Brawn havia ficado com o espólio da equipe japonesa e até com sua última dupla de pilotos e seguiria em frente.
Que batizaria a equipe com seu nome e estava à cata de patrocinadores.
Agora os desconfiados mudavam o discurso, era a vez do advérbio “se” mudar de parceiro e sair da companhia do verbo “existir” para ir se juntar ao “prestar”.

Novamente os céticos bradavam que a equipe seria de fim de grid, que com a manutenção da dupla de pilotos meia boca não teria nenhum futuro e que se conseguisse terminar as corridas já seria um bom negócio.
Eu estava entre estes de novo.

Só que esqueceram de que por trás da coisa estava Ross Brawn, homem de sucesso junto a Michael Schumacher e da Ferrari.
Ele usou de seu prestigio e bom nome para garantir motores Mercedes, um senhor handicap.
Fortes e confiáveis, os propulsores alemães encaixaram perfeitamente nos carros e com a ajuda – ou não – dos tais difusores duplos o que se viu na primeira metade do campeonato foi um massacre.
Como se tivessem pego uma Mclaren ou Ferrari em seus melhores dias e pintado de branco, preto e amarelo marca texto.
Jenson Button se travestiu (opa!) de Schumacher sendo irritantemente perfeito, vencendo seis corridas em sete disputadas.
Rubinho era só o Rubinho mesmo.
E os críticos tiveram de se calar e engolir em seco o sucesso da Brawn GP.
Novamente me incluo.

O que o futuro reserva aos carros de Ross é uma incógnita, bem como a todas as equipes, já que mais uma vez por força da mudança de regulamento os carros terão de ser construídos partindo do zero, repensando distribuição de peso e outras coisas das quais entendo muito pouco...
Mas Ross Brawn e seus carros entraram para a história, e se nada mais fizerem nos anos que virão – o que duvido, pois a parceria com a Mercedes continua – este campeonato já terá servido para transformá-los em verbete de enciclopédia de automobilismo.
A equipe deu um calor em todas as outras e acendeu a luz para que desenvolvessem seus carros a toque de caixa para não serem totalmente engolidas.
Luz branca, calor branco...


Comentários

Marcelonso disse…
Mestre Groo,

Perfeita a análise,também estava entre os que não acreditavam no time.

Sem dúvida alguma a performance desta equipe entrou para a história.

abraço
Manu disse…
É Groo, concordo com vc. Eu era uma daquelas que afirmou que a Brawn seria apenas mais uma alí no fundão. Ainda bem que estivemos errados.

Queria saber se vc pode me mandar um email p/ mim nesse q aparece em meu contato p/ q eu possa esclarecer algo sobre seu último comentário em meu blog.

E já aviso de antemão. Não ligue p/ aquilo, entenderá alguma coisa qd eu escrever à vc.

até mais!
Felipão disse…
Incrível onde esses caras chegaram... acho que nem o fã mais ardoroso adivinhasse que o time chegasse tao longe...
Unknown disse…
como é que alguém disse? a equipe mais pobre do grid tem o carro mais caro do mesmo? os japinhas na hora de sair, finalmente tinham feito carro que presta, né?

eu achei que a equipe não veria o sol...

depois achei que não veriam o sol de uma segunda corrida

depois achei que a Brawn não soportaria o fim do caso do difusor duplo...

depois achei que com a debandada da Virgin o time não chegaria a interlagos...


E AGORA VÃO GANHAR OS DOIS CAMPEONATOS

aleluia irmão Groo, agora eu acredito....

depois disso, pode vender a equipe por um bom preço e nós vamos a ter uma história incrivel pra contar para os netinhos na frente da TV, no GP de japão de 2049
Bruno disse…
foi a maior surpresa de todas nesta temporada. Talvez por acreditar tanto no projeto que Ross Brawn tenta lutado tanto para assumir o time, inclusive espantando uma associação com Bernie Ecclestone.

Todas as equipes que começaram vencendo, como a Wolf, Mercedes, acabaram poucos anos depois. A Brawn já quebrou tantas barreiras, queria ver quebrar essa também.

Vamos ver se descolam mais patrocínios para o ano que vem e como se saem sem a ajuda financeira da Honda.
Tohmé disse…
Eu fui um dos que não acreditaram.
Aliás, os únicos pecados da equipe são o layout e o nome.
Brawn GP é horível...
Felipe Maciel disse…
Acho que Ross Brawn deu um golpe muito bem feito. Ele fazia parte do grupo de trabalho de ultrapassagens e bolou um difusor que jogava ar até na lua, deixando o resto do grid de queixo caído. Toyota e Williams também tinham difusor no início mas o projeto da Brawn era realmente completo.
Então, além da esperteza com o regulamento, ele conseguiu manter a equipe integrada, o trabalho em alto nível, o pessoal motivado, mesmo que ninguém soubesse se teria emprego ou se estavam construindo um carro que um dia disputaria uma corrida.
Esse Ross Brawn é fogo. Achei que ele poderia queimar o próprio nome com essa tal de Brawn GP. Mas foi justamente o contrário. É a melhor estreante da história da categoria. Esse cara é bom, hein...
Anônimo disse…
Bela análise. Mas não sei, tenho pra mim que a Brawn fará a limpa neste ano e a partir do ano seguinte se manterá mais ou menos como a McLaren ou a Ferrari estão neste ano, sabe? Equipe intermediária com uma vitória ou outra, aqui e ali. Até acabar, de vez. Porque as equipes novas dificilmente se sustentam por muito tempo, esta tem sido a tônica dos últimos anos.

De qualquer forma, penso que no futuro nos lembraremos da Brawn como hoje nos lembramos da Lotus. Mas pra essa imagem ficar consolidada no imaginário dos torcedores, é bom que a equipe contrate um piloto jovem e carismático, porque tá difícil de se afeiçoar à equipe com Button e Barrichello...
GiglioF1 disse…
Groo,

O motor mercedes fez a diferença junto com um projeto ganhador...ha muitos japas se suicidando neste momento...alias são mesmo imcompetentes...pelo menos para a
F1.

abraço
É isso aí tudo que vc escreveu...mas não deixa de ser um ano para ser esquecido na fórmula Um, muito ruim demais.