A escola de samba de um homem só
L egitima expressão da cultura brasileira, o samba já produziu tantas pérolas quanto qualquer outro estilo musical. Uma delas – pasmem – é algo que se aproxima de um dos marcos do rock progressivo: o disco conceitual. A grosso modo, discos conceituais são aqueles em que o conjunto das músicas formam e passam uma ideia. Dark side of the moon e Animals do Pink Floyd; The Who Sell Out do The Who, Sgt. Peppers dos Beatles, entre tantos outros são exemplos – às vezes bons outras tenebrosos – desta vertente. Notou que são todos de rock? Pois bem, aqui agora um de samba. Samba e com S maiúsculo. E o autor da proeza é Jorge Ben, muito antes de ser Ben Jor ou voltar a ser Ben... Jorge já definiu o som da batida de seu violão como: “...a batida de uma escola de samba em retirada.” e quando perguntado se o que faz é samba-rock (sic) ele responde que é simplesmente música. E quando pedem para que dê um nome ele diz: “-É sacundim sacundem...” . Em 1974, no século passado, portanto, fez