Comédias da vida real na F1 #17: Áustria 2002

Para muitos não teve graça alguma.
Para ele, obviamente, teve menos ainda.
A situação é no mínimo tragicômica, embora aqui não se trate desta forma o acontecido.
O fato é que aquela corrida na Áustria em 2002 se tornou icônica ao expor o duro e cruel mundo da F1 e - mais especificamente – da Ferrari.

Todos sabem hoje e quem não fosse extremamente pacheco ou alienado que o primeiro piloto da equipe era Michael Schumacher.
Foi contratado para isto dentro de um plano de revitalização da equipe que com o tempo se provou ultra vencedor.
Para Rubens Barrichello cabia a parte de ser o fiel escudeiro. O cara que soma pontos para o campeonato de construtores e – vez por outra – belisca uma vitória.
Rubens também sabia disto apesar de nunca ter dado o braço a torcer sobre o assunto.
Então seria natural que o time trabalhasse, na pista e fora dela, pelas vitórias do alemão.
Isto deveria incluir peças mais novas e melhores, trabalho de boxes mais rápido e eficiente, mas... Pedir a posição do companheiro de equipe? Podia?

Pelo regulamento até então, nada havia de errado, mas eticamente...
Rubens fez uma de suas melhores corridas na carreira não dando chance sequer de Michael se aproximar para tentar uma ultrapassagem.
Pedir (ou exigir como se disse depois) que cedesse a vitória pelo campeonato, com ameaças (segundo Rubens e alguns jornalistas) a carreira foi algo terrível.
A forma como foi feita piorou toda a situação: nos últimos metros antes da linha de chegada.
O público desabou sobre a equipe como tempestade. Vaias, recriminações, sinais de negativo (com o polegar virado para baixo) criticas de todos os lados.
Para quem contestava ainda, que timidamente, o papel de Rubens na equipe, tudo se amplificou.
Para quem não era torcedor do time, deu motivos para não gostar mais ainda.
E quem quis - como eu - riu até perder o fôlego com a inusitada narração (brilhante!) de Cleber Machado. Adiantou?
Sim e não... A FIA reviu a regra sobre jogo de equipe um tempo depois, mas a própria Ferrari não parou com a prática.
Basta lembrar do “Felipe, Fernando is faster than you...” na própria Ferrari, do “Multi 21” na Red Bull e mais recentemente a ordem ignorada por Felipe Massa na Williams quase nos mesmos moldes que havia recebido na Ferrari.
Só que estes não foram tão engraçados assim... Talvez fosse o conjunto da obra no caso do Rubens...  Vai saber.

Comentários

Marcelonso disse…
Groo,

Hoje não, hoje não...hoje sim? Entrou para a história.

A Ferrari não precisa daquilo, foi estúpido demais.



abs
Marcelonso disse…
errata - não precisava.