Richard Wright: uma justa homenagem

Originalmente era para falar sobre abandono, isolamento...
A ideia começou a tomar corpo durante a turnê In The Flash do ano de 1977 (a primeira da banda em estádios) e veio da frustração do baixista Roger Waters com seus fãs.
Waters havia ficado tão irritado com um grupo barulhento – e devia ser muito mesmo para ser notado dentro de um estádio lotado – que acabou por cuspir neles.
Em uma conversa com um amigo psiquiatra e com o produtor Bob Erzin comentou da vontade de erigir um muro que o separasse da plateia.
-Eu odiava tocar em estádio e dizia isto para as pessoas. Aquilo estava errado. – disse.
O resultado foi a criação do conceito que acabou dando origem ao álbum The Wall, um dos maiores sucessos de venda da banda e blá blá blá...

Mas também houve efeitos colaterais.
O mais grave foi a demissão de Richard Wrigth por Waters que se tornava cada vez mais dominante e centralizador dentro da banda. Processo este que quase levou o grupo a desintegração total após o lançamento de The Final Cut.
O tal muro que Waters imaginou e construiu acabou por separá-lo do restante do grupo.
Gilmour e Mason tocaram em frente e contaram com a colaboração – como músico contratado – de Wright no primeiro álbum sem Waters (A Momentary Lapse of Reason) e o tecladista finalmente retornou como membro efetivo (e fundador) em The Division Bell. 
Tudo isto entremeado com disputas judiciais, farpas e uma improvável – e bem vinda - reunião no Live 8 de 2005.

Wright veio a falecer em 2008 e agora o Pink Floyd lança aquele que, segundo Gilmour, será o último disco de inéditas da banda: The Endless River.
Muito embora o baterista Nick Mason tenha dito que não tem certeza e num rompante de humor – um tanto incomum em se tratando de Pink Floyd – tenha dito que em sua lápide talvez esteja escrito “-Não estou totalmente certo se a banda acabou...”.
O disco que funcionará como uma espécie de réquiem para o tecladista já acumula recordes mesmo antes de ser lançado.
Se for mesmo o final, será em grande estilo e é uma pena que Waters não tenha derrubado o muro que o separou da banda.

Comentários

Marcelonso disse…
Groo,

Uma das melhores bandas da história do Rock...
abs
Magnum disse…
Sério??? Nunca vi esta história...

De qualquer forma, certos grupos são perfeitos juntos porque cada um compensa os exageros dos outros, mas separados não têm nem de longe o mesmo brilho...

No caso do Pink Floyd, Roger Waters separado do David Gilmour é deprê DEMAIS, chato, tipo aqueles que querem ser cabeça demais e passam dos limites da chatice, enquanto que David Gilmour sem o Roger Waters é festivo DEMAIS! Nunca vou perdoar as chorus girls fazendo "u-hú" trocentas vezes na música Money ao vivo.

Ok, às vezes o Pink Floyd sem o Roger Waters chega à qualidades muito boas como um Dire Straits, ou um Rick Wakeman, mas nunca a mesma coisa que o Floyd antigo...