O bar não estava vazio, mas para um espaço tão grande, as dez pessoas bebendo cerveja e consumindo porções era o mesmo que não ter ninguém.
A parte da banda estava sentada na beirada do palco, afinando guitarras e baixo, o tecladista em seu posto brincava com o instrumento imitando sons de aeroporto.
(PIIIIIIOOONNNNN) – Próximo vôo para Campinas, embarque portão 12!
O baterista, que dá uma lustrada em seu set de pratos apenas ri.
O dono da casa aparece.
Coisa rara nas sextas feiras e nunca sinal de boas noticias. Desta vez não seria diferente.
Alegando queda nos lucros, aumento de despesas e outras administratices, informa aos músicos que aquela seria a última noite deles naquele palco. Ele não poderia mais pagar a eles.
Não há reclamações.
Por mais que se ame o que se faz, já dizia a esposa do Ruy Barbosa, o Águia de Haia: “-O conselheiro também come!”.
Olharam-se aparentemente sem nenhum sentimento...
O tecladista puxa a melodia, os dois guitarristas entendem o recado.
Baixista e baterista põe-se a postos e então surge dos amplificadores “Thank you”, do Led Zeppelin.
Dos dez que tomavam cerveja, ao menos sete param tudo para ouvir e curtir o momento que não sabiam ser o ultimo da banda por lá.
Ao fim da canção, houve tantos olhos vermelhos e molhados como – provavelmente – não haveria mais naquele bar.
Comentários
Essa banda era maravilhosa, está entre as minhas prediletas. Suas canções são atemporais.
Nada como navegar ao som do do velho e bom Zep...
Aprovadíssimo o som!
abs
Lembrei da época que ficava afinando o violão e tentando tocar guitarra ... !!!!!!!