Rock como libertador de almas

Não foi nem uma nem duas vezes que escrevi por aqui detonando filmes comercias sem noção que aparentemente são escritos, dirigidos e filmados pelo cunhado esperto do dono da empresa anunciante e que entram na longa lista de lixos feitos para atrair desprezo e por magnetismo, grudar (ainda que de forma negativa) o produto no inconsciente popular.
Porém, quando algo realmente relevante e bem feito aparece, se faz necessário reconhecer.
Este é o caso desta campanha criada pela agência AlmapBBDO para a rádio Kiss FM.
Obviamente o produto ajuda, e muito! Mas fica impossível negar a qualidade e a criatividade embutidas no conceito do filme.

Filme, aliás, que contém um porrilhão de citações que vão de desde Robert Johnson (um crucifixo que remete à Encruzilhada, filme sobre sua suposta vigésima nona canção perdida), capas de discos de U2 e Bob Dylan e as (obvias) rosas da turma liderada por Axl Rose e Slash.
O mote principal é a libertação de um jovem “possuído” por espíritos ruins (axé, funk, pop) duelando com um guitarrista sósia do canadense genial Neil Young que o liberta da influência (infernal) com golpes precisos e diretos de sua guitarra disparando riffs conhecidos de todo àquele que gosta do bom, puro e velho rock and roll praticado e transmitido pela rádio.

Melhor que escrever ou ler sobre, é ver o filme.
Enjoy it.

É obrigatório dar os créditos.
Título: Endorcismo
Produto: Kiss FM
Diretor Geral de Criação: Luiz Sanches
Diretor de Criação: Andre Kassu e Marcos Medeiros
Diretor de Arte: Benjamin Yung Jr
Redator: Marcelo Nogueira e Sophie Schoenburg
Produtora: Stink
Produtores executivos: Fernanda Curi  e Cecilia Salgueiro
Direção: Jones e Tino
Fotografia: Carlos Ritter
Direção de Arte: Vicente Saldanha
Montador / Editor: Jones + Tino e Danilo Abrah

Comentários

Jaime Boueri disse…
Ficou muito boa mesmo, a peça. Única rádio que eu escuto no carro.
Marcelonso disse…
Groo,


Muito bom mesmo! É bacana ver a criatividade sendo exercitada de uma forma bem aproveitada.


abs
regi nat rock disse…
mutcho bom... e criativo.
Rafael Schelb disse…
Assim, achei engraçado e tals, muito mais a performance do camaradinha dançando funk, do que tudo. Sei lá, essa guerrinha "rock x funk" "rock x axé" rock x pagode" etc, etc, meio que me encheu o saco. Eu ouço essa mesma cantilena desde os meus, sei lá, 11, 12 anos de idade, e é óbvio que eu meu identificava com aquilo tudo, me achava o fodalhão por não ser mais um "massificado que ouvia o que a mídia impõe", palavras minhas, na época. Mas isso tudo foi perdendo o sentido. Eu adoro Rock'n'Roll, a cada dia gosto mais, cada banda nova (nova pra mim, em geral são dos anos 70 ou 80) que eu conheço, é uma alegria imensa. Só que eu simplesmente não me preocupo mais se fulano ou sicrano ficam lá o dia todo ouvindo a tal Valesca Popozuda. Aliás, os funkeiros tão cagando e andando pro fato de que o rock é um pretenso "rival", tão nem aí se o vizinho tá ouvindo Deep Purple no talo (experiência própria...), o rockeiro que acha que vive numa guerra contra o funk, tá é lutando contra moinhos de vento. Puta bobagem, pra mim. Se eu não gosto de determinado estilo musical, eu simplesmente não ouço. Não vou gastar energia falando de coisa que eu não não gosto, não conheço, não entendo. não quero conhecer...

Enfim, bom fim de semana aí... E o videozinho é maneirinho, é engraçado...
Rubs disse…
Quer saber? O vídeo valoriza o Funk!
Desde que Corax e Tisias inventaram a retórica há dois mil e quinhentos anos, qualquer falastrão e advogado de porta de cadeia sabe que a comparação opera uma transferência de valores do maior valor para menor.
O vídeo devia mostrar os riffs de guitarra competindo com Wagner ou Beethoven, por exemplo, seja para expulsar demônios ou por um lugar no céu
É por isso que Lula, uma espécie de Garrincha analfabeto da retórica, sempre se compara com Juscelino e Getúlio.
Usar a criatividade com erro produz o resultado errado. Todo mundo vai achar legal, mas lá no fundo do inconsciente o Funk ganhou um ponto às custas do rock.
Por isso, concordo com o roqueiro Rafael: colocar o Rock no mesmo vídeo do Funk dá uma sensação bem ruim - para quem é roqueiro.
As profissões precisam ser cada vez mais interdisciplinares.
Abs.
Vander Romanini disse…
Gostei!!!
Vander Romanini disse…
Muito bom seu texto!!!