F1 2018 - As novas caras vão dando os ares

De tempos em tempos surge uma “nova F1” que na verdade não passa da chegada de novos pilotos.
Raramente há uma unanimidade, o que é bom, mas também raramente se pode dizer que a classe que está chegando é realmente muito boa.
Desta feita, pode-se.

Mesmo com alguns já estejam disputando a categoria por um ou dois anos, os nomes que vão surgindo nos parecem bons o suficiente para que não venhamos a sentir saudades de Hamilton, Vettel, Raikkonen e Fernando Alonso.
Obviamente, saber em comparativo se terão carreiras tão longas ou vencedoras quanto destes caras é exercício de futurologia digno de vespúcios e, qualitativamente, alguns terão que evoluir muito para entrar no patamar dos que (logo) vão se retirar.

Pierre Gasly, Brandon Hartley, Charles Leclerc, Max Verstappen e Esteban Ocon, pelo que vem mostrando deixam bem claro que serão sérios candidatos a terem seus nomes marcados entre os grandes da categoria.

Gasly e Hartley além do talento, deram a sorte de pegar um ano aparentemente muito bom da Toro Rosso, conhecida antes por ser um moedor de pilotos, mas que deu Vettel e Ricciardo às corridas e isto não é pouca coisa.

Max, também vindo das fileiras da Toro Rosso, já está em um carro que lhe permite ganhar corridas, como no ano passado.
Ainda precisa aprender a controlar o ímpeto e – talvez por causa disto mesmo – seja sério candidato a “violãozinho” da vez. Como foi Schumacher e Alonso durante bom tempo.
Descontando, claro, o talento natural dos dois citados...

Ocon, mesmo estando há alguns anos na brincadeira, é um piloto consistente, rápido e seguro que se recente de um carro realmente capaz de deixar que mostre o que pode.
Um carro que comece o ano bem e evolua de forma gradual e não fique estagnado, apenas se valendo da má fase das outras equipes para não ir para trás no grid.

Por último, o caso de Charles Leclerc.
O francês dominou a F2 com sete vitórias, oito poles, quatro voltas mais rápidas e dez pódios num total de duzentos e oitenta e dois pontos.
Isto em vinte e duas corridas.
Charles faz parte da academia de jovens pilotos da Ferrari e é sério candidato a herdar a vaga de Kimi quando este se aposentar de vez, não só de espírito como tem sido.
Daí para a frente, com a orientação certa, Leclerc pode sonhar alto. Bem mais alto.
Mesmo ofuscado pela ótima aparição de Pierre Gasly na quarta colocação, o décimo segundo lugar do francês é um resultado esplendido, levando em consideração que pilota uma Sauber.

Para nossa sorte, não ficaremos dependentes de Strolls, Vandormes, Ericsons, Sainz jr. e afins.
Se não sabemos se teremos carros bonitos, roncos de motor decentes ou mesmo motores a gasolina, ao menos talento não faltará.

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