F1 2018 - Mônaco: Tipicamente atípico

Tudo indicava que ia ser um fim de semana atípico, para esta temporada, na F1.
Mônaco e sua quase impossibilidade de ultrapassar se avizinhava e a Mercedes – que parece a bola da vez para as vitórias (novamente) – já soltava aspas sobre as dificuldades que enxergava para a corrida.
Para completar o estranhamento, desde o primeiro treino livre o domínio foi total das Red Bull, claramente, a terceira força do ano.
Max e Daniel se revezando no topo da lista dos mais rápidos.

A classificação não ia ser muito diferente se Max não errasse exatamente no mesmo ponto que havia errado em 2016 e ter ficado de fora largando em último.
O que em qualquer outra pista seria garantia de uma corrida de recuperação emocionante, no principado a chance de ter estragado todo o trabalho é imensa. Quase total.
Enquanto isto, na ponta, Ricciardo marca 1m10s e putaqueopariu, estabelecendo um novo recorde para a pista.
Atrás de si, no lugar que provavelmente seria de Verstappen, Vettel.

A largada, muito limpa para os padrões Mônaco e com Romain Grosjean em ótima forma para fazer cagadas, mantém todos em suas posições de largada.
Verstappen, vindo de último, faz o que pode e vai ultrapassando os carros (muito) mais lentos à sua frente. Na volta 8 já é o décimo sexto.
E algumas gotas molham as lentes da transmissão e dão uma esperança àqueles que não entendem bem o que é uma corrida em Mônaco.

A chegada do pneu ultra macio deixava um ponto de interrogação sobre as estratégias das equipes para a corrida.
Pensando um pouco, a fabricante disse que era possível fazer a corrida toda sem trocas de pneus, o que não é permitido pela regra, porém, parar antes poderia ser uma boa ideia.
Na volta 12, Lewis Hamilton faz sua parada.
Vettel para na décima sexta e Ricciardo na seguinte e assim mantém a ponta.
 Por volta do giro 29, Daniel Ricciardo começa a reportar pelo rádio que tem problemas de potência.
Vettel se aproxima a ponto de usar o DRS, que em Mônaco não tem tanta importância assim.

A corrida seguiu tensa, como sempre é Mônaco.
Ricciardo passou a girar 4 segundos mais lento do que vinha fazendo antes do problema e a fila cresceu atrás dele.
Vettel, Hamilton, Raikkonen... aos poucos todos foram chegando.
Mas ultrapassar...
Como curiosidade, Gasly e sua Toro/Honda, chegou em Alonso e já se preparava para ultrapassar quando o câmbio do espanhol abriu o bico.
Maldade imaginar um motor Honda animado falando pelo rádio e dizendo que o espanhol era um Gp2 driver?

A oito voltas do fim, o Sauber de Charles Leclerc soltou uma fumaça preta ao frear na saída do túnel.
Consciente, o monegasco encostou seus carro o máximo na zebra e só pode torcer para que o carro à sua frente conseguisse fazer a curva antes de ser acertado.
Não deu.
Charles encheu a traseira do Hartley e trouxe a bandeira amarela para o local.
Com 75 voltas, apenas três carros tinham abandonado a prova: Alonso, Gasly e Leclerc.

E no fim, acabou – por meios tortos – dando a lógica e a tônica do fim de semana.
Ricciardo venceu com mínimo esforço diante das circunstâncias e Vettel foi o segundo também sem ser ameaçado por Hamilton em terceiro.