O rock em 1991 andava meio chato, muita roupa justa de couro, muita cara de mal sem nenhum conteúdo, muita rebeldia de supermercado e muito cabelo cuidadosamente despenteado fixado com laquê.
Musicalmente, era um amontoado de clichês de heavy metal por vezes muito mal executados.
Com letras, embora berradas quase ao esganiçamento, eram coisinhas “românticas” cheias de “I love you”, “Don´t wanna miss you”, “Never say goodbye” e “Don´t give me alone”. Uma tremenda choradeira. Pouca coisa se salvava.
Entre os que conseguiam ser um pouco relevantes havia o Guns´n´roses, que mesmo abusando de alguns itens da descrição acima, ainda tinha alguma “credibilidade de rua”, tocava razoavelmente bem, injetava polêmica com alguns toscos preconceitos nas letras.
Era isto ou os odiosos grupos de dance music, boy bands e aqueles de sempre.
Os engrandecidos e mumificados do inicio dos 80 que nunca mostraram ter qualidade musical comprovada, apoiados em muita imagem e pouco som.
Sem contar os dinossauros de sempre, que eram bons, mas: ou já não estavam na ativa ou não falavam mais a linguagem dos jovens e adolescentes.
E só para situar.
O adolescente dos anos 90 já não era mais o hippie desbundado dos anos 70, mas também não era o festeiro deslumbrado e meio bobo dos anos 80.
Ansiava por algo que tivesse a sua cara, seu jeito de pensar. Que entendesse e tivesse as mesmas necessidades de expressão.
Que aliasse e misturasse melodias assobiáveis com agressividade. Tratassem de suas pequenas certezas e principalmente: suas enormes dúvidas.
É neste contexto que, vindos de uma cidade fria e chuvosa como Seattle, um monte de moleques de classe média/baixa, instrumentos por vezes de segunda mão começam a tocar apenas para ter o que fazer com seu tempo livre, ocioso e de tédio.
Começam a fazer shows pela cidade subindo ao palco com as mesmas roupas que usavam para ir à padaria e sem nenhuma produção pomposa.
Logo começam a gravar discos com a mesma qualidade e quase a mesma pegada simples dos palcos.
Depois surgia – quase que do nada, mesmo sendo o segundo disco dos caras – Nevermind, com toneladas de peso, melodias infernais, vocais berrados como se não houvesse amanhã ou mesmo próxima faixa, devolvendo o rock aos jovens das ruas, aos caras simples com uma guitarra, pouca técnica e muita vontade de se divertir.
O que veio depois é história e todo mundo sabe como foi e o que aconteceu.
O Nirvana salvou o rock.

Com letras, embora berradas quase ao esganiçamento, eram coisinhas “românticas” cheias de “I love you”, “Don´t wanna miss you”, “Never say goodbye” e “Don´t give me alone”. Uma tremenda choradeira. Pouca coisa se salvava.
Entre os que conseguiam ser um pouco relevantes havia o Guns´n´roses, que mesmo abusando de alguns itens da descrição acima, ainda tinha alguma “credibilidade de rua”, tocava razoavelmente bem, injetava polêmica com alguns toscos preconceitos nas letras.
Era isto ou os odiosos grupos de dance music, boy bands e aqueles de sempre.
Os engrandecidos e mumificados do inicio dos 80 que nunca mostraram ter qualidade musical comprovada, apoiados em muita imagem e pouco som.

E só para situar.
O adolescente dos anos 90 já não era mais o hippie desbundado dos anos 70, mas também não era o festeiro deslumbrado e meio bobo dos anos 80.
Ansiava por algo que tivesse a sua cara, seu jeito de pensar. Que entendesse e tivesse as mesmas necessidades de expressão.
Que aliasse e misturasse melodias assobiáveis com agressividade. Tratassem de suas pequenas certezas e principalmente: suas enormes dúvidas.
É neste contexto que, vindos de uma cidade fria e chuvosa como Seattle, um monte de moleques de classe média/baixa, instrumentos por vezes de segunda mão começam a tocar apenas para ter o que fazer com seu tempo livre, ocioso e de tédio.
Começam a fazer shows pela cidade subindo ao palco com as mesmas roupas que usavam para ir à padaria e sem nenhuma produção pomposa.

Depois surgia – quase que do nada, mesmo sendo o segundo disco dos caras – Nevermind, com toneladas de peso, melodias infernais, vocais berrados como se não houvesse amanhã ou mesmo próxima faixa, devolvendo o rock aos jovens das ruas, aos caras simples com uma guitarra, pouca técnica e muita vontade de se divertir.
O que veio depois é história e todo mundo sabe como foi e o que aconteceu.
O Nirvana salvou o rock.
Comentários
esse álbum do Nirvana mudou os rumos da história do Rock. É espetacular! Ou talvez esse adjetivo seja insuficiente para classificá-lo!
Perfeita análise.
abs
Pra mim, mudou pouco ou nada. Irrelevante. Explico. Sempre gostei de Ramones (a quem todo o rock deve as calças). Perto do quarteto de New York, nirvana era um barulho mal feito. Até porque existiam barulhos melhores como o Hardcore melódico de bandas como o Bad Religion.
Só uma lembrança: quando o Ramones foi tocar na Inglaterra, para um público de cerca de 100 pessoas, foi tão impactante, que todos saíram dalí para formar bandas como Clash, Damned, Pistols...Nascia assim o punk e suas vertentes (thrash, hardcore, grunge,etc).
Antológico, evidentemente.
O Nirvana marcou seu tempo, talvez não tanto quanto deveria.
Ainda assim é referencia de um excelente rock..
abs