Comédias da vida real na F1 #15: A vitória de Vitório

O apelido nunca fez jus à pessoa.
Vitorio Brambilla é frequentemente descrito como um sujeito doce, boa praça e muito divertido.
Talvez a sanha em destruir carros apostando em pontos de ultrapassagens inexistentes tenha contribuído e muito para isto... Alguns casos ficaram na condição de lendas, outros nem tanto... Mas o maior deles, e este realmente aconteceu, foi sua vitória no grande prêmio da Áustria de 1975.

A briga entre Lauda e Hunt era o assunto do ano e na Áustria, o tempo ruim fez com que Lauda ficasse para trás na prova enquanto Hunt dava show.
Também Vitório fazia uma bela corrida e quando encostou no inglês, a torcida austríaca se levantou nas arquibancadas se preparando para um ataque de risos prevendo que o italiano e seus pontos de ultrapassagens inexistentes fosse tirar o rival do ídolo local da prova.

Porém, na briga, o retardatário Brett Lunger foi o fator preponderante atrapalhando o inglês ao tomar uma volta.
Aproveitando, Brambilla deixou os dois para trás e disparou na liderança.

O tempo ruim ficou ainda pior e antes mesmo da metade da corrida a direção de prova resolveu terminar a corrida por questões de segurança.
Ao contornar a última curva, Vitório viu – ainda de longe – o fiscal pronto para agitar a bandeira quadriculada e quase não acreditou.
Ao cruzar a linha ergueu os dois braços e os agitou de forma frenética.
O carro então saiu da linha e – previsivelmente – se chocou contra o guard rail ficando visivelmente avariado.
Fingindo que nada havia acontecido, Vitório Brambilla deu sua volta da vitória feliz da vida por ter conseguido sua primeira vitória.
Nas arquibancadas, os austríacos também riram contentes não só por ter visto o italiano vencendo pela primeira vez e de bônus tirando pontos preciosos de James Hunt em sua briga contra Lauda, mas também por ter presenciado in loco a máxima que diz algumas coisas nunca mudam: Brambilla sempre batia, mesmo vencendo.

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Comentários

Marcelonso disse…
Groo,

Esse italiano foi uma figura e tanto nas pistas. Histórias como essa não acontecem mais, infelizmente.


abs