Chico Maverick, um olhar externo

A síntese da história desta banda traz em si uma característica básica: a curiosidade.
Curiosa a forma com que passaram pela década de 80, juntando-se e separando-se por diversas vezes sempre amparada no indefectível 'agora vai!', mas sem nunca forjar nada de especial, entraram então na década de noventa separados e cada um cuidando de sua própria vida.
Ricardo tomou-se um renomado cartazista na região em que mora, tendo realizado trabalhos memoráveis junto a uma rede de supermercados. Mas seu melhor trabalho é, até hoje uma placa feita por encomenda de um amigo onde se lê: 'Matura Comesticos’.
Rogério empregou-se como auxiliar despachante fez trabalhos incríveis nesta função, sua especialidade são os recursos de multas. Expediente onde usa toda sua criatividade para argumentar em defesas do arco da velha para motoristas infratores, já recorreu mais de mil multas e reza a lenda que nunca conseguiu deferir uma sequer.
Alessandro ou simplesmente Sandro como é conhecido é um brilhante técnico de informática, prestando serviços às mais diversas empresas.
Seu ultimo trabalho foi um retumbante sucesso, as notícias ainda um pouco confusas dão conta de que ele sozinho conseguiu derrubar - daqui do Brasil - a nave interplanetária Mars Lander, que se espatifou no solo de Marte na aterrissagem (ou será amartissagem?).

Curiosa também é a história que se passa já no fim dos anos 80, onde os três tiveram a chance de aparecer para um grande publico num show da série 'ESPAÇO ROCK' abrindo para o grupo "Ira!" do guitarrista Edgard Scandurra, mas minutos antes do início do show caiu um temporal diluviano fazendo o guitarrista Ricardo sumir sem deixar pista alguma e só aparecendo depois de horas, sequinho como se não houvesse chovido uma só gota e quando o resto da banda já embarcara num trem de volta para casa.

Conta-se também que neste mesmo dia Rogério conseguiu a proeza de sair deste trem, ir até o banheiro da estação e voltar para o mesmo vagão em um espaço de tempo de apenas três minutos!

Mais curioso ainda é o fato de que o conhecimento musical dos três juntos não é suficiente para formar uma banda mediana, mas com uma insistência mastodôntica conseguiram compor algumas musicas nos primeiros ensaios no ano de 99.
Entre elas o provável hit de verão "Minha Menina" que fez com que Ricardo fosse considerado por todos (os familiares) uma espécie de Sheakspere do rock.
Versos como: "Ah minha menina/sempre gostei de você/você nunca gostou de mim”, são um marco para o idioma nacional assim como as: frases secas e cortantes de Graciliano Ramos.

A base das musicas é o baixo de Sandro e a bateria de Rogério, que formam uma 'cozinha' muito especial, tão entrosada que eles são capazes de tocar duas musicas ao mesmo tempo! Isto somado a guitarra de Ricardo, que seja qual for o ritmo e a levada da musica, sempre emite os mesmos acordes, hora maiores, hora menores, mas, rigorosamente os mesmos. De suas influencias mais notadas é possível reconhecer logo de cara a selvageria do grupo Bee Gees e de seu par brasileiro o KLB, a eloqüência poética de Reginaldo Rossi, sem deixar de fora nenhum trabalho do mestre Wanderlei Luxemburgo, que não faz musica, mas tem um trabalho de marketing pessoal muito legal.

No momento estão parados musicalmente, já que Sandro sumiu depois de seu último trabalho, mas eles têm uma fita demo pronta com covers e musicas próprias intitulada: "Hits again" puxada pelo proto-hit "Minha Menina" que traz o verso mais genial e harmonioso da musica brasileira: "Uma família de ursos te dei/você nunca gostou de mim...”.


E nesta Rádio Onboard você não vai ouvir nenhuma canção do Chico Maverick, mas vai ouvir uma discussão em altissímo nivel sobre o ótimo GP da Malásia (rapaz! nunca pensei em dizer isto!) entre Fábio Campos, Felipe Maciel e eu.
Ouça aqui neste link: Rádio Onboard.

Comentários

oliver disse…
Não conhecia o nome: Chico Maverick.

Inclusive, quando li que eles "abriram para o Ira", pensei que se chamassem Os Ahmadinejad.

Mas a turma tá BEM RECOMENDADA.
Daniel Médici disse…
A capacidade de tocar mais de uma música ao mesmo tempo me lembrou o Nick Cave and the Bad Seeds, que conseguiram tal proeza, em um pocket show... com a presença do ministro da cultura da Alemanha Ociental... Na verdade, eles estavam tão bêbados que não chegaram a um acordo sobre qual música tocariam, e cada um tocou a que achava que estava no set list.

Fora isso, acho que a comparação entre o Bad Seeds e o Chico Maverick não é válida. Mas ao menos prova que os brazucas estavam no caminho certo. "Ou não", como diria Cléber Machado.
Marcelonso disse…
Groo,

É aquela história,perderam a oportunidade de pelo menos tentar um voo mais alto.
Em carreiras solo,todos sem exceção são verdadeiros desastres!

Essa história de perder a oportunidade me faz lembrar Alesi,tinha um contrato assinado com a Williams na época de ouro do time,rasgou e foi para a Ferrari.

Resultado nunca foi campeão e venceu uma corridinha na vida isso depois que saiu do time vermelho,enquanto a Williams distribuiu titulos para os que pilotaram seus carros.

abraço
Anselmo Coyote disse…
Garçon, aqui nessa mesa de bar,
Vc já cansou de escutar,
Centenas de casos de amor... kkkkk!!!

Groo,
O capetoso já está até fazendo lobby com a dona da foice pra te levar depressa pra casa dele quando vier buscar o titio Bernie. Vc iria (ou irá) de carona. Pelo menos, acho, vcs irão de 1a classe.

Abs.