Conto de natal: Santa Claus is smoking reefer
S empre que ia passear na região do Parque Dom Pedro, em São Paulo, ficava encantado com os armazéns importadores de secos e molhados. Desde muito pequeno. Os aromas, a variedade de produtos como azeitonas, azeites, vinhos, vinagres, queijos e principalmente: mortadelas. Mas não de uma forma comum, encantavam mais pelo fato de estarem dependuradas no teto. Passava por baixo das “bexigas” de mortadelas e peças de queijo provolone enormes sustentadas apenas por um cordãozinho. Porém o sentimento que tinha não era de medo. Não temia que uma das peças despencasse lá de cima e acertasse sua cabeça, mas um troço confuso. Queria agarrar uma das peças e arrancá-la. Sair correndo do armazém com a mortadela nas costas. Óbvio que não precisava disto, nunca precisou. Se pedisse quando criança, provavelmente, seu pai teria comprado uma delas e lhe daria de presente. Um presente não convencional, mas um presente. E agora, depois de crescido, já formado e muito bem empregado, uma peça de morta