Otto Lara Rezende disse uma vez que: “O mineiro só é solidário no câncer”, afinal ser solidário em doença muito grave é fácil.
A possibilidade da morte faz com que seja mais fácil perdoar defeitos e esquecer quaisquer rusgas ou reservas.
O caso de Michael Schumacher não deixa de ser prova.
Enquanto pouquíssimos viam em sua figura um grande esportista, um grande campeão, uma pessoa boa (só descoberto após o acidente com a revelação das doações que fez a diversos fins e fundos), a maioria esmagadora o tachava de mau caráter.
Motivos? Vários.
Desde suas vitórias após manobras discutíveis do ponto de vista ético, mas muito normais do ponto de vista da competição (Senna jogou o carro em Prost e não venha falar que ele só revidou agressão anterior, não dizem que sempre é melhor dar a outra face?) até o fato de ter contrariado o que muitos têm como fato consumado: o fim da F1 no dia primeiro de Maio de 1994.
Agora, como num passe de mágica até dizer que ele é o maior (números não mentem e não confundam com o adjetivo “melhor”) vencedor de todos os tempos passou a ser “tolerável”.
Há gente sincera, claro, que entende os lados esportivo e pessoal e consegue separá-los de forma racional e expor seus sentimentos a respeito do fato, mas no geral... Chega a ser deprimente.
Seria melhor se todos usassem como exemplo a genial parafraseada de Nelson Rodrigues sobre a máxima de Otto Lara: “Brasileiro só é solidário no cadarço do sapato”, aludindo à única dificuldade em que o brasileiro realmente se preocupa com o próximo.
“-Ei, psiu... Seu sapato está desamarrado.”
É menos nobre, mas é muito mais sincero.
A possibilidade da morte faz com que seja mais fácil perdoar defeitos e esquecer quaisquer rusgas ou reservas.
O caso de Michael Schumacher não deixa de ser prova.
Enquanto pouquíssimos viam em sua figura um grande esportista, um grande campeão, uma pessoa boa (só descoberto após o acidente com a revelação das doações que fez a diversos fins e fundos), a maioria esmagadora o tachava de mau caráter.
Motivos? Vários.
Desde suas vitórias após manobras discutíveis do ponto de vista ético, mas muito normais do ponto de vista da competição (Senna jogou o carro em Prost e não venha falar que ele só revidou agressão anterior, não dizem que sempre é melhor dar a outra face?) até o fato de ter contrariado o que muitos têm como fato consumado: o fim da F1 no dia primeiro de Maio de 1994.
Agora, como num passe de mágica até dizer que ele é o maior (números não mentem e não confundam com o adjetivo “melhor”) vencedor de todos os tempos passou a ser “tolerável”.
Há gente sincera, claro, que entende os lados esportivo e pessoal e consegue separá-los de forma racional e expor seus sentimentos a respeito do fato, mas no geral... Chega a ser deprimente.
Seria melhor se todos usassem como exemplo a genial parafraseada de Nelson Rodrigues sobre a máxima de Otto Lara: “Brasileiro só é solidário no cadarço do sapato”, aludindo à única dificuldade em que o brasileiro realmente se preocupa com o próximo.
“-Ei, psiu... Seu sapato está desamarrado.”
É menos nobre, mas é muito mais sincero.
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