Histórias do GP do Brasil: 2011, o troféu salgado

A organização do Grande Prêmio do Brasil por vezes cria troféus originais para entregar a seus vencedores.
Em 2008 o troféu tinha sido desenhado por Oscar Niemayer e confeccionado com um polímero vegetal obtido através de reciclagem que ficou conhecido como “plástico verde” e lembrava as colunas do Palácio da Alvorada misturado a um volante de F1. Pesava quatro quilos e era muito bonito.
Troféu do Niemayer

Em 2011 o trabalho coube a Paulo Solariz e ele não poupou criatividade.
Pioneiro ao trabalhar com o automobilismo, o artista plástico já havia retratado em suas obras, entre outros, Jim Clark, Michael Schumacher, Emerson, Senna, Barrichello e Massa.
O troféu tinha como atrativo principal, pedras retiradas do pré-sal - então a grande descoberta da Petrobrás que prometia a autossuficiência de petróleo ao país – incrustadas.

Pois bem... À época ainda estava no ar um site sobre automobilismo feito de forma cooperativo por entusiastas e alguns estudantes de jornalismo chamado de Pódium GP.
A publicação na internet durou cerca de dois anos era feita com muito esforço e carinho.
Das fileiras faziam parte nomes como Felipe Maciel, Paulo Alexandre - conhecido como Speeder_76 -, Renan do Couto (que depois trabalhou no site Grande Prêmio e agora está na ESPN), eu próprio entre outros não menos importantes.
Paulo Solariz e sua obra
Quando a história do troféu de Paulo Solariz começou a ser veiculada, a cúpula do site achou que seria legal uma matéria sobre o assunto e designou um de seus membros para criar o texto.
Durante o processo de pesquisa sobre o artista e seu trabalho, o rapaz encarregado (do qual não direi o meu nome) encontrou no site do ateliê um telefone para contato.
Teve a grande ideia de ligar e tentar fazer algumas perguntas e assim agiu.
Tudo correndo muito bem. O artista foi muito simpático e solícito oferecendo até algumas fotos para ilustrar a matéria. Porém, ao fim da pequena entrevista, o candidato a repórter ouviu do entrevistado a seguinte pergunta: “-Posso ajudar em algo mais?” e após pensar um pouco (ou não pensar nada, o que é mais provável) perguntou de forma um pouco hesitante: “-As pedras que estão incrustadas nos troféus e são do pré sal... Elas são salgadas?”.
Um silêncio que pareceu eterno fez com que o perguntador se desse conta do absurdo perguntado, mas o espírito do entrevistado salvou a situação. “-Então... Eu pessoalmente não lambi, mas... Talvez alguém aqui tenha feito esta besteira. Se quiser eu...”.
Foi cortado de imediato com um pedido de desculpas agradecimentos mil e som do telefone sendo desligado.
Claro, esta parte não saiu no texto final no site... Ainda bem.

Comentários

Marcelonso disse…
Groo,

Esse rapaz que fez a entrevista me lembra um certo blogueiro. Só você mesmo pra sair como uma dessas. Genial.


abs
diogo felipe disse…
Ele deveria ter se oferecido pra vc lamber o trabalho dele, q tal? :P